Um Anjo – Escavando No Lixo

Dr. Michael LaitmanNós temos que tentar imaginar cada vez mais corretamente o que vemos, e em vez da externalidade ver a internalidade. Eu e o meu professor (Rabash) costumávamos ter discussões sobre as forças que víamos por trás desta imagem do mundo.

Uma vez eu vi um cavalo na rua comendo numa lata de lixo e, de repente, o Rabash me disse: “Olha, isso é um anjo!”. Eu fiquei surpreso, porque não via nada, exceto o cavalo comendo as sobras da nossa refeição. No dia seguinte eu lhe pedi mais informações sobre o que ele tinha dito, tentando aprender a ver as forças internas por trás deste mundo.

Se eu vejo uma imagem que está focada na minha retina ou na parte de trás do cérebro, esta é a forma como as forças são retratadas para mim, como numa tela de computador, que juntas compõem uma forma. Mas essa forma não existe em si mesma. Eu só preciso dele para que eu possa me agarrar a algo. Na verdade, é a expressão de uma atitude daquele que me dá, que me doa por meio de algum objeto.

Há três componentes: aquele que doa, a sua doação para mim, e seu impacto sobre mim, que isso cria alguma forma. Através dessa forma, eu preciso voltar para aquele que doa, a fim de entender o que ele quer de mim mostrando-me esta forma. Se eu vejo um cavalo, o que o Criador quer me dizer mostrando-a a mim: qual é a combinação de forças, qual é Sua atitude em relação a mim, que tipo de reação Ele espera de mim? Como é que eu tenho que tratar este cavalo e, através dele, aquele que doa, aquele que está me mostrando este filme? Temos que aprender tudo isso.

Agora, nós vemos o mundo na sua forma externa e não o conteúdo interno. Isto é muito útil e não serve para nos confundir de propósito como nós geralmente pensamos. Na verdade, ele nos ajuda a atingir a percepção espiritual! Isso porque nós temos que nos esforçar para mudar da forma externa para a forma interna.

Eu prometo que se você começar a “penetrar” nos amigos e ver os “pontos no coração” que estão amarrados juntos, você começará a notar que o mundo inteiro é feito da mesma maneira. Você vai entender que as pessoas não são imagens externas, mas desejos, “pacotes” de energia. Todas estão em algum tipo de relacionamento e você pode influenciá-las e elas podem influenciá-lo. Você verá as forças e não corpos!

Mesmo hoje nós já tratamos uma pessoa como algum tipo de força e falamos sobre sua essência, mas você precisa penetrar mais profundamente. O fato de que nós não vermos o mundo em sua forma espiritual, mas na sua forma externa, e a diferença entre as duas, sempre nos mostra que ainda não chegámos à adesão com o ambiente.

No momento em que nos aderimos ao ambiente e atingimos o primeiro contato, toda essa confusão desaparece imediatamente. Você vê as pessoas, mas você se relaciona com sua essência e não com os valores externos. Assim como um bom psicólogo que quando olha para as pessoas imediatamente vê a sua essência, seus desejos, pensamentos, tendências e desvios.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 03/01/12, “Estudo das Dez Sefirot