Julgamento E Misericórdia Na Cozinha Da Familia

Dr. Michael LaitmanEu recomendo workshops, discussões conjuntas e exercícios práticos para os casais. Comecem com a pergunta: “O que significa ‘um está incluído no outro’  do ponto de vista do julgamento e do ponto de vista da misericórdia?”

Julgamento significa agir pelo bem do meu ego, e misericórdia significa agir pelo bem do ego da minha esposa. Minha tarefa agora é esclarecer o que significa a “linha média”, onde eu constantemente tento manter um equilíbrio entre julgamento e misericórdia. Ou seja, eu tento doar à minha esposa tanto quanto possível, mas faço isso para obter um bom exemplo dela, para receber uma boa reação, ou seja, um bom relacionamento dela.

Se eu estou preocupado apenas comigo isso é chamado de “linha esquerda”. Se eu levar em conta o ego da minha esposa e estiver pronto para cumprir tudo o que ela me pede, isso é chamado de “linha direita”. Em outras palavras, a linha esquerda é o julgamento e a linha direita é a misericórdia.

A linha esquerda ou julgamento são todas as exigências que eu apresento à minha parceira e quero que ela as satisfaça. A linha direita ou misericórdia são todas as exigências da minha esposa sobre mim. Portanto, é claro que o julgamento e a misericórdia, a linha direita e a linha esquerda, se contradizem.

E quando eles vão parar de lutar entre si e conseguir receber satisfação plena? Isto é possível se a pessoa se torna serva do outro. Ou seja, com uma decisão unilateral onde eu recebo a minha esposa para ser minha serva e a conquisto, de modo que ela vai me obedecer ou ela faz isso por mim.

Mas há uma oportunidade para nós dois nos satisfazermos de uma forma aperfeiçoada, muitas vezes superior do que através da servidão do parceiro. Para isso, é necessário que cada um inclua o ego do outro. Faz sentido que nós precisemos trabalhar apenas na conexão entre nós. Quanto mais eu posso satisfazer o ego da minha esposa e ela ao meu, mais nos satisfazemos.

Como não perder o equilíbrio? Para fazer isso, nos precisamos nos manter num sentimento compartilhado de conexão entre nós, num determinado ponto de equilíbrio, como se nos situássemos na ponta de uma agulha. Nós precisamos de um ponto de conexão como este, uma gota de unidade, que exige reciprocidade para não exceder e perder o equilíbrio.

Aqui nós precisamos de um sentimento compartilhado chamado “acoplamento”, onde ambos estão unidos com um único desejo de doação mútua em prol de uma conexão recíproca. Nós agarramos o ego um do outro como um meio onde, através de sua satisfação, construímos a conexão entre nós. Assim, o ponto compartilhado que nos conecta é chamado de “tela”.

Nós dois estamos conectados com o desejo mútuo de satisfazer um ao outro e tentamos não perder o equilíbrio, ao nos sentir todo o tempo como um todo. Este sentimento é renovado e fortalecido em nós o tempo todo: novos pensamentos e sentimentos estão sempre aparecendo em nós, movendo-nos para frente. Nós nunca ficamos no mesmo lugar.

De KabTV “Uma Nova Vida # 46” 01/08/12