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“Marx Estava Certo: Cinco Maneiras Surpreendentes Que Karl Marx Previu 2014”

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (da RollingStone): “Há muita conversa no ar sobre Karl Marx nos dias de hoje… Mas poucas pessoas realmente compreendem a crítica mordaz de Marx ao capitalismo. A maioria das pessoas é vagamente consciente da previsão do economista radical de que o capitalismo seria inevitavelmente substituído pelo comunismo, mas estas pessoas muitas vezes não entendem por que ele acreditava que isso fosse verdade…

“Aqui estão cinco fatos da vida em 2014 que a análise de Marx do capitalismo previu corretamente mais de um século atrás:

1. A Grande Recessão (Natureza Caótica do Capitalismo)

A natureza inerentemente caótica e propensa a crises do capitalismo era uma parte fundamental dos escritos de Marx. Ele argumentava que o impulso implacável por lucros levaria as empresas a mecanizar seus locais de trabalho, produzindo mais e mais bens, exprimindo os salários dos trabalhadores até que eles já não pudessem comprar os produtos que criavam. Com certeza, eventos históricos modernos da Grande Depressão à bolha pontocom podem ser rastreados até ao que Marx chamou de “capital fictício” – instrumentos financeiros como ações e swaps de risco de incumprimento (credit-default swaps). Nós produzimos continuamente até simplesmente não exista ninguém para comprar os nossos produtos, nenhum novos mercado, nenhuma dívida nova. O ciclo ainda está se desenrolando diante dos nossos olhos: de um modo geral, é o que criou o crash do mercado imobiliário em 2008. Décadas de aprofundamento da desigualdade reduziu a renda, o que levou mais e mais norte-americanos a contrair uma dívida. Quando não havia mais nenhum empréstimo de subprime no esquema, toda a fachada ruiu, assim como Marx sabia que aconteceria.

2. O iPhone 5S (Apetites Imaginários). Marx alertou que a tendência do capitalismo de concentrar alto valor em produtos essencialmente arbitrários poderia com o tempo levar ao que ele chamou de ‘uma subserviência planejada e sempre calculada aos apetites desumanos, sofisticados, antinaturais e imaginários”. É uma maneira dura, mas precisa de descrever a América contemporânea, onde desfrutamos de luxo incrível e ainda somos movidos por uma necessidade constante de mais e mais coisas para comprar… Enquanto as famílias chinesas ficam doentes com câncer com nosso lixo eletrônico, megacorporações estão criando campanhas inteiras de publicidade em torno da ideia de que devemos destruir produtos perfeitamente bons sem motivo.

3. O FMI (A Globalização do Capitalismo). As ideias de Marx sobre a superprodução levou-o a prever o que agora é chamado de globalização: a expansão do capitalismo em todo o planeta em busca de novos mercados. “A necessidade de um mercado em constante expansão para os seus produtos persegue a burguesia por toda a superfície do globo”, escreveu ele. “Ela deve se aninhar em todos os lugares, instalar-se em todos os lugares, estabelecer conexões em todos os lugares”. Enquanto isto pode parecer um ponto óbvio agora, Marx escreveu essas palavras em 1848, quando a globalização estava há mais de um século de distância. E ele não estava apenas certo sobre o que acabou acontecendo no final do século XX – ele estava certo sobre por que isso aconteceu: a busca incessante de novos mercados e mão de obra barata, bem como a procura incessante por mais recursos naturais, são bestas que exigem alimentação constante.

4. Walmart (Monopólio). A teoria clássica da economia assumia que a concorrência era natural e, portanto, auto-sustentável. Marx, no entanto, argumentava que o poder de mercado seria realmente centralizado nas grandes empresas monopolistas, na medida em que as empresas depredavam cada vez mais uma a outra …Os políticos fazem um discurso de quão pequeno é o lobby que permanece das pequenas empresas e julgam o mais violento dos abusos antitruste – mas para a maior parte, nós sabemos que um grande negócio está aqui para ficar.

5. Baixos Salários, Grandes Lucros (O Exército de Reserva do Trabalho Industrial) Marx acreditava que os salários seriam diminuídos por um “exército de reserva de mão de obra”, o qual ele explicou simplesmente usando técnicas econômicas clássicas: capitalistas desejam pagar o mínimo possível pelo trabalho, e isso é mais fácil de fazer quando há muitos trabalhadores flutuando em volta. Assim, depois de uma recessão, com uma análise marxista, nós poderíamos prever que o alto desemprego iria manter os salários estagnados enquanto os lucros subiriam, porque os trabalhadores estão com muito medo do desemprego para abandonar seus terríveis trabalhos de exploração.

Em Conclusão: Marx estava errado sobre muitas coisas. A maioria de sua obra centra-se numa crítica do capitalismo, em vez de uma proposta do que substituí-lo. Mas seu trabalho ainda molda o nosso mundo de uma forma positiva. Quando ele defendeu um imposto de renda progressivo, no Manifesto Comunista, nenhum país tinha um. Agora, há apenas um país sem um imposto de renda progressivo, e é uma pequena forma de como os EUA tentam combater a desigualdade de renda. A crítica moral de Marx ao capitalismo e seus ávidos insights sobre o seu funcionamento interno e contexto histórico ainda merecem atenção. Como Robert Heilbroner L. escreve: “Portanto, nós nos voltamos a Marx não porque ele é infalível, mas porque ele é inevitável”.

Meu Comentário: A opinião de Baal HaSulam é que, seguindo o mecanismo de desenvolvimento natural, Marx observou apenas os resultados das forças positivas e negativas, ou seja, criação e destruição que são produzidas na sociedade.

Assim, ele planejou suas táticas e não prestou atenção para os fatores causais que levam a tais conseqüências. É como um médico que não presta atenção à raiz da doença e trata o paciente com base apenas em suas manifestações externas (a medicina moderna age no mesmo princípio).

Universo De Einstein

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (da Nature): “Um manuscrito que permaneceu despercebido pelos cientistas durante décadas revelou que Albert Einstein uma vez se envolveu com uma alternativa para o que hoje conhecemos como a teoria do Big Bang, propondo em vez disso que o Universo se expandiu de forma constante e eterna. O trabalho recentemente descoberto [ele foi guarado à vista nos Arquivos Albert Einstein em Jerusalém] escrito em 1931, é uma reminiscência de uma teoria defendida pelo astrofísico britânico Fred Hoyle quase 20 anos mais tarde. Einstein logo abandonou a ideia, mas o manuscrito revela sua contínua hesitação em aceitar que o universo foi criado durante um único evento explosivo”…

“O manuscrito foi provavelmente ‘um esboço que começou com entusiasmo sobre uma ideia pura, e logo foi abandonado, na medida em que o autor percebeu que estava enganando a si próprio’, diz o cosmólogo James Peebles, da Universidade de Princeton, em Nova Jersey. Não parece haver nenhum registro de Einstein ter mencionado estes cálculos novamente.

“Mas o fato de que Einstein experimentou o conceito de estado estacionário demonstra sua contínua resistência à ideia de um Big Bang, que ele primeiro achou ‘abominável’, embora outros teóricos tivessem demonstrado que é uma consequência natural de sua teoria geral da relatividade”.

Meu Comentário: Embora em minhas palestras eu sempre mencione o Big Bang como o ponto de partida do início do nosso mundo, tudo o que nós estudamos é visto apenas em relação ao homem, ao observador, que, neste caso, sente e percebe o que é sentido “em si mesmo”, em suas propriedades e, portanto, é preciso falar não sobre o mundo à nossa volta e suas mudanças, mas sobre a mudança da nossa “percepção dentro de nós mesmos” e suas mudanças, na medida em que novos Reshimot se manifestam em nós. Veja a percepção da realidade na “Introdução ao Livro do Zohar“.

Com Relação Às Encruzilhas

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar“, Item 69:  Quando a pessoa aumenta o seu trabalho na interioridade da Torá e seus segredos, nessa medida ela faz com que uma virtude da interioridade do mundo – que é Israel – suba muito acima da exterioridade do mundo, que são as nações do mundo. E todas as nações reconhecerão o mérito de Israel sobre elas.

No fim das contas, se explicarmos a nossa mensagem ao mundo juntamente com o processo de desenvolvimento, tudo vai avançar de forma suave, boa e sem problemas.

Mas se não nos tornarmos um “canal” para a influência da Luz que Reforma, esta Luz irá influenciar e despertar os desejos de receber da maneira usual. Assim, as nações do mundo não vão sentir o poder do bem, da doação e do entendimento; elas não vão sentir o objetivo de nós. Em vez disso, na medida em que o desejo de receber aumentar nelas, tumultos e confrontos começarão entre elas; depois, isso vai ser dirigido ao povo de Israel em particular.

Desta forma, nós estamos numa encruzilhada: ou conseguimos transmitir ao mundo a linha de conexão com a Luz, ou como de costume, a Luz vai agir sobre o ego de cada um, e todo mundo vai realmente começar a enlouquecer, vai querer matar, “comer” o outro, até que isso aconteça ativamente…

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 02/03/14, Escritos do Baal HaSulam

Plenitude E Deficiência Num Partzuf

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que agrada mais o Criador: realizar um workshop com os amigos ou ler O Livro do Zohar juntos?

Resposta: No workshop, junto com os amigos, nós esclarecemos em nossa mente e coração as nossas deficiências e nossos vasos. Nós os despertamos e ativamos, por isso temos que discutir, sentir e invertê-los em diferentes direções. Assim, o workshop é bom e benéfico para o nosso trabalho interior. Durante o workshop de meia hora, a pessoa tem muitos pensamentos e mergulha em si mesma tentando coisas de um jeito ou de outro, sabendo e não sabendo. O workshop é a preparação de nosso vaso, nosso desejo, como se escavássemos a nós mesmos, esclarecendo o que temos dentro de nós, o que acontece conosco lá dentro.

Mas ao ler O Livro do Zohar, por um lado nós temos que sentir uma deficiência, e por outro lado uma plenitude. Durante este tempo nós estamos na fonte da Luz do Infinito, e através da nossa conexão com ela, temos que sentir que somos completos. Mas, ao mesmo tempo, temos que sentir uma deficiência, porque não conseguimos usar corretamente a Luz Infinita. Isto significa que devemos sentir essas duas coisas ao mesmo tempo.

A fim de descobrir toda a Luz do Zohar, nós temos que passar por todas as fases: Ibur (concepção), Yenika (sucção), Mochin (maturidade), e toda a escada dos níveis espirituais; só então seremos capazes de entender o que O Zohar afirma. Os autores do Zohar atingiram todos os 125 níveis e é desta altura que escreveram O Livro. Eles não escreveram do primeiro, segundo, terceiro, quinquagésimo ou septuagésimo nível, enquanto estavam avançando para o 125º nível. Primeiro eles atingiram todos os 125 níveis, e só então escreveram tudo desta altura.

Mesmo quando eles escrevem sobre níveis que são inferiores ao 125º nível, eles olham para eles e escrevem sobre eles da altura do 125º nível. É como um professor que ensina à primeira série que 1 + 1 = 2. Há uma grande diferença entre a maneira como ele compreende isso e a maneira como explica para seus alunos. Primeiro, eles ascenderam ao 125º nível e depois escreveram sobre os níveis inferiores.

Assim, mesmo durante a leitura de artigos que se referem às forças impuras (Klipot) ou ao nível mais inferior, nós ainda recebemos a Luz do Infinito através deles. Esta é realmente a altura de onde eles escreveram O Livro do Zohar. Por isso, não importa se nós estudamos uma curta passagem num nível inferior.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 25/02/14, Escritos do Baal HaSulam

Um Escudo, Nosso Caminho Seguro Para O Futuro

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual é a ordem das ações na aquisição de novas deficiências?

Resposta: Em primeiro lugar, nós temos que organizar um grupo e ver que criamos um determinado sistema nele. Depois nós começamos a aprender a sair do grupo para o público. No grupo nós estamos conectados de acordo com uma ideia interna, pelo nosso desejo de descobrir o Criador. Nós aprendemos este sistema a partir dos livros de Cabalá e descobrimos que deficiências devemos ter, o que exatamente vamos sentir quando descobrirmos o Criador, a força superior, e o que vamos ver e entender.

Nós aprendemos o que significa a revelação do Criador; o que significam as Luzes de NRNHY e os vasos de Keter, Hochma, Bina, Zeir Anpin e Malchut; o que são os níveis do superior e do inferior, e as fases de Ibur (concepção), Yenika (sucção) e Mochin (mente). Assim, nós nos preparamos para a revelação, recebemos o conhecimento de como atrair a Luz que Corrige, e também desenvolvemos os nossos sentimentos a fim de ansiar pela Luz que Reforma, pela correção. É assim que trabalhamos no grupo.

Mas se quisermos expandir a nossa deficiência, porque vemos que isso não é o suficiente, não podemos ficar apenas dentro do grupo. Nós podemos estudar e “estufar” desta forma entre nós por mais dez ou vinte anos e nada vai mudar. Esta é a razão pela qual o Criador abre vasos externos para nós e por isso nós vamos até eles. Nós começamos a estudar o método de educação integral, workshops, jogos, mesas redondas, etc., e assim saímos para o público.

Ao trabalhar com o público, nós realmente preenchemos o sistema espiritual que conecta os três níveis: o inferior, o superior e o superior do superior, e assim entendemos melhor o que fazemos. Nós nos incorporamos nos desejos do público e queremos ter êxito. Assim, nós sentimos um sofrimento adicional porque queremos doar às pessoas e fazê-las se sentir melhor. Nós sentimos que estamos interessados ​​nelas, visto que investimos nossos poderes nelas.

Além disso, o Criador providenciou razões diferentes para irmos ao público. Não importa se é por razões corporais ou espirituais. De alguma forma, Ele nos mostra que nós precisamos do público e que é ele o nosso escudo e o nosso caminho para o futuro. Os Cabalistas nos aconselham e a vida também nos mostra que temos que nos envolver com a disseminação. Assim, nós devemos constantemente ansiar pela expansão de nossas deficiências, no grupo e com o público, para aprofundá-las e esclarecer que forma elas devem ter e, assim, pudermos avançar.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 25/02/14

Um Grande Desejo Significa Uma Grande Intenção

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar “, Item 65: Você já sabe que existe uma relação inversa entre Luzes e vasos: nos Kelim, os superiores crescem primeiro (ver item 62), razão pela qual o primeiro era mais completo na parte prática do que o último. Mas com as Luzes, onde as inferiores entram primeiro, a última é mais completa do que a primeira.

Pergunta: Qual é o significado da “parte prática”? Ela se refere às Mitzvot (mandamentos) práticas?

Resposta: Estas são Mitzvot que realizamos entre nós no nível físico, porque nossas intenções ainda não foram suficientemente reveladas. Nós ainda não temos um desejo que seja profundo o suficiente.

A mesma coisa também é típica da evolução da humanidade. Com o tempo, nós gradualmente avançamos do trabalho físico para o trabalho mental, para áreas mais delicadas, quer se trate de mecanismos de precisão, nanotecnologia, biologia, etc.

Este já é o trabalho dos vasos pesados, aqueles que têm um grande Aviut (espessura) do desejo. Quando você resiste, há toda uma variedade de Luzes que correspondem à profundidade atual do seu ego. Você começa a trabalhar com as Luzes, com as intenções, com os vasos delicados, mas fortes, como com um feixe de laser em vez de instrumentos manuais. Até mesmo o pensamento torna-se um meio que nos permite mudar o mundo, e nós já estamos perto disso.

Antes, quando tínhamos um pequeno desejo, não conseguíamos penetrar no interior do mundo e descobrir todos os seus componentes. Sem uma grande inclinação ao mal não poderíamos dividir, classificar e organizá-lo.

Há o trabalho prático e o trabalho em nossa intenção: o primeiro é sempre em GE, enquanto o último é em AHP. Contanto que os vasos sejam puros, no nível de Aviut da fase da raiz, da fase um e dois, há uma vantagem para as ações. Em outras palavras, a intenção neste estado é chamada de uma ação. Diz-se: “Faça tudo o que estiver em seu poder”.

Essa ação não é realizada manualmente, mas a intenção é pequena. No entanto, ela não é suportada pela grande espessura do desejo e não é estabelecida acima da resistência. Eu ainda não estabeleço uma intenção oposta ao que é revelado dentro de mim.

Por outro lado, a verdadeira intenção sobe acima do desejo mais forte, no nível três e quatro de Aviut. Este é o lugar onde o verdadeiro ego está oculto, contra o qual eu tenho que trabalhar. Não é mais pouca coisa. Quando uma criança pequena obedece sua mãe mesmo quando ela não quer, é uma coisa, mas se você perguntar a um rapaz de 15 anos que já se sente maduro o suficiente e vence a mais forte resistência interior para fazê-lo, é algo totalmente diferente. Esta é a diferença entre uma ação e uma intenção, e isso tem a ver com as Mitzvot de fazer e não fazer.

Pergunta: Portanto, o que, neste sentido, são as ações físicas que realizamos no grupo: deveres, etc.?

Resposta: Essas ações também são consideradas de acordo com a intenção. Diz-se que Mitzvot não precisam de uma intenção, o que significa a intenção correta a fim de doar. Ainda assim, tudo é considerado de acordo com a intenção, mesmo que por enquanto ela seja egoísta, mas dirigida à meta.

“Eu quero chegar ao Criador”

“O que significa isso?”

“Eu não sei, ser bom”

“Mas ser bom significa a fim de doar”

“Portanto, eu quero agir a fim de doar!”

A verdade é que eu não tenho ideia do que significa doar e só digo que a quero, mas é o suficiente para fazer parte da correção.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/02/14, Escritos do Baal HaSulam

O Segredo Das Características Puras

Dr. Michael LaitmanO valor inverso das Luzes e vasos é uma lei que funciona e existe desde o princípio do mundo até o seu fim. Ela decorre do fato de que quanto maior o vaso (o desejo) e mais grosso (espesso) ele for, maior é a Luz que será descoberta por ele. Em outras palavras, a Luz se revela na parte pura pela parte grossa.

A parte pura e transparente da qual os vasos começam a crescer é chamada de Keter. A parte grossa do vaso é chamada de Malchut, e assim Malchut determina o tamanho da Luz que vai estar em Keter. Esta lei é idêntica em todas as dez Sefirot de tudo: de uma pequena célula, de alguma parte do mundo, ou da totalidade da realidade.

Na verdade, existem duas leis na lei do valor inverso das Luzes e vasos:

  • Uma lei é que eu descubro o Criador de acordo com o tamanho do meu vaso, do meu desejo. Isso significa que eu descubro os sabores dos alimentos de acordo com a minha fome.
  • Em segundo lugar, há a lei da equivalência de forma: quanto mais puro meu vaso, mais ele está em equivalência de forma com uma Luz maior e mais elevada.

Acontece que eu tenho uma parte grossa do vaso pela qual atraio e descubro as Luzes, e há uma parte pura do vaso pela qual sinto todas essas Luzes. Isto leva a muitos resultados diferentes neste mundo que nos confundem totalmente.

Para alcançar algo elevado na arte, por exemplo, as pessoas precisam se dedicar muito, embora sejam pessoas muito difíceis, grosseiras e físicas. Olhando de fora, parece que elas flutuam em algumas esferas superiores, mas, na verdade, elas são pessoas bem “pesadas”.

“Aquele que é maior do que seu amigo, o seu desejo é maior”. Isso decorre do valor inverso das Luzes e vasos, até mesmo aqui no mundo corpóreo. A fim de alcançar algo sublime e puro, você tem que passar por tudo na vida, e só então será capaz de criar alguma obra de arte elevada. Você tem que ser muito “sujo” e, como resultado, pode chegar ao topo.

Portanto, quando nos familiarizamos com as características puras nós descobrimos algo totalmente diferente, uma vez que elas contêm tudo. Assim, a pureza e o Aviut (aspereza, grossura) estão conectados, pois a relação entre “algo a partir de algo” e “algo a partir do nada” é inversa. Por um lado, “algo a partir de algo” deve apresentar a si mesmo, e, por outro lado, “algo a partir do nada” deve revelar a sua essência e o polo oposto que lhe falta. É assim que atingimos a espiritualidade.

Nós continuamos a avançar, ficamos mais sujos, caímos na lama, todas as gerações rolam num abismo, e isso é realmente o que nos prepara para a realização mais pura. De acordo com “algo a partir do nada”, eu descubro a Luz conforme o Aviut do meu desejo, e de acordo com “algo a partir de algo”, eu descubro a Luz conforme o nível da minha pureza. Portanto, há duas partes em meu desejo: a parte grossa que atrai a Luz e a parte pura que recebe a Luz.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/02/14, Escritos do Baal HaSulam

Uma Base Estável Para O Grupo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como o grupo deve trabalhar em sua conexão para se aderir ao Rav e não permitir que vírus externos puxem toda a sociedade para qualquer outro lugar?

Resposta: O grupo deve aprender o método de correção no caminho espiritual a partir do Rav, mas realizá-lo em si mesmo. A conexão entre os amigos deve fornecer a todos tal poder, tal fundamento, que eles também estarão prontos para se manter em seu lugar, sem o Rav. Eles precisam do Rav apenas para serem capazes de avançar constantemente na direção certa.

Mas no nível que já foi alcançado, o grupo já deve estar em tal conexão mútua que cria uma base estável, de modo que eles não precisam de ninguém; na conexão entre eles, eles descobrem o Criador, e assim avançam.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 27/02/14, Tópico da Lição: “Professor”

Uma Torneira Fechada Devido A Atributos Incompatíveis

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se um estudante está conectado ao seu professor, será que ele pode fazer algo contra a vontade do professor, de forma consciente ou por engano, e, assim, desligar sua torneira espiritual? Como é que este sistema funciona?

Resposta: A torneira vai ser desligada em qualquer caso, porque a lei da falta de equivalência de forma opera. Nesse caso, não pode haver uma conexão entre nós e há uma brecha (violação). Agora esta conexão deve ser renovada e isso depende do que causou a brecha, como eu a causei. Será que eu tenho que passar por quatro estágios de correção, será que eu tenho que sentir a profundidade da grandeza do superior, o reconhecimento do exílio, que significa a desconexão absoluta?

Eu posso ter errado por engano e posso ter feito isso de propósito. A forma como o pecado foi cometido faz toda a diferença. Há casos em que, após cometer um assassinato, a pessoa foge para uma cidade de refúgio ou é condenada à morte, e há casos em que nada é feito à pessoa quando o mesmo ocorreu durante um conflito militar ou se foi ao se defender de um ataque por alguém armado com uma faca. Há casos diferentes, mas isso está relacionado com a correção, com a reconstrução da conexão.

Se eu não tenho o mesmo desejo que o meu professor e não o agrado de forma alguma, eu simplesmente não estou conectado a ele. Se eu quero agradar o meu professor para receber algo em troca, eu estou em contato com ele, mas essa conexão é de acordo com a Luz Circundante. Eu estabeleço isso, mas, por enquanto, de forma alternativa, não diretamente. Eu não posso me relacionar com o meu professor de forma direta e agradá-lo. Eu o agrado apenas para poder me beneficiar dele, ou seja, para receber, mas na verdade eu quero agradá-lo e, através dele agradar o Criador.

Eu planejo essa cadeia, mas, por enquanto, não sei como fazer isso. É como se eu já tivesse escolhido o caminho certo de acordo com minha capacidade, de acordo com meus atributos. Isso se chama trabalhar indiretamente, entre GE e AHP, mas, por enquanto, eu não tenho essa conexão. Eu não me anulo perante o superior, mas estou conectado a Ele através da Luz Circundante. Somente se eu não puder estar em contato direto com Ele de acordo com a minha natureza, o que significa que eu sou obrigado.

Mas se não está claro que eu trabalho contra a sua vontade, não há esperança de que vou receber algo dele. É assim que nós começamos a sentir que temos uma mente nova  e diferente. É como se eu parasse de fazer as contas no nível deste mundo, de acordo com o meu senso comum, com os meus pensamentos e minhas soluções, uma vez que esta conta é totalmente incompatível com o nosso sistema.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 27/02/14, Tópico da Lição: “Professor”

Trabalho Prático É Mais Importante Do Que Aprender

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Um Discurso para a Conclusão do Zohar“: Agora você pode entender o que nossos sábios disseram (Berachot 7): “Servir na Torá é maior do que estudá-la, como se diz, ‘Eliseu, filho de Safate, está aqui, que derramou água sobre as mãos de Elias’. Ele não disse que estudou, mas derramou”. Isso é desconcertante; como atos simples podem ser maiores do que o estudo da sabedoria e o conhecimento?

Mas, de acordo com o acima exposto, nós entendemos completamente que servir o seu Rav com corpo e alma, a fim de trazer contentamento ao seu Rav leva a pessoa à Dvekut com o Rav, isto é, à equivalência de forma. Assim, a pessoa recebe os pensamentos e conhecimento do Rav por meio do “boca a boca”, que é Dvekut de espírito com espírito. Por isso, a pessoa é recompensada com a obtenção de Sua grandeza suficiente para transformar a doação em recepção, para se tornar combustível suficiente para a devoção, até que ela é recompensada com Dvekut com o Criador.

Se houver uma intenção corrigida, certamente o estudo será mais importante do que tudo. No entanto, uma vez que a intenção não é corrigida, o estudo será necessariamente para si mesmo. Portanto, o estudante deve fazer o possível para dar alegria ao Elyon (superior) na medida em que não pode fazê-lo feliz ao estudar com a intenção de dar contentamento ao Criador. Assim, o máximo que lhe resta são as ações materiais.

Embora a ação também seja com a intenção de receber, o próprio fazer permanece e, portanto, atrai a Luz a ele. Apesar disso, de alguma forma, o inferior transmite ao superior o que está em seu poder transmir. Como está escrito: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças” (Eclesiastes 9:10). Assim, é criada uma conexão entre eles, onde cada um dá ao outro. Portanto, Eliseu fez a coisa certa ao derramar água sobre as mãos de Elias.

Servir ao corpo e a alma do professor significa agir de acordo com os desejos do professor. Em particular, isso se relaciona à disseminação, porque esta é a principal coisa que os Cabalistas recomendam para nós, pois eles são nossos ancestrais espirituais. Portanto, ao se ocupar com a disseminação, é como se estivéssemos dando a eles, servindo-os, e dessa forma atraímos a Luz que Corrige até nós através deles. Não há maior doação ao superior do que a continuação de suas atividades, de sua Torá, e seu ensino, trazendo uma quantidade cada vez maior de almas a ele a fim de uni-las e levá-las ao Criador que irá preenchê-las, mas é especificamente com isso que nós Lhe damos contentamento.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 27/02/14, Tópico da Lição: “Professor”