Se Você Não Sabe Como, Não Toque

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Paz no Mundo”: Portanto, nós temos que compreender e ter muito cuidado ao projetar uma falha em qualquer item da criação, dizendo que é redundante e desnecessário, pois isso seria calúnia sobre seu Operador.

A humanidade está começando a perceber, depois que sofreu com as teorias “inteligentes”, que é necessário erradicar “extras” para o de bem-estar de todos. Uma vez, houve um parecer que o nosso corpo tinha partes “desnecessárias”. Até agora, nós praticamos o regulamento social pelos critérios artificiais, inventados. Na educação, cultura, economia, política, comércio, em todas as áreas, nós podemos recorrer a medidas não naturais e formas de governo. A consequência disso é que as distorções elevam o nível do nosso sofrimento à crise mundial.

Na verdade, nós precisamos aprender o desenvolvimento correto da natureza. Inicialmente, ela é perfeita e nós somos sua consequência. Nossos pensamentos e sentimentos também se originam do que ela nos deu. Então nós apenas temos que imitá-la, tomar o seu exemplo.

Na verdade, muitas das tecnologias mais recentes são baseadas no conhecimento dos sistemas naturais e mecanismos na tentativa de reproduzi-los artificialmente.

Nós devemos fazer a mesma coisa na sociedade, nas nossas relações sociais, econômicas, comerciais e outras relações. Se nós tivéssemos copiado a natureza em nós mesmos, poderíamos ter nos livrado de todos os problemas.

É de conhecimento comum que o Criador não completou criação quando a criou. E nós podemos ver em cada canto da realidade, geral e particular, que ela cumpre as leis do desenvolvimento gradual, de ausência até a conclusão do crescimento. Por esta razão, quando o fruto tem sabor amargo no início do seu crescimento, isso não é considerado uma falha no fruto, já que todos nós sabemos a razão: o fruto ainda não concluiu seu desenvolvimento.

Assim é em todos os elementos da realidade: quando algum elemento parece ruim e prejudicial para nós, é apenas por causa de um autotestemunho desse elemento, que está ainda na fase de transição – no processo do seu desenvolvimento. Portanto, nós não podemos decidir o que é ruim e não é sábio para nós emitir uma falha nele.

Nós podemos dizer que o mundo está evoluindo e que estamos descobrindo as coisas mais complexas nele, ou podemos dizer que estamos nos desenvolvendo e que é por que vemos o mundo em formas mais avançadas e complexas.

Se nós estamos falando do mundo exterior ou do mundo dentro de nós não importa. A conclusão final pode ser simples: “Não toque a Natureza. Não mexa nela com as mãos “sujas” e sua mente estúpida que é capaz de ver apenas o que está a um milímetro do seu nariz. Melhor você cuidar de si mesmo. Você tem o globo. Assim, tente viver em paz com ele; senão, isso não será bom para você”.

Com nossa mente corrupta, nossas mãos “sujas” — ou seja, egoístas — nós podemos interferir nos assuntos da Terra, na riqueza e nos recursos que são limitados. Eles nos são dados apenas para avançarmos de forma equilibrada de acordo com a natureza, e não negativamente contra este sistema abrangente universal.

Se nós percebemos nossa atitude negativa, a natureza imediatamente começa a defender-se automaticamente e nos deparamos com as consequências de nosso erro crescente em sua resposta. Isso causa grande sofrimento, crise e ameaça à nossa existência: o perigo de aniquilação.

Tudo isso porque não entendemos: a natureza é perfeita, e nós só precisamos aprender a aderir totalmente a este sistema de forma equilibrada.

Pergunta: Isso significa que temos que adotar o vegetarianismo, naturalismo, ambientalismo e outros métodos deste tipo?

Resposta: Se eles se originassem de profundos e exaustivos estudos da natureza, eu teria concordado com eles, sem mesmo me familiarizar com eles completamente. Toda a questão reside na abordagem e exploração racional.

O princípio é simples: o ser humano não está proibido de fazer algo que não perturbe o equilíbrio natural. Claro, nós podemos comer carne e peixe, cortar árvores, plantar vegetais e aproveitar a vida. No entanto, devemos sempre saber onde está o limite além do qual há ações direcionadas contra o equilíbrio, e quão bem nos encaixamos no sistema da natureza.

Como posso verificar isso? Somente através do meu egoísmo. Onde eu o utilizo, lá, o mal começa. Afinal, a natureza é um sistema analógico totalmente altruísta, baseado na doação mútua. Todas as suas partes, semelhante aos órgãos do nosso corpo, cuidam apenas do bem-estar do todo. Esta é a maneira que nós devemos ver a natureza a fim de verificar a mesmos. Nós agimos de forma semelhante? Nós procuramos perfeição, ou não?

Isso é o que significa agir não artificialmente, mas naturalmente, para estar em constante amor e doação, que é a lei da natureza, em vez do egoísmo que busca sua própria vantagem. Assim, no nosso nível, nós podemos realizar a lei da natureza, “Ama a teu próximo como a ti mesmo”, a lei pela qual vivem todas as suas partes.

Um predador, devorando a presa, nunca faz isso pelo prazer do sofrimento dos outros. Ele caça apenas para se alimentar e nada mais. Quanto mais profundamente nós compreendemos a natureza, mais nos tornamos convencidos disso.

Nesse sentido, nós precisamos entender o que e quanto devemos receber da natureza. Não há nenhum problema se podemos usá-la apenas para viver com ela em equilíbrio; em outras palavras, se todas as nossas ações são para o bem dos outros, para o bem da natureza inanimada, vegetal e animal.

Como isso é alcançado? Primeiro, nós precisamos corrigir a nossa própria natureza. Afinal, o que os níveis inferiores executam instintivamente, nós devemos perceber no que chama “acima da razão”, acima do egoísmo, e para isso estudamos o método de educação integral.

Pergunta: Na natureza, o forte come o fraco, e ele não perturba a harmonia. No entanto, isso causa um efeito devastador entre as pessoas.

Resposta: O egoísmo não corrigido atua sobre nós. No entanto, esta lei deve ser efetuada de modo diferente entre as pessoas: o forte ajudando o fraco na correção. O lobo comendo as ovelhas traz correção, por exemplo, ajudando a população a se livrar dos animais fracos. Assim, nós devemos ajudar uns aos outros de acordo com o mesmo princípio de harmonia e equilíbrio, mas não comendo, e sim amando igualmente a todos no nível humano, comprometendo-nos pelo bem dos outros.

Pergunta: Como podemos medir nossa força ou fraqueza neste contexto?

Resposta: Por meio do serviço aos outros. Se eu sirvo a eles ou os utilizo.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 09/06/13, Escritos do Baal HaSulam