Textos arquivados em ''

O Significado Oculto Do Livro De Ester

purimO seguinte é um trecho do artigo do Rabash sobre o feriado de Purim, “Ocultação e Revelação”:

“As trevas são o exílio babilônico, que a nação de Israel atraiu para si porque o Criador (Zeir Anpin) estava dormindo. O pecador Hamã, que foi um grande astrólogo, lançou a sorte (Pur) para determinar o destino. Hamã e seus dez filhos são as dez Klipot (forças impuras) porque ele sabia que o Criador dormia e, portanto, Seu governo superior não protegia a nação de Israel (aqueles que aspiram ao Criador). Portanto, Hamã pensou que chegou a hora de aniquilar a nação de Israel”.

Hamã é todo o nosso desejo de desfrutar, que se opõe a toda a Luz de Hochma. Ele sabe que a Luz está para ser revelada. No entanto, ele não sabe que isso só pode acontecer na linha média, e que mais tarde inclusive isso será revogado quando ocorrer a transição para o estado da Primeira Restrição (Tzimtzum Alef). Malchut se une a Zeir Anpin na linha média e eles sobem à Bina, onde alcançam o estado do Fim da Correção.

Aniquilar a nação de Israel significa aniquilar a intenção “em prol da doação”, que impede a pessoa de receber a Luz de Hochma egoisticamente. Mordechai é a intenção de doar, mas se ele agir sozinho, sem os desejos de Hamã, é apenas doar para doar. Isso significa que ele bloqueia a Luz de Hochma, evitando que ela seja revelada.

Em outras palavras, se uma pessoa não trabalha na linha média, até mesmo suas melhores ações de doação bloquearão seu caminho de desenvolvimento. É por isso que Mordechai precisa de uma conexão com Hamã. Quando eles começam a discutir um com o outro (uma discussão entre a intenção de doar e o desejo egoísta), eles passam a entender como são capazes ou não de se unir.

A intenção de doar permite que os desejos de Hamã sejam usados. No entanto, esses desejos reais não serão satisfeitos, e é por isso que ocorre um confronto entre Hamã e Mordechai. Esta história fala sobre como uma pessoa pode criar a unidade certa entre duas forças conflitantes ou duas intenções opostas. Também descreve as batalhas, confusões e dúvidas que nos aguardam no caminho da correção até encontrarmos o método certo.

É sobre isso que “Megillat Ester (O Livro de Esther)” nos fala.

Aprendendo a Sabedoria de Uma Serpente

O Zohar, Capítulo Ve’Eleh Toldot Izhak (Essas são as Gerações de Isaac), item 30: Jacó soube que Esaú agarraria aquela Serpente Inclinada. Por essa razão, ele o seguiu em todas as suas ações como outra Serpente Inclinada, oposta a ele, hábil e astutamente.

É precisamente o desejo de receber prazer que nos ensina a sermos astutos. Ele nos ensina como trabalhar com o mesmo desejo e mentir para ele. Afinal, o desejo de doar não tem sabedoria nem mente; ele não tem Luz de Hochma (Luz da Sabedoria). Quer dizer, para o desejo de receber prazer. Assim, em particular, a serpente é esperta. Nós precisamos aprender a sabedoria dela para a linha direita. Isso é chamado “ajuda contra ele” desde que a serpente, ela mesma, nos ensina a linha direita e como trabalhar com ela. Ela nos ensina como matá-la, extraindo um remédio do seu veneno, e trabalhar com esse remédio para o desejo para a intenção de doar.

O Cálculo Espiritual É Para o Todo Unido

Recebi uma pergunta: A sabedoria da Cabalá deveria ser disseminada entre aqueles que ainda não possuem o ponto no coração?

Minha resposta: Nós entramos em um novo período, um estágio de correção geral. Hoje um cálculo espiritual não é feito para nós como indivíduos. Mais exatamente, o que é importante é o grau ao qual nós despertamos mudanças gerais, nos tornando condutores da Luz para passá-la a outras almas.

Por isso, Baal HaSulam e outros Cabalistas escrevem sobre a necessidade de uma ampla disseminação. Nós temos que corrigir todo o Kli (vaso) comum. Assim, o cálculo não é feito levando em conta um só indivíduo, mas deve considerar o corpo inteiro.

Antes do período do Ari, o estágio da correção geral não havia se revelado ainda. No entanto, as novas leis estavam já em ação durante a última fase. Nós descobrimos que somos uma só alma e essa alma deve se curar a si mesma, enquanto que no passado todos se desenvolviam individualmente.

Os cálculos individuais terminaram, pavimentando o caminho para o interesse comum de unir o todo. O benefício individual está no sucesso de uma ampla disseminação. Assim, o avanço geral é mais importante que tomar conta de si mesmo.

O Painel de Controle do Desenvolvimento Espiritual

A coisa mais importante quando se lê O Livro do Zohar é manter-se ingênuo e simples em relação a ele. Esse livro é tão sublime e grande que em relação a ele somos como uma criancinha a quem foi dado uma enciclopédia e que mal consegue virar as páginas.

Nós não entendemos nada do que está escrito no Zohar. No entanto, isso é irrelevante. Se você o estuda na medida em que você seja capaz, então você receberá uma grande influência da Luz contida nesse livro.

Você não está somente lendo ou ouvindo sobre o que está escrito no livro, mas é como se você estivesse frente a um computador com uma tela sensível ao toque de um dedo. Assim é como O Livro do Zohar trabalha. Ao olhar para alguma palavra, é como se você a pressionasse e pusesse certo sistema em engrenagem. Ao ler ou escutar alguma palavra do Livro do Zohar, você a “aperta” e atrai uma iluminação (Ohr Makif-Luz Circundante) sobre você desde a sua raiz espiritual.

Isso continua palavra a palavra, uma iluminação após a outra. Além disso, O Zohar está escrito de tal forma que ele sabe quão avançado você está. No mundo espiritual nós crescemos da mesma maneira que os bebês crescem no nosso mundo material, natural e instintivamente. Tanto quanto um bebê é afetado pela influência externa, simplesmente se abrindo a ela, nós precisamos nos abrir à influência espiritual. Como consequência dessa influência, adquirimos sensações espirituais e intelecto.

A Matriz da Nossa Realidade

Devido ao fato de que a ciência da Cabalá fala somente sobre o que existe dentro de nós, ela é chamada de Torah interior, uma sabedoria interna. Na realidade, nossos corpos e toda essa matéria não existem. Assim, esse mundo é chamado de mundo imaginário. Tão logo começamos a perceber a realidade corretamente, nós começamos a sentir que tudo o que existe é nosso desejo. Nosso desejo nos dá vários níveis de sensação que existem como a natureza inanimada, as plantas, os animais, e os seres humanos. No entanto, na verdade tudo isso são diferentes fenômenos dentro do desejo.

Nós precisamos compreender que vivemos dentro de uma matriz de sensações na qual tudo existe exclusivamente em nossa sensação. Isso significa que existe um desejo de receber prazer que percebe o fenômeno que ocorre nele. Assim, é importante para nós não nos esquecermos disso, uma vez que essa abordagem da percepção da realidade, de que “tudo depende de mim, ao invés do que está fora”, nos dirige para nossa correção interior.

Nós percebemos a nós mesmos em nossos desejos no pano de fundo da branca Luz Superior. Tudo está no pano de fundo da Luz Superior. O Mundo Infinito é meramente a branca Luz Superior. Nós não vemos a nós mesmos ali porque nós alcançamos o mesmo estado, percepção, realidade e qualidade dessa Luz.

Enquanto isso, os 125 graus através dos quais nós descendemos desse estado são os graus de um maior e maior distanciamento da Luz branca, em cujo pano de fundo nos vemos a nós mesmos. Assim tudo que vemos a nosso redor é nosso desejo que inclui os níveis inanimado, vegetativo, animado e humano. Esses são os 4 níveis de Aviut (espessura do desejo) em todas as suas várias formas internas, e que são as medidas da nossa diferença em relação à Luz branca.

Esses quadros são de fato nossa realidade que se apresenta a nós na forma desse mundo, Assim, nosso esforço constante de revelar a verdadeira realidade, de nos unir ao quadro verdadeiro da realidade, nos força a nos corrigir e nos aperfeiçoar; e, fazendo assim, ver que estamos todos conectados.

Quanto mais nos unimos uns aos outros e nos sintonizamos na Luz branca, nós avançamos em direção à vida eterna e perfeita no Mundo Infinito. E todos esses fenômenos que vemos e percebemos fora de nós vão passar como um sonho. Na verdade, nós vivemos somente dentro da Luz branca.

Esse ponto fundamental na ciência da Cabalá é extremamente importante, desde que ele separa a ciência da Cabalá de todos os ensinamentos filosóficos, religiões, crenças e métodos. A ciência da Cabalá diz à pessoa que ela precisa corrigir somente seu desejo, fazê-lo semelhante à Luz branca. Nenhuma ação externa e física tem algo que ver com ela.