A Linguagem Comum Entre Nós E O Criador

Dr. Michael LaitmanQuanto maior o obstáculo no meu caminho, mais “ajuda em contra” eu percebo nele, ou seja, que eu me torno semelhante à Luz de acordo com o caráter e as qualidades do meu egoísmo. Se eu me elevo acima do meu egoísmo, de todas as suas qualidades, eu posso me tornar semelhante à Luz. Caso contrário, eu não saberia como igualar-me a ela.

Eu tenho que sentir todos estes obstáculos nos mínimos detalhes. Eu me incluo neles, e me elevo acima deles através da força da Luz. No entanto, são exatamente eles que me moldam na forma da Luz, já que nem a Luz nem o desejo de desfrutar têm sua própria forma. De que outra maneira nós podemos conseguir essa semelhança? Como nós podemos conectar dois opostos absolutos: o desejo e a Luz?

Por esta razão, eles são divididos por partes, degraus da escada, ou níveis, como forma de conexão entre eles. O desejo de desfrutar, através da absorção de todos estes obstáculos, acaba tornando-se semelhante à Luz. Dentro dele permanece o mesmo desejo de receber prazer. No entanto, esses filtros o ajudam a tornar-se semelhante à Luz. Ele só precisa superar esses filtros! Ele não deve tomá-los como obstáculos que enfraquecem a Luz, mas sim incluí-los em si mesmo, sob a forma oposta. Isso se chama avançar através da “fé acima da razão”.

Nós precisamos nos elevar do estado onde Bina está incluída em Malchut, e Malchut governa Bina, para o estado oposto: onde Bina governa Malchut e as qualidades de Bina tornam-se as determinantes. Todas essas formas entre o Infinito (Keter) e a quarta fase, a fase final (Malchut), são chamadas de nomes (qualidades) do Criador. Elas servem de exemplo para a Luz criar Malchut e influenciá-la.

Ao mesmo tempo, Malchut pode usar o HaVaYaH oposto (dela até Keter) e ser revestida pela Luz (convergir com a Luz), a fim de tornar-se semelhante a ela. Estas oito Sefirot entre Keter e Malchut são como uma língua comum possível entre a Luz e o desejo, entre o Criador e a criatura.

Por esta razão, elas são chamadas de nomes sagrados, uma vez que um nome é uma revelação, ou seja, a realização da qualidade específica do Criador em relação a nós, Malchut. No entanto, o que eu não atingir, eu não posso definir por um nome.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabala 7/09/10, Talmud Eser Sefirot