Verificando A Bússola Em Cada Etapa

Dr. Michael LaitmanTodas as nossas ações devem ser direcionadas para a correção final. Caso contrário, esta ação é imperfeita. Nós buscamos sempre o final e nesta base considerarmos todos os estados.

Em seu tempo, Abraão mandou enviados para os países orientais. Os patriarcas tiveram que lidar com Agar e Ismael (que representam a linha à direita), com Esaú (representando a linha à esquerda), e com Labão e outros personagens (simbolizando várias propriedades). Tudo isso foi necessário para introduzir detalhes específicos de percepção que serão manifestados no final das gerações. As guerras com Amaleque, com as nações que viviam na terra de Israel, não foram limitadas por esse “lugar” – ou seja, parte do desejo – acima do que foi necessário subir e superar naquele momento. Não, tudo visava inicialmente à correção final. Todos os esforços são acumulados e gradualmente adicionados ao todo.

Os patriarcas perceberam as preparações necessárias para receber a Torá, e assim a preparação continuou pelo caminho da correção do povo de Israel, com a mesma intenção, para estar pronto para corrigir o mundo.

Há mais cálculos do que parece. Todas as etapas pelas quais Israel tem atravessado são causadas não só pelas necessidades do seu desenvolvimento, mas também pela sua finalidade: tornar-se o meio de correção para o mundo. Essas pessoas receberam a Torá não só para se corrigir, mas também para estar prontas para ajudar o mundo mais tarde.

Baal HaSulam escreve sobre isso em seu artigo, “A Entrega da Torá” e “A Garantia Mútua”. Tudo está interligado e o fim da ação está inato no plano original, e é por isso que devemos manter o curso ao Infinito (Ein Sof).

Afinal, a cada degrau da escada espiritual, a uma resolução cada vez maior, com maior definição; nós alcançamos o mundo do Infinito, um sistema analógico redondo e integral, onde tudo está interligado. Seja um feto no ventre da mãe, um bebê, uma criança, um adulto, nós sempre estamos falando de um sistema perfeito, que tem todas as peças necessárias. É apenas que alguns deles são incorporados num desenvolvimento potencial, enquanto outros já foram formados.

Realmente não importa o que está diante de nós: um “gene espiritual” (Reshimo) no qual o mundo está escondido ou o mundo inteiro. Eles são a mesma coisa. É que primeiro nós alcançamos a Reshimo, e depois ela se abre em nossa percepção.

Portanto, o sistema é sempre perfeito. É o mesmo Infinito. Ele só é revelado dependendo da pessoa que o alcança. É por isso que ao querer atingir a espiritualidade, eu devo imaginá-lo completamente corrigido. Caso contrário, eu não o alcanço através do meu desejo, eu não pretendo doar.

O cálculo é o seguinte: no estado corrigido, eu doo ao Criador. Para isso, eu devo preparar os vasos de recepção, ou seja, as “nações do mundo”. Para isso, eu tenho que me preparar para estar conectado a eles. Assim, estendendo a linha do fim até o começo, eu começo qualquer ação.

Por outro lado, se em todas as minhas ações eu não busco a correção do mundo, a fim de trazê-lo para o Criador, se eu esqueço que Ele é revelado e desfruta precisamente o desejo do mundo, se eu não permeio minhas ações totalmente com doação, então eu não faço nada. Assim, eu sou como um plugue que obstrui o caminho de todos e que representa as forças de impureza.

A cada passo, nós devemos criar esta imagem mental, esse cálculo, constantemente adicionando a ela e expandindo-a. Em primeiro lugar, eu calculo beneficiar a mim mesmo, depois a minha família, depois a minha cidade, o meu país, e, no final, toda a humanidade. Como o Baal HaSulam escreve, hoje nós somos todos uma família. Portanto, eu poderia me isolar do mundo? Nesse caso, eu não estou me dirigindo à doação.

Assim, cada vez, na medida das minhas forças, eu preciso imaginar toda a cadeia até o fim. Isso é suficiente para me tornar semelhante à Luz e atraí-la à correção.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 04/06/13, Escritos do Baal HaSulam