A Crise Da Civilização Européia

Opinião: (Veniamin Popov, Diretor do Instituto de Negócios Estrangeiros do Estado de Moscou, de ng.ru): “O século XXI é marcado pela aceleração dos processos sócio-econômicos e políticos no mundo, sua crescente diversidade e complexidade. Cataclismos se tornaram tão frequentes que somos incapazes de avaliar a essência dos fenômenos e tirar conclusões.

“A crise da civilização ocidental é óbvia. Dois processos históricos estão chegando ao fim:

• o eurocentrismo do mundo está se desintegrando, as civilizações orientais estão se fazendo presente;
• os 200 anos da antiga civilização industrial estão chegando ao fim, e uma civilização integrada está nascendo.

“A necessidade de uma renovação sistemática da estratégia global é irreversível. Sua finalidade é a formação de uma nova forma de produção e consumo, que proporcione equilíbrio entre a natureza e a sociedade, supere o abismo entre ricos e pobres e forme uma verdadeira estrutura multi-polar no mundo com base no diálogo e parceria de países e civilizações.

“A Europa deu ao mundo a ciência, tecnologia, cultura, progresso, poder, liberdade e conforto. Mas a Europa de hoje está se degenerando. Para manter a sua subsistência, os europeus são obrigados a aceitar força de trabalho estrangeira, o que provoca conflitos interétnicos. A União Européia não foi capaz de elaborar uma política eficiente para incorporar os imigrantes na sociedade moderna.

“Os problemas econômico-financeiros tornaram-se o outro lado da crise do sistema da civilização ocidental. Eles foram causados pela ganância irrefreável de bancos e corporações, que continuaram forçando os países a viver além das suas possibilidades. O crescente fluxo de capital virtual saiu do controle da sociedade e se separou do movimento da economia real.

“A separação entre os muito ricos e os muito pobres tornou-se enorme. A aspiração em atingir o máximo de lucros aumenta a agressão, a ganância e o desejo de assumir o controle. Face à uma crescente falta de recursos, os círculos que governam as nações européias estão se tornando mais agressivos.

“A Revolução global da informação ameaça a cultura e a moral. A degradação moral, o colapso da união familiar, as uniões do mesmo sexo, a dependência de drogas, o alcoolismo, prostituição e pedofilia estão aumentando.

“A distância entre o governo e o público em geral, e o declínio da confiança política estão crescendo nos países Europeus.

“Como o domínio da civilização ocidental está chegando ao fim, um novo gigante está aparecendo na arena mundial: as civilizações asiáticas, onde mais da metade da população é de jovens com grande potencial humano e recursos naturais, que preferem o autoritarismo ‘benevolente’ ao pragmatismo moral”.