A Crise É O Nascimento De Algo Novo

Dr. Michael LaitmanQuando nós lemos O Livro do Zohar, temos que imaginar a rede de todas as pessoas no mundo e como esse sistema superior é revelado. Então, entenderemos que Aba ve Ima, YESHSUT e ZON, que O Zohar descreve, são os tipos de conexões entre nós.

Nós estamos num sistema que nos liga um com o outro. Nos laços entre nós há dez Sefirot. Dez Sefirot é todo um mundo: Zeir Anpin e Malchut são ZON, Hochma e Bina são os Aba ve Ima e YESHSHUT (Israel Saba ve Tvuna) superiores, Keter é Atik e Arich Anpin, metade superior e metade inferior.

Nós podemos dividir a conexão entre nós em cinco mundos ou cinco Sefirot: Keter, Hochma, Bina, Zeir Anpin, Malchut, ou em ZON, Aba ve Ima e Keter, e assim por diante. Nós aprendemos sobre toda esta estrutura no mundo de Atzilut.

A Crisis Is The Birth Of Something New

Se eu me torno semelhante a você, através disso eu realmente tenho que me corrigir em todos estes relacionamentos. Claro, isto é apenas até certo ponto e não ao nível do Gmar Tikkun (o fim da correção). À medida que eu faço isso eu me aproximo de você.

Existem 125 níveis entre uma pessoa e outra. Quando cada um alcança seu amigo ao máximo, ele atinge todo o sistema, porque o individual e o geral são iguais. É assim que nós avançamos.

A sabedoria da Cabalá nos ensina sobre o que está entre nós. Não sobre nós mesmos, mas sobre os laços que nos mantém juntos, os tipos de conexões entre nós. Isso é o principal. É por isso que, por exemplo, nós estudamos o que significa o início de um mês (Rosh Hodesh), e o que significa o início da semana, o fim da semana, o Sabbath ou os feriados. Estas são formas diferentes de conexão que existem nesta rede, de acordo com ações especiais que ocorrem neste sistema.

A rede funciona de acordo com seu objetivo. Cada um de nós é o desejo de receber. Este desejo não é nada, um boneco, o nível inanimado do inanimado: o pó do qual tudo foi criado.

O sistema desperta o pó e, gradualmente, revive-o, e então nós (os blocos de matéria-prima) começamos a nos desenvolver. Este sistema se desenvolve sozinho, fortalece e mantém tudo. Não há nada além dele. Nós vivemos neste sistema.

Por isso, diz-se que a Luz superior que habita neste sistema revive todo o mundo. Ela nos desperta de duas maneiras. Por um lado, ela desperta em nós a deficiência para nos conectar com os outros, pois, caso contrário, nós não receberemos a vitalidade suficiente. Afinal, a nossa vitalidade depende de nossa inclusão no sistema onde ocorrem diferentes processos de troca, assim como em nosso corpo, nos sistemas circulatório, linfático, nervoso e outros sistemas.

A vida é a conexão entre os elementos, a entrada e a saída de energia, o metabolismo. Na rede de conexões entre nós, a troca está no nível dos nossos desejos.

Portanto, nós devemos imaginar como podemos despertar o sistema por nós mesmos, não esperando que ele nos desperte “em seu tempo (Beito)”, de acordo com o plano, que geralmente tem efeitos desagradáveis ​​em nós.

Se nós pudermos despertar o sistema, nós vamos senti-lo como agradável, porque enquanto ele desperta, nós vamos começar a entendê-lo, a concordar com ele, a concordar com a idéia de que temos que doar, para estarmos unidos um com o outro, e sermos incorporados neste sistema. A lei geral do sistema é a lei da garantia mútua, a conexão mútua absoluta entre todas as partes. Esta é a lei de um corpo saudável, que está em harmonia, numa perfeita conexão global e integral.

É por isso que lemos O Livro do Zohar, que fala sobre este sistema. Os Cabalistas não nos dizem nada além disso. Não há nada mais pra falar do que isso. Nosso mundo é uma cópia oposta deste sistema, uma cópia totalmente corrupta. Isto significa que os laços parecem existir, mas nós não os vemos, nós não os estudamos corretamente e não sabemos como usá-los. Tudo é oposto.

A crise que é revelada hoje é, na verdade, a revelação da rede entre nós. Em grego, por exemplo, a palavra crise significa um ponto de virada, ou seja, correção e não corrupção. E isso é de fato uma correção.

Em hebraico, a palavra “crise” (Mashber) também se refere às “pedras de nascimento”, um lugar especial onde as mulheres em trabalho de parto costumavam sentar-se no passado. O RASHI escreveu sobre isso em seu comentário à Torá (Êxodo 1, 16).

Portanto, vamos ler O Livro do Zohar e eu espero que a rede entre nós seja revelada.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 02/10/11, O Zohar