Como Um Feixe De Juncos — Correções Através Das Eras, Parte 4

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 3: Correção Através das Eras

A Evolução do Método de Correção

A Grande Queda, e as Sementes da Redenção

O exílio após a ruína do Segundo Templo derivou do ódio infundado, mas também serviu a um propósito duplo. O primeiro foi que o exílio foi um incentivo para desenvolver mais o método de correção. Uma vez que a Torá de Moisés não era mais suficiente para manter o nível espiritual da nação, era hora de adaptar o método a atual condição do povo – estar em exílio, e ser mais egoísta que durante o tempo de Moisés. O segundo propósito do exílio foi que Israel se misturasse com outras nações, para espalhar o “gene espiritual” pelo mundo, e assim permitir a correção da humanidade inteira, como Abraão pretendia inicialmente.

Por volta da ruína do Segundo Templo, dois corpos seminais foram compostos. Um foi a Mishná, e o outro foi O Livro do Zohar. O primeiro, juntamente com a Bíblia, tornou-se praticamente a base de toda a sabedoria judaica desse dia em diante. O último, por outro lado, foi ocultado pouco depois de ser escrito, e permaneceu escondido por mais de mil anos, até surgir nas mãos de Rabi Moshé de Leon.

Os autores da Mishná, da Gemará e do resto dos escritos de nossos sábios forneceram ao povo exilado de Israel a orientação tanto nos níveis espirituais como físicos. Embora os escritos narrem estados espirituais, eles podem também ser prontamente percebidos como mandamentos físicos.

Como as leis que os nossos sábios instruíram se originaram de leis espirituais, elas eram aplicáveis à vida física, tal como Israel as havia aplicado antes da ruína do Templo. Desta maneira, os judeus mantiveram certo nível de conexão com o nível espiritual do passado, mas sem o próprio alcance da fonte e origem das leis.

O Rabino Menahem Nahum de Chernobyl escreveu com respeito à desconexão de Israel do nível espiritual e a perda da realização do Criador. “A razão do exílio é a ruína do Templo em geral e em particular. Israel se [tornou] tão corrompido que causou a expulsão da Shechiná [Divindade] do Templo geral. Este Templo particular [pessoal] está dentro de seus corações… e através da partida do Templo [Divindade] particular… [eles] abandonaram o Templo geral e o exílio chegou”. [i]

No mesmo espírito, Jonathan Ben Natan Netah Eibshitz escreveu, “No Primeiro Templo, a Divindade não se moveu do Templo porque o exílio foi durante um curto período. Mas na segunda ruína, que é durante um período prolongado de tempo, a Shechiná [Divindade] partiu por completo”. [ii]

Enquanto a maioria dos judeus se concentrou em manter uma conexão com a espiritualidade no nível instruído a eles pelos sábios da Mishná e Gemará, sempre houve alguns poucos excepcionais que simplesmente não conseguiam permanecer com a observação cega de mandamentos. As questões que conduziram Abraão a descobrir o Criador ardiam dentro deles; seus pontos no coração não haviam sido saciados, e eles foram conduzidos ao mais profundo de todos os estudos, a sabedoria da Cabalá.

[i] Rabbi Menahem Nahum of Chernobyl, Maor Eynaim [Luz dos Olhos], Beresheet [Gênesis].

[ii] Jonathan ben Natan Netah Eibshitz, Yaarot Devash [Favos de Mel], Parte 1, Tratado no. 13 (cont.)