Em Prol Do Avanço Espiritual

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Shamati, # 25: “Coisas Que Vêm do Coração”: Sobre as coisas que vêm do coração, entram no coração. Assim, por que nós vemos que mesmo se as coisas já entraram no coração, ainda caem de seu grau? Por que vemos que, mesmo se as coisas entram no coração de uma pessoa, ela ainda cai de seu nível espiritual? Nós vemos que mesmo se uma pessoa é impressionada com o que o professor lhe transmite, ela ainda cai do nível em que recebeu a Torá, a intenção e os pensamentos do professor.

A questão é que quando a pessoa ouve as palavras da Torá de seu professor, ou seja, a sabedoria de seu professor, ela imediatamente concorda com seu professor e resolve observar as palavras de seu professor com o seu coração e alma, porque realmente quer que isso seja cumprido. Mas depois, quando ela sai para o mundo, ela vê, cobiça, e é infectada pela multidão de desejos que vagam pelo mundo, isto é, pelos desejos, pensamentos e planos das outras pessoas que lidam com todos os tipos de absurdos e não o desenvolvimento espiritual neste caso, e ela e sua mente, seu coração e sua vontade são anulados perante a maioria, ou seja, as condições do ambiente em que se encontra.

Contanto que ela não tenha poder para julgar o mundo a uma escala de mérito, eles a dominam. Ela se mistura com os desejos deles… O que isso significa? Se eu estiver num ambiente externo, é o Criador quem joga comigo e me coloca lá em diferentes condições externas para que eu possa ficar mais forte no que diz respeito às decisões internas que já fiz, apesar das influências externas que aparecem.

Suponha que eu estou no meu caminho de volta para casa depois da convenção e quando entro no avião já estou sob o domínio de um ambiente externo. Será que eu consigo permanecer na mesma condição interna que senti durante as três convenções – concentrado, focado no objetivo, sentindo-me contente e sentindo meus amigos – quando estou em condições externas que me pressionam? Se eu consigo, é um estado em que controlo o mundo lá fora; se eu não consigo, significa que o mundo lá fora me controla.

Mas depois, quando ela sai para o mundo, ela vê, cobiça, e é infectada pela multidão de desejos, ou seja, a sociedade em geral, lidando com bobagens. Portanto, se ela não consegue superar a si mesma, seus pensamentos, desejos e coração obedecem a maioria.

Superar a multidão consiste de duas partes.

Primeiro, quando eu percebo que estou separado do apoio dos amigos, eu me alieno internamente e fico longe deles.

Em segundo lugar, eu não vejo mais que tudo é gerenciado pelo Criador e que os pensamentos da multidão são enviados a mim de propósito para que eu possa estreitar a conexão com o grupo, com as fontes, ainda mais do que antes, e considerar o efeito externo como jogo do Criador. Afinal, Ele me envia “ajudantes”, guardas que querem me derrubar da montanha que fui subindo no meu caminho para o Criador, mas eu continuo em frente, segurando com os dentes para me manter acima da água e na direção certa. Não importa qual for a influência do ambiente, eu não vou com a corrente, mas sim remo em direção ao meu objetivo.

Contanto que ela não tenha poder para julgar o mundo a uma escala de mérito…

Afinal, o Criador trabalha para a pessoa através de todo o mundo! Se eu justifico o mundo porque ele realmente funciona para me ajudar a avançar, isso significa “julgar o mundo à escala de mérito”.

Mas se eu não consigo julgar o mundo inteiro à escala de mérito, o que significa atraí-lo em minha direção, percebendo que o Criador me envia esses obstáculos de propósito para que eu possa avançar com mais força; se não consigo me conectar com meus amigos e com a meta com mais força, então o mundo se torna externo e o Criador desaparece com ele. Se eu me esqueço de que Ele é o único que organizou tudo e penso que o mundo me influencia, por si só, o Criador desaparece com ele e eu fico sob o domínio do mundo. …eles a dominam. Ela se mistura com os desejos deles, ou seja, a pessoa se desvia do objetivo.

Então, quando a pessoa subjuga os desejos do mundo que a rodeia, ela é levada como ovelha ao matadouro. Ela não tem escolha; ela é obrigada a pensar, querer, desejar e exigir tudo o que a maioria exige, ou seja, ela está sob o domínio da sociedade externa. Isso também é sob a autoridade do Criador. Ela não deve pensar que qualquer coisa diferente Dele opera aqui. Mas este é um controle completamente diferente, não “eu vou apressá-lo” (Achishena), mas “em seu tempo” (Beito). Ela, então, escolhe seus pensamentos estranhos e seus anseios repugnantes e desejos, que são estranhos ao espírito da Torá. Nesse estado, ela não tem força para subjugar a maioria, e vai junto com a corrente, como o resto do mundo.

Em vez disso, há apenas um conselho então, apegar-se ao seu professor e os livros. Isso é chamado de “Da boca dos livros e da boca dos autores”. Ela tem que segurar com os dentes às lições e às fontes e escolher o que é mais perto dela e o que a impressiona mais fortemente. Pode ser um determinado artigo ou uma passagem do TES, uma canção, qualquer coisa. O que importa é que isso deve fortalecer a sua conexão com a nossa sociedade. Somente aderindo-se a eles, ela pode mudar sua ideia e vontade para melhor. No entanto, argumentos espirituosos não vão ajudá-la a mudar de ideia, mas apenas o remédio da Dvekut (adesão), pois esta é uma cura maravilhosa, na medida em que a Dvekut a corrige.

Apenas enquanto a pessoa está dentro da Kedusha (santidade) ela pode discutir consigo mesma e entrar em polêmicas inteligentes que a mente necessita que ela deva sempre andar no caminho do Criador. Mas tudo isso é um disparate. Entretanto, a pessoa deve saber que, mesmo quando ela é sábia e tem certeza de que já pode usar essa inteligência para derrotar a Sitra Achra (outro lado), ela deve ter em mente que toda a sua sagacidade e belas conclusões, o estudo e o acordo com os amigos, que tudo isso é inútil. Este não é um armamento que consegue derrotar a guerra contra o desejo, pois todos esses conceitos são apenas uma consequência que ela alcançou após a referida Dvekut.

Tudo depende de quão fortemente a pessoa se prende ao grupo. Afinal, ela tem que falar com seus amigos ao telefone, contatá-los na Internet, preparar algum material para eles, participar do trabalho diário. Se ela não fizer isso, nada vai ajudar. Nós somos os únicos que precisam de disseminação e não aqueles a quem nós disseminamos. Ela nos obriga a estar em constante movimento e melhorar. Esta é a única maneira que podemos avançar!

O que eu digo é baseado em minha experiência pessoal. Infelizmente, eu posso pensar nas 30-40 pessoas que uma vez eu levei ao Rabash que também se envolvem na Cabalá até certo ponto agora, mas você pode sentir o que significa estudar Cabalá sem avançar quando você fala com elas.

Em outras palavras, todos os conceitos sobre os quais ela constrói seu edifício, que dizem que a pessoa deve sempre seguir o caminho do Criador, fundamentam-se na Dvekut com seu professor. Assim, se ela perde a fundação, todos os conceitos são impotentes, pois agora vai faltar a fundação. Por isso, ela não deve confiar em sua própria mente, mas unir-se mais uma vez aos livros e autores, pois só isso pode ajudá-la, e nenhuma sagacidade e inteligência, pois elas não têm vida.

Em princípio, este artigo diz que tudo o que é enviado para nós na vida é enviado intencionalmente pelo Criador, e não devemos esquecer isso. Nós temos que tirar proveito de todos os obstáculos, a fim de avançar e ficar mais forte em nosso avanço.

Na verdade não há interferências. Todos esses obstáculos e barreiras são um trampolim. Se os vencermos, vamos avançar; se não, isso significa que vamos ter que superá-los indiretamente. Tudo depende da nossa participação.

A questão é que não nos são dados quaisquer obstáculos de cima que não possam ser superados. A Luz Superior opera de uma maneira que é adaptada para cada um de nós de acordo com as circunstâncias pessoais. Todos os obstáculos que encontramos são sempre adaptados às nossas capacidades. É o ego que temos que corrigir no próximo nível. Se a pessoa se lembra disso, ela se adere mais fortemente ao avanço em direção ao Criador, o professor, os livros e o grupo.

Assim, ela não é controlado pelo ambiente externo, embora esteja em boas relações com ele, mas internamente ela é fiel a si mesma e ao ambiente. Além disso, de forma gradual e sem palavras, ela começa a influenciar o ambiente de modo que, de repente, ele começa a mudar.

Vamos manter a conexão entre nós, de modo que a impressão da semana que passamos unidos, sentindo plenitude entre nós, e num estado maravilhoso só fique mais forte! Afinal de contas, cada um seguirá o seu caminho e cada um receberá suas interferências e nós temos que manter o espírito da garantia mútua, e nos comprometer que nada vai nos separar do grupo e que vamos superar todos os obstáculos e sentir que estamos juntos como se nunca tivéssemos ido em nossos próprios caminhos.

Se as interferências não nos puxarem em direções diferentes, vamos sentir ainda mais forte a conexão entre nós, e isso é realmente o que precisamos. Se pudermos fazer isso, então não há palavras que possam descrever o nível a que vamos subir imediatamente. Nós podemos cumprir o nosso sonho na semana que vem! Se todos nós, independentemente da distância entre nós, pensarmos no fato de que nossos amigos devem permanecer conectados, assim como estão agora, nós podemos ter certeza de que o Messias virá. A palavra Messias deriva da palavra hebraica “Moshech”, “puxar”, e a Luz Superior revelada completa todas as correções, tirando a pessoa do seu ego para a adesão completa com o Criador.

De uma Lição em Russo 07/02/14