A Fonte Do Movimento Espiritual

Dr. Michael LaitmanO Livro do Zohar, “Pekudei“, Item 3: Diz-se quanta bondade Tu preparaste para aqueles que Te temem, e agiste por aqueles que encontram abrigo em Ti contra as pessoas. Quanto os seres humanos têm para ver e aprender sobre os caminhos do Senhor, uma vez que todos os dias uma voz decreta e diz: cuidado com os moradores do mundo, feche as portas dos pecados, abandone a rede que caça pessoas que diante de seus pés estão presas nessa rede.

Há uma perpétua roda de fiar no mundo, o que significa que Din (julgamento) de Cima sobe e desce, levantando e baixando as pessoas. Ai daqueles cujos pés foram rejeitados pela roda, uma vez que eles caem na profundidade preparada para os ímpios do mundo.

Nós aprendemos sobre duas formas de evolução aqui, porque uma pessoa recebe o livre arbítrio, mas este é muito limitado, uma vez que o plano da criação deve ser realizado e está sendo executado. O livre arbítrio está em realizar este plano de forma independente e da melhor maneira possível, e executá-lo voluntariamente.

Mesmo que nós vejamos como este plano é realmente benéfico e essencial, o nosso ego ainda se opõe a ele, e não nos deixa realizá-lo. E isso foi feito originalmente de propósito, porque as duas forças, positiva e negativa (negativa dentro de uma pessoa e positiva fora) agem em nós e nos influenciam; entre elas nós descobrimos o nosso livre arbítrio.

Se uma pessoa é criada pela natureza, pelo Criador, pela força superior, pela Luz, ela não pode ser totalmente livre; ela está sob a influência desta força como tudo na natureza.

Como nossos pensamentos e desejos podem ser livres, de modo que seremos capazes de existir independentemente do Criador? Nós recebemos duas forças que descem de Cima simultaneamente: o ego e o atributo de doação que aparece em nós; ambas estão sob o controle da força superior e se desenvolvem em paralelo. Entre elas há uma luta comum, rejeição, conflito.

Se nos colocarmos entre elas, podemos escolher um estado em que a atração de um lado e a atração do outro lado se equilibram. O ponto de equilíbrio entre essas duas forças é a linha do meio, e estando nela nós sentimos que estamos totalmente livres de toda a natureza egoísta e da natureza superior.

No entanto, há um problema aqui: como podemos escolher alguma coisa? Uma pessoa não pode agir como um burro. Se houver dois objetos totalmente idênticos diante dela, ela não sabe o que escolher. No momento em que ela sente um anseio por um deles, há um anseio idêntico e imediato pelo outro, e ela está entre ambos, sentindo-se dividida sem saber o que escolher.

Assim, nós experimentamos sentimentos muito desagradáveis: por um lado, nada parece funcionar para nós aqui, e, por outro lado, não sabemos o que fazer. É neste estado que a pessoa tem a opção de criar a fonte de um novo movimento dentro dela. Este ponto é o ponto de partida a partir do qual a pessoa pode elevar o ser humano em si. Antes ela era como um fantoche que a Providência superior operava puxando suas cordas.

Somente elevando o ser humano em nós é que vamos começar a sentir como fluxos de Luz descem de Cima e correm para o mar, para Malchut do mundo de Atzilut, e isso nunca é preenchido, mas, na verdade, leva-nos para frente.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 16/10/13