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Não Olhe Para Trás

Recebi uma pergunta: O senhor sempre nos adverte de que não devemos olhar para trás, como a mulher de Ló que se virou para olhar para Sodoma e se tornou uma estátua de sal. Com isso o senhor quer dizer que quando estamos muito inspirados depois de um Congresso ou de uma atividade de disseminação, não deveríamos pensar sobre isso, mas aspirar por algo à frente, ao próximo grau?

Minha resposta: Não olhar para trás significa não desejar estar no estado anterior. Porém, isso não significa que a pessoa deve apagar o passado, como se ele não existisse. Devemos aprender com o ontem para continuar num estado melhor hoje, mas a pessoa deve desejar estar no estado de amanhã ao invés do de ontem. Esse é o significado de “não olhe para trás”.

Porém, isso não tem nada a ver com Sodoma. Sodoma é quando a pessoa verdadeiramente deseja retornar ao grau anterior, que já foi revelado como um estado falho. Nós não podemos mais retornar a ele. Se eu decidi que meu estado prévio era imperfeito e impróprio para a correção, para o avanço para a meta, a doação, então eu tenho uma escolha – eu preciso acabar com ele e seguir em frente.

Existem pessoas que olham para trás: elas desejam permanecer nos estados passados, serem “pequenas”. Desde que isso vai contra o desenvolvimento, está proibido para nós agir assim. Ao invés, precisamos sempre olhar para o futuro. O meio para isso é o grupo. Se eu tento me sintonizar com o grupo mesmo que levemente, sempre receberei dele meu estado futuro, apesar do estado do grupo ou do meu nele. Assim, nós sempre temos a oportunidade de ir adiante ao invés de ir para trás.

A Essência da Ciência da Cabalá – Uma Sinopse

Laitman_120A ciência da Cabalá é a ordem de descenso das Forças Superiores direcionadas para a revelação da Força Governante Superior (o Criador) à pessoa.

A lei do particular: Mesmo antes da revelação comum da Força Superior à humanidade inteira, existem algumas escolhas individuais que são capazes de alcançar esse estado.

A lei do geral: Ao final do seu desenvolvimento, toda a humanidade deve chegar à revelação da Força Superior Governante, e alcançá-la completamente. Estudando o caminho do alcance do Criador, a Cabalá explora “a ordem de descenso dos mundos” de cima até abaixo, isso é, do Mundo Infinito até esse mundo, bem como “o alcance da Força Superior” de baixo até encima, subindo os degraus que foram formados pelo descenso dos mundos.

O alcance da Força Governante é gradual e percebido em nossos sentimentos, dependendo da correção do egoísmo. A Força Superior deve ser gradualmente alcançada de acordo com as leis estabelecidas pelo seu descenso de cima até embaixo.

A Cabalá estuda o mundo que não podemos sentir. Um Cabalista primeiro sente esse mundo, e então usa o conhecimento dele. Aqueles que não sentem o Mundo Superior pensam que a Cabalá estuda algo abstrato e apartado da realidade. Mas, é o oposto a isso: a Cabalá descreve somente uma real e alcançável realidade.

Tudo é revelado de cima até embaixo nos mundos parelelos, e esses mundos diferem somente no seu material, a qualidade do desejo. Porém, os objetos e formas são as mesmas como a impressão de um selo. Todos os detalhes do Mundo Superior (raízes) são refletidos em nosso mundo (ramos). Uma raiz controla seu ramo em tudo.

A linguagem dos ramos: A linguagem dos ramos foi criada pelos Cabalistas baseada na conexão de cada ramo no nosso mundo com sua raiz no Mundo Superior. Porém, essa linguagem pode ser entendida somente por aqueles que sentem a raiz. A aspiração de alcançar a Força Superior faz com que a Luz brilhe desde a raiz até o ramo, dessa forma corrigindo o ramo ao grau da raiz.

A Força de Bina Habita Entre Nós

Laitman_028_022Recebi uma pergunta: Qual é a conexão entre a união de Malchut com Bina e nossa união através do Livro do Zohar?

Minha resposta: Se nós queremos nos unir, temos que acreditar que a força de Bina, o Criador, HaVaYaH, habita entre nós. Tudo é revelado entre as almas. Por isso nossa unificação acima de todo egoísmo individual é o poder da unificação entre Malchut e Bina.

Bina é o Criador, a Mãe Superior (Ima Ilaa), a Força Superior que habita entre nós. Dessa forma, nós não podemos nos unir por nossa própria conta. Nós só iremos descobrir vazio, escuridão entre nós, e ver a unidade como irrealizável.

Porém, se nós reconhecemos a existência de Bina, a Luz Superior ou o Criador entre nós, nós somente temos que revelá-Lo, exigir que Ele nos una. Consequentemente, o Criador pode nos unir somente se desejarmos nos tornar como Ele – a força que habita e preenche todos os espaços vazios entre nós.

Para que revelemos o Criador, Ele nos criou de tal forma que nós “flutuamos” nele como migalhas de pão na sopa. Se eu saio de mim mesmo (do egoísmo) e desejo me conectar com Ele, com o atributo da doação, significa que Malchut começa a se conectar com Bina.

Uma vez que eu esteja pronto para sair de mim mesmo, Bina, o Criador ou a força da Luz que Reforma, atua em mim, me habilitando a fazer isso. Então, eu posso realmente sair de mim mesmo e começar a me conectar com os outros. Ainda assim, eu não me conecto com eles diretamente (é impossível), mas o faço através da Luz, Bina.

Como? Eu me conecto a Bina, e então o poder de Bina “retorna” para mim. Isso significa que Malchut começa a receber dentro de si a propriedade de Bina e pode então trabalhar com a intenção de doar. A medida que Malchut tem tal poder, ela começa a sentir a força dos outros.

Minha entrada em Bina e o recebimento da propriedade de doação são chamados “arrependimento por temor”. Sair de mim mesmo com meu Malchut corrigido e começar a trabalhar com os outros é chamado “arrependimento por amor”.

Onde Está o Verdadeiro Eu?

Laitman_502Até que nos limitemos a nós mesmos de acordo com as condições apresentadas pela Segunda Restrição (Tzimtzum Bet), nós continuamos a viver sem a tela e permanecemos “fragmentados”. Por isso estamos sujeitos à influência da Primeira Restrição (Tzimtzum Aleph).

É obrigatório trazer nossos desejos em conformidade com as condições da Segunda Restrição, o estado em que estávamos antes de ocorrer a quebra dos vasos. Os desejos que estão associados com essa condição simbolizam o “êxodo” de nós mesmos para o interior de outras almas. Quem são essas “outras almas”? Elas são meus próprios desejos que foram cortados de mim como se eu já tivesse sido circuncidado. Não fui eu, mas meu Pai e Mãe Superiores (Aba ve Ima) quem executou essa circuncisão em mim antes que eu começasse a me sentir a mim mesmo, minha alma.

Desde que qualquer um que viva nesse mundo deve alcançar a correção, Aba ve Ima decidiram facilitar essa tarefa para nós partindo nosso vaso espiritual em dois pedaços: nossos desejos interiores e exteriores. Isso foi feito para nos dar a chance de trabalhar somente com nossos desejos externos e através disso nos impedir de cometer um erro.

Assim, nosso mundo está claramente dividido em duas partes: eu e o mundo fora de mim. Mesmo que meus desejos interiores pareçam mais importantes para mim, eu ainda tenho que trabalhar com meus desejos exteriores uma vez que eles são meus desejos do mais alto nível, o “nível falante”. Permanecendo em meus desejos, eu tenho que aprender como dar preferência aos desejos dos outros, isto é que eu me corrijo e trabalho com meus desejos no nível da Segunda Restrição.

Os desejos da Segunda Restrição são localizados fora de mim enquanto que os desejos da Primeira Restrição ficam dentro de mim. Todo o meu desejo está dividido em duas partes, fora e dentro, e isso é de grande ajuda para mim.

Temos que ser gratos ao Criador por nos conceder a dupla percepção da realidade que nos mostra como agir e como evitar nos equivocar. Nossos desejos no nível da Segunda Restrição foram cortados de nós e já esclarecidos: eles constituem a realidade fora de nós. Nosso trabalho consiste em mudar nossa atitude com relação à nossa “parte exterior” e aumentar sua importância com o auxílio do grupo e da Luz Superior.