Governado Por Ídolos

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Paz”: As pessoas dividiram e separaram cada ação geral em si mesma, isto é,  a força, a riqueza, a dominação, a beleza, a fome, a morte, a doença e assim por diante. Elas designaram a cada uma seu próprio supervisor e expandiram o sistema à vontade.

Eu quero alcançar todos os tipos de coisas na vida. Para conseguir isso, eu peso cada qualidade que é boa para mim e procuro o apoio da natureza quando tento obtê-la. Eu atribuo uma força específica para a natureza que me ajudará. Por exemplo, eu não tenho coragem. Isso significa que eu preciso do deus da guerra. A fim de ter um monte de dinheiro, eu preciso de um deus responsável pela riqueza. É assim que eu “encontro” forças auxiliares na natureza para mim.

Se eu não conseguir alguma coisa, então, aparentemente, existem divindades ruins na natureza que devem ser cultivadas e bajuladas para que elas respondam da mesma maneira.
O desejo egoísta cresce constantemente e me traz cada vez mais decepções, enquanto que em resposta a pessoa desenvolve este tipo de atitude “mitológica” para com a natureza, atribuindo independência às suas diferentes forças chamando-as de divindades.

De certa forma, a humanidade já passou por esta fase por meio das religiões, embora ela ainda esteja imersa em superstições. As pessoas acreditam em todos os tipos de forças, sinais de sorte e azar. De que forma a compra de uma fita vermelha difere de fazer um sacrifício para algum deus através de uma árvore “sagrada”? É a mesma coisa, o mesmo nível.

É aqui que a humanidade se encontra em nossa época “progressista”. As pessoas começaram esta prática há milhares de anos e não mudaram até hoje. Da mesma forma como antes, elas ainda acreditam na ajuda de objetos especiais que são vendidos a elas, e no efeito de contribuições monetárias que, aparentemente, vão diretamente para a conta de certo deus que pagaria com a ajuda milagrosa. Todos os credos e religiões são construídos sobre estes esquemas.

Sem a correção interior do homem, que o levará ao nível de conexão com a força superior da natureza, tudo o resto é essencialmente “adoração de ídolos”, na terminologia da ciência da Cabalá. Afinal, eu não quero mudar a mim mesmo, mas alguma força externa, de modo que ela se torne mais graciosa para mim.

É assim que nós devemos sucessivamente passar do materialismo para a fé, que atribui um pensamento, uma vontade, um plano para a natureza. E pareço ser capaz de mudar tudo isso por meio de certas ações externas. Acontece que uma cerimônia simples me permite “modificar” o objetivo e o programa da criação.

Portanto, que deus é esse que pode ser mudado? Que tipo de “todo-poderoso” é ele, se a sua atitude bondosa pode ser comprada com “dinheiro”? Assim é o quão baixo está o nível atual da humanidade.

Apenas se a pessoa obtém forças e usa todo um complexo de meios para mudar a si mesma, subindo ao nível de Deus, o Todo-Poderoso, a força superior, é que este método é prático, autêntico e correto. Somente ele é realmente realista. Simplesmente não existem outros caminhos além dele.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 1/08/11, “A Paz”