Pão Com 0% De Malchut

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que Baal HaSulam e Rabash observam os costumes de Pessach tão cuidadosamente?

Resposta: Pessach é a saída do desejo egoísta por mim mesmo para o desejo de doar. Isso se chama êxodo do Egito, onde o Egito simboliza toda a inclinação ao mal, o nosso ego. A subida acima dele é o êxodo do Egito.

Primeiro nós temos que percebê-lo espiritualmente e não corporalmente. Mas há costumes que mantemos neste mundo por causa da conexão entre o ramo corpóreo e a raiz espiritual.

A raiz espiritual é expressa em diferentes formas de intenção e ações de doação que temos que realizar, o que significa ações de dar com uma intenção altruísta. A aquisição da capacidade de doar é chamada êxodo do Egito.

Quando agimos desta forma no mundo espiritual, nós sentimos quais ramos corporais em nosso mundo se combinam com estas raízes espirituais. Assim, os Cabalistas determinaram costumes corporais, como diz a Torá que durante este tempo nós devemos comer pão especial, “pão da aflição” (Matza), pão sem fermento.

A diferença entre Matza e pão é que Matza não contém fermento; ele contém apenas farinha e água. Esta massa tem que ser amassada durante um determinado período de tempo: 18 minutos, de acordo com as propriedades espirituais – 9 Sefirot da Luz direta e 9 Sefirot da Luz de retorno, excluindo Malchut. Afinal de contas, é Malchut que torna a massa azeda, e por isso usamos apenas 9 Sefirot da Luz Direta e a Luz de Retorno, sem Malchut, um total de 18 Sefirot. Em nosso mundo isso é expresso por 18 minutos.

Nós estamos autorizados a manter a farinha e a água juntas por 18 minutos até que a massa chegue ao forno, o que impede a conexão em desenvolvimento entre elas. Nós não adicionamos nenhum tempero ao Matza, só farinha e água.

Matza é o mesmo pão, mas sem Malchut. Ela foi arrancada dele, de modo que os Cabalistas determinaram esse costume de acordo com o ramo corpóreo da raiz espiritual. Todos esses símbolos são lembretes da saída do ego, da subida sobre ele. Todos os costumes de Pessach resultam de como nos sentimos nas raízes espirituais que estão separadas do nosso ego, do desejo de desfrutar, e quando passamos ao desejo de doar.

Não há nada de santo nessas ações corporais, mas elas são importantes por causa de sua relação com a raiz espiritual. No mundo espiritual, cada um tem que realizar essas ações, enquanto que no mundo corporal, nós realizamos algumas delas e há algumas que eu não realizo.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 03/04/14, Q & A com Rav