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Não Há Nada A Invejar

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que nós desejamos naturalmente receber a Torá como algo bom, que “supostamente” devemos receber?

Resposta: E quem disse que a Torá, o método de correção, é percebido como bom?

É dito: “Eu criei a inclinação ao mal, e criei a Torá como tempero”. Por um lado, o Criador criou o mal, e por outro lado, um “tempero” contra ele, a força da correção. Mas o que há de bom nela? O que há de bom se eu tenho um carro danificado que precisa ser corrigido?

Olhe para o mundo. Quem tem inveja do povo judeu, porque eles receberam a Torá? Exceto as pessoas que são atraídas para o propósito da criação, para a correção, os outros podem trazer uma variedade de definições da Torá, e ninguém nomearia a Luz que Reforma. Ninguém vai dizer que a essência da Torá é a correção do mal em si mesmo e que é preciso mergulhar nesse processo.

Nossa definição da Torá como a Luz que Reforma parece não prenunciar nada de bom. Nós estamos falando da força de correção, que confronta todo o mal que deve ser revelado em nós. A revelação do mal é sempre muito desagradável, desconfortável e não gentil. Isso é algo terrível: uma doença grave e uma cura para ela.

Não é por acaso que as crianças passam por algumas doenças que irão garantir a sua imunidade continuada. Nós precisamos experimentar todos os estados no caminho, descobrindo o mal em cada um, sofrendo com isso, e depois corrigindo.

Portanto, quem precisa disso? Na definição correta dessa palavra, o termo “Israel” não promete vida doce para ninguém. Se você olhar para a história do povo judeu, não há nada a invejar. Apenas um punhado de pessoas no mundo está ligado a Israel para compartilhar seu destino. Talvez elas possam ter herdado sua atração das Reshimot (reminiscências) das tribos perdidas.

É difícil esperar um afluxo maciço lá onde estamos trabalhando contra o egoísmo.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 09/07/14, “Unidade do Povo”

O Mundo Como Um Filme De Ficção Científica

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se Israel é o engenheiro responsável pelo bom funcionamento do sistema mundial, o que eles devem saber para fazer o seu trabalho?

Resposta: Israel tem que saber tudo sobre o sistema – sobre a força que gerencia o sistema e o sistema em si – a fim de conectá-lo corretamente com a força superior.

A força superior é o próximo nível acima de nós, e logo abaixo dela está Israel, e abaixo dela, o resto do mundo. Existem três níveis, e é assim que se parece o sistema.

Israel recebe ordens da força superior e transmite para baixo, adaptando-as para esta transmissão e agindo como uma cabeça em relação ao corpo.

Israel tem que se conectar com as nações do mundo e sentir o que lhes falta, e, em seguida, elevar a sua solicitação ao superior, que é chamado de MAN, uma oração. Depois eles têm que se adaptar corretamente para que a força superior seja capaz de se propagar de cima para baixo da melhor maneira possível.

The Three Levels Of The System

Isto significa que Israel tem de agir primeiro e isso irá invocar o processo seguinte, onde a força superior vai começar a agir.

Este sistema inclui toda a realidade: os nossos desejos, pensamentos e sentimentos. Toda a nossa vida muda, incluindo a nossa percepção da realidade e como sentimos isso. O mundo se torna um lugar diferente, como num filme de ficção científica.

Nós começamos a ver as forças que atuam no mundo e os sistemas que estão por trás dele. Este mundo se torna um teatro, guiado e ativado nos bastidores. Assim, nós percebemos o sistema de controle. A forma externa só é necessária para que possamos nos conectar ao sistema interno.

De KabTV “O Encontro dos Mundos” 18/06/14

Um Técnico Responsável Pela Obra Da Criação

Dr. Michael LaitmanPergunta: Eu gostaria de ter uma definição científica de qual é o papel único da nação de Israel no sistema geral. Que forças agem aqui?

Resposta: A nação de Israel é a parte da realidade que avança em direção ao objetivo da criação em condições especiais. Em contraste com todas as outras partes da criação, cada passo que eles fazem para frente só pode ser feito de acordo com seu livre arbítrio.

O resto da natureza (inanimada, vegetal, animal) e as nações do mundo avançam de acordo com as leis fixas da natureza que operam sobre elas, independentemente de seu desejo. Elas devem avançar, enquanto a nação de Israel deve consentir e entender cada passo que fazem. Elas não podem avançar a menos que aceitem um determinado passo e queiram isso.

Mas, como resultado, Israel começa a entender e sentir como eles avançam, e descobre a força que ajuda a avançar e para onde eles estão indo, a que forma de existência, em que tipo de mundo, e para qual estado. De acordo com esse entendimento, Israel muda a si mesmos, sua forma e sua atitude para com as outras partes da realidade e em primeiro lugar para as outras nações.

Toda a realidade é um sistema respiratório, vivo, o que significa um sistema que está constantemente mudando à medida que avança em direção a um objetivo final. Israel, porém, é a parte especial do sistema que serve como um adaptador de conexão, como um elo, um coordenador entre as forças que controlam o sistema e as partes que não podem entrar em contato com essas forças por si só, uma vez que não têm livre-arbítrio.

Portanto, Israel tem a obrigação de cuidar do resto do sistema e servir como elo entre as forças da providência superior e a natureza inanimada, vegetal e animal, e as nações do mundo.

Pergunta: Portanto, Israel é o técnico responsável pelo funcionamento de todo o sistema?

Resposta: Sim, mas até mesmo Israel deve mudar, porque caso contrário eles não sabem como cuidar do sistema. Eles precisam crescer constantemente: em sua consciência da força superior para invocá-la para cuidar do sistema, em seu reconhecimento de todas as outras partes do sistema, da natureza, e das nações do mundo, e em se comunicar com elas, porque eles são o elo entre elas.

De KabTV “O Encontro dos Mundos” 18/06/14

Uma Teia De Aranha Dos Desejos Aprisionados

Dr. Michael LaitmanSe uma pessoa se cansa e perde o interesse em seu trabalho, se ela se sente impotente e pensa que esse caminho não é para ela, isso significa que ela não aprendeu a aproximar de si suas partes separadas, atualmente espalhadas pelo mundo. Ela não sabe como agarrar os vasos vazios onde pode receber um preenchimento.

Afinal, ela é como uma aranha no centro de sua rede que pega os desejos de outras pessoas nessa rede, que se tornam parte de sua alma…

É muito importante entender que, uma vez que devemos constantemente sentir e ansiar estar incorporados com os amigos e absorver todos os seus desejos, eu sou como um egoísta que sempre olha em volta com olhos grandes e ávidos pelo que mais eu posso receber dos amigos, o qual é um despertar, a importância da meta e conexão!

Eu constantemente os invejo. Eu não os desrespeito, mas realmente acho que eles escondem algo de mim. Eu estou certo de que cada um deles tem algo valioso para mim, e que de outra forma não teriam o direito de existir e eou nem sequer os veria. Se eu identificar que alguém existe, isso significa que ele é uma deficiência que eu preciso para completar a minha alma.

É assim como todos devem considerar seu amigo. Por isso, é dito que todos se destinam a me servir, e com isso eu quero servir o meu Criador.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 22/06/14

A Abordagem Sistemática Da Sabedoria Da Conexão

Dr. Michael LaitmanPergunta: A educação integral não é apenas jogos ou encontros agradáveis. Pelo contrário, é um método poderoso, tolerante e sistemático. O que é necessário para que possamos parar de procurar soluções para os problemas apenas no nível individual isolado onde nunca encontramos uma solução, mas abordarmos os problemas em conjunto, de forma sistemática?

Resposta: O método da conexão é um programa único para descobrir a verdadeira realidade através do desenvolvimento de nossos sentidos. Nós não temos as ferramentas para a compreensão da realidade. Fisicamente, nós temos cinco sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato) que trabalham em intervalos específicos. Se ampliássemos nosso campo de visão de menos a mais infinito, poderíamos ver uma imagem diferente, e então isso já não seria apenas chamado de “visão”, pois nós perceberíamos o mundo nas faixas de infravermelho e ultravioleta, além das frequências habituais.

A audição também é em ondas, como tudo o que sentimos. Suponha que fosse possível ampliar o alcance das ondas sonoras de zero a frequências mais altas, sem limite. Então, nós descobriríamos fenômenos mais maravilhosos os quais ainda não estamos conscientes. Afinal de contas, nós percebemos o que entra na faixa de frequências que sentimos, e, se o fenômeno está fora da nossa faixa de frequência, não o vemos ou ouvimos. Nossos sentidos da visão e da audição simplesmente rejeitam fenômenos como estes.

É interessante que a maioria dos neurônios em nosso cérebro pertençam ao sentido do olfato. Todo o cérebro está envolvido em células responsáveis ​​pelo sentido do olfato. Aparentemente, antigamente o sentido do olfato era uma função importante, como é com cães, onde ele é mais importante do que ouvir e até mesmo ver. No entanto, no curso da evolução humana, o sentido do olfato perdeu sua importância. Além disso, o sentido do paladar é mais limitado nas pessoas. Um cão só precisa tocar na comida para determinar imediatamente se ela está estragada. Um laboratório inteiro está trabalhando num cão que lhe dá resultados imediatos. No entanto, um ser humano não é capaz disso. Então, ele é obrigado a enviar amostras para um laboratório e esperar uma semana pelos resultados. Nos temos que treinar cães para trabalhar em aeroportos para encontrar drogas ou dinheiro pelo olfato.

Isto significa que os humanos carecem de sensações. Mas, mesmo se tivéssemos que desenvolver visão, audição, olfato, paladar e tato, e nos abríssemos a todas as frequências, ainda captaríamos apenas uma pequena fração da realidade, porque por trás de todos os sentidos, está o nosso desejo dentro do qual nós percebemos a realidade. A quantidade de desejo determina a intensidade da nossa percepção.

O problema é que o nosso desejo é muito pequeno. Quanto eu quero ver, ouvir, sentir, e provar? Só um pouco. Isto é, a percepção é limitada não só pela gama dos sentidos, mas também pelo desejo de que está por trás de todos eles.

No entanto, a principal limitação é que o nosso desejo possibilita que nós percebamos apenas o que interessa a ele, e não prestemos atenção ao que não interessa o nosso ego. Portanto, nós não vemos a realidade que está à nossa frente.

De tudo o que está na minha frente, eu só vejo a pequena parte em que estou interessado ou que é útil ou prejudicial para mim. Mas se algo não tocar o meu desejo desde o ponto de vista de ser bom ou ruim, eu simplesmente não vejo ou percebo isso.

Fora de mim, poderia haver infinitas fontes de influência, mas elas não me interessam. Eu não quero dar atenção a elas, portanto não as descubro. Eu não as sinto, e vivo como se elas não existissem, e, por enquanto, elas me influenciam sem meu conhecimento, assim como a radioatividade.

A única solução é mudar para uma forma diferente de percepção, não egoísta. Em outras palavras, cabe a mim perceber não o que é interessante ou prejudicial para mim, mas abrir-me a toda a realidade que está à minha frente, sem saber o que é.

De KabTV “O Encontro dos Mundos” 20/06/14

O Início Da Unidade Da Humanidade

Dr. Michael LaitmanA unidade do povo de Israel é derivada da fonte que chamamos a sabedoria da Cabalá. A sabedoria da Cabalá fala sobre o todo, o sistema unificado e suas leis.  Este sistema é a natureza, a divindade. A lei da Luz e do Kli (vaso) opera nela, e tudo é derivado dela.

Em relação a nós, este sistema foi criado há muito tempo. Nós fomos os últimos a serem criados dentro dele e devemos aprender a usá-lo para nos levar ao primeiro estado de plenitude: o objetivo da criação. Isso é o que temos que alcançar.

Neste sistema existem forças que atuam e partes que são postas em prática. É muito complexo. Graças à sua influência e às forças que atuam sobre nós, nós nos desenvolvemos.

Como resultado deste desenvolvimento, nós chegamos a um estado que é indicado pela sabedoria da Cabalá. Começando conosco e nos movendo para fora, nós nos tornamos partes ativas que podem até mesmo ativar o sistema. Se não fizermos isso, o sistema irá nos influenciar para que ainda desejemos usá-lo corretamente.

Afinal, nós vivemos por meio do sentir-se bem ou mal. Em última análise, tudo isso é a nossa existência: nós estamos entre um sentimento bom e um sentimento ruim e estamos constantemente tentando chegar o mais perto possível do bem e o mais longe possível do mal. É assim que o sistema nos motiva.

Em nosso desenvolvimento não somos todos iguais. Se fôssemos iguais, seríamos um único bloco e não muitas partes. Cada parte tem o seu objetivo, a sua causa, a sua fonte, bem como o seu processo de correção e forma final. Cada parte deve realizar o que é imposto a ela, o que o sistema espera dela como uma parte ativa que precisa estar em seu lugar para realizar a sua obrigação.

Em relação a todas as partes do sistema, os seres humanos são divididos em duas categorias:

• Aqueles que recebem a oportunidade para o trabalho espiritual, ou seja, a oportunidade de conhecer o sistema e trabalhar conscientemente dentro dele através do sentimento e do intelecto, na medida em que são obrigados a chegar à auto-realização.

• Aqueles que ainda não aceitaram esta oportunidade e vão aceitá-la muito tempo depois, como está escrito: “Porque todos me conhecerão, do menor ao maior deles” (Jeremias 31:33).

Este processo se espalha gradualmente e inclui todos. Além disso, nós também não somos os primeiros. Antes de nós, houve Adam HaRishon (o primeiro homem), e os Cabalistas em cada geração. Nós somos ativos em nossa era. Por isso, cada um deve aprender sobre a fonte de sua alma, conhecer e compreendê-la.

Aqueles que recebem o despertar espiritual, na medida da sua implementação, são chamados de Israel, Yashar-El, direto ao Criador. E aqueles que ainda não receberam um despertar são chamados de nações do mundo. Mas isso não significa que eles não têm a possibilidade que foi dada a Israel; ela simplesmente ainda foi realizada.

Como resultado disto, o trabalho especial foi imposto a Israel, não só em relação a si mesmos, mas também em relação às nações do mundo. E se entre as nações do mundo, há pessoas que aceitaram esta mensagem de Israel, então, nessa medida, o trabalho de conexão, ajuda, apoio, incentivo e assim por diante, também é atribuído a elas. Essas duas partes devem trabalhar em conjunto, exigindo unidade entre todos, para que interajam corretamente.

Além disso, Israel também é dividido em partes: Cohanim (sacerdotes), levitas (músicos, cantores, professores da Torá) e Yisraelim (israelitas), que diferem em seu trabalho. Entre as nações do mundo, há setenta fontes latentes que também colocaram um selo em suas partes individuais. Mas tudo isso ficará claro no caminho.

Hoje, no atual estágio de desenvolvimento, todo mundo recebeu um despertar, um “convite”, uma chamada, um empurrão, uma oportunidade para a correção e para a participação no processo. Para alguns, esta chamada vem de uma forma mais consciente e focada, puxando-os para frente. Outros não são tão atraídos, e são empurrados por trás através de golpes e “chutes”. De uma forma ou de outra ambos são movidos por vários tipos de sofrimento. Há “sofrimentos de amor”, e há uma grande variedade de diferentes tipos de sofrimento.

Mas, em geral, o atual estágio de desenvolvimento histórico é caracterizado por todos começando a sentir mais ou menos que nós estamos vivendo em um momento único e que a humanidade deve passar por grandes mudanças. Isto ocorre especialmente em matéria de auto-percepção: O que é próprio e o que é o mundo? Aqui, é claro, somos ajudados por várias ciências.

Uma época singular chegou que os Cabalistas falaram com antecedência. E todo o desenvolvimento do povo de Israel foi destinado especificamente para esta época; desde a época da Babilônia eles passaram por todos os tipos de fases de preparação, elevações, avarias e exílio, de modo que hoje estejam prontos para o seu papel final e verdadeiro.

Afinal, Israel é um grupo único na humanidade que recebeu direção, anseio, conhecimento, mente e sentimento, tudo que for necessário, para corrigir toda a humanidade.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 03/07/14, Lição sobre o Tópico “Unidade do Povo”

A Sentença Do Juiz: A Prescrição Para A Correção

Dr. Michael LaitmanPergunta: O sistema de justiça é projetado para determinar quais atividades estão corretas e quais não estão, para diferenciar entre bem e mal, para proteger a nossa sociedade, e incentivar o comportamento positivo. Como devemos construir adequadamente o sistema de justiça e qual é a sua função na sociedade?

Resposta: O sistema de justiça é um sistema com uma função educativa. O papel do juiz é explicar às pessoas a essência do que aconteceu em cada caso, os aspectos positivos e negativos do evento sobre o indivíduo e a sociedade, em relação aos animais, plantas, natureza e o Criador. Juízes devem explicar a essência desta ou outra ação.

A ação pode ser realizada num desejo, pensamento, ou ativamente, com relação à própria pessoa, seus parentes, e a nação. O juiz é uma pessoa que entende o significado profundo da criação, as leis da natureza, e explica a perversidade do comportamento interno e externo de uma pessoa que ela deve corrigir.

Por que o sistema de justiça é necessário? O fato é que a natureza inanimada, vegetal e animal opera instintivamente, gerida por um sistema interno que não pergunta sobre seus desejos e não os fornece com qualquer liberdade de escolha. Eles agem de acordo com a forma do sistema que os move.

Nós não podemos culpar o leão quando ele ataca os veados, pois esta é sua natureza. Isto não é nem ruim nem bom; isso é simplesmente instinto. No entanto, com relação a uma pessoa, podemos dizer que ela faz coisas boas ou más. Nós podemos julgar seus pensamentos, desejos e ações.

Por esta razão, as pessoas precisam de informação e educação. Elas devem ser ensinadas sobre tudo na vida. Em contraste, os animais não precisam aprender nada; basta alimentá-los e eles crescem, e junto com a adição de quilogramas, eles têm a atitude correta para com seu ambiente e serão capazes de sobreviver.

Nenhum animal envia a sua prole para a escola. Só os seres humanos precisam disso. Afinal, o ser humano foi intencionalmente criado dessa maneira para que precise preencher o espaço vazio que a natureza deixou dentro dele. Encher esse espaço vazio em um ser humano é criá-lo. Esta é a tarefa da família; a sociedade transmite a informação que a pessoa não recebe da natureza.

Assim, ao longo da história, a humanidade desenvolveu escolas de vários tipos que foram projetadas para ensinar às crianças tudo o que um ser humano adulto precisa saber para sobreviver e se tornar um bom membro da sociedade.

Se, depois de aprender tudo isso, a pessoa ainda se comporta de forma incorreta em relação às normas de sua sociedade, ela é julgada, a fim de esclarecer o que deve ser feito com ela, a fim de completar a educação que ela não recebeu na infância.

Suponha que eu tinha uma gripe e eu queria ir para a escola no dia em que nos ensinaram que roubar não é permitido. Então eu cresci sem saber sobre esta proibição. Alguns anos mais tarde, eu tenho a oportunidade de roubar; eu pego a carteira de alguém e eles me prendem.

Eu estou chocado e não entendo o que eles querem de mim. A carteira estava simplesmente ali e eu aceitei, e assim eles completaram para mim a educação que estava faltando. Afinal de contas, eu realmente não sabia sobre a proibição. Assim, o juiz diz: “Estas ações específicas podem corrigir essa pessoa e completar a educação que ela não tem”.

A pessoa que explica quais ações e de que maneira é necessário preencher as lacunas na minha educação é chamada de juiz. É claro que uma pessoa não pode se corrigir. Um sistema completo de correção está por trás dela. Nos EUA, a prisão é chamada de “instituição correcional”.

Uma pessoa vai para a prisão para correção. Isso significa que o tribunal deve examinar exatamente o que a pessoa não tem, a fim de se tornar um membro digno da sociedade em geral, para todas as pessoas, e por que meios a deficiência pode ser preenchida.

Pode ser que ele precise receber algum trabalho especial ou ser enviada a um zoológico para cuidar de animais, e pode ser que ela deva ser enviada para estudar numa escola com crianças pequenas, se não tiver o conhecimento necessário. O tribunal deve encontrar a solução certa.

Como está escrito: “Coloque juízes e guardas para si mesmo em cada portão”. Isso se refere a um portão que leva à formação de uma pessoa. É assim que completamos a pessoa e a transformamos num membro útil da sociedade.

Se o transgressor passou pelo sistema correcional escolhido pelo juiz e retorna ao crime, deve-se perguntar ao juiz! Aparentemente, ele cometeu um erro e não fez a observação correta sobre o problema do indivíduo e como corrigi-lo.

O juiz dá um veredicto como um médico passa uma receita. Devido à “punição” imposta a pessoa deve se recuperar. A punição é uma correção, não trancar alguém na prisão. De acordo com a Torá, não havia punição como uma prisão, e nós vemos que a prisão não ajuda. A pessoa passa por correção através de multas impostas, fazendo um trabalho especial, e preenchendo as lacunas. Se a pessoa não consegue passar por correção, é necessário “corrigir” o juiz.

O objetivo do juiz é entender por que a pessoa cometeu o crime, qual a deficiência educacional que causou esse mau comportamento, e como preencher a deficiência de modo que ela não vai transgredir assim novamente.

O juiz deve ser um psicólogo, conhecer a natureza humana e entender como o ambiente influencia as pessoas. Uma pessoa não deve ser colocada na prisão, onde vai se encontrar em um ambiente terrível e só vai aprender a ser ainda pior. Se colocarmos uma pessoa na prisão, não podemos nunca libertá-la de lá. Na verdade depois de cumprir sua pena, o transgressor será pior. A prisão é uma escola para criminosos.

De KabTV “Uma Nova Vida” 17/06/14