Textos com a Tag 'Livro'

A Luta Constante Entre Duas Forças: A Favor E Contra A Unidade

Dr. Michael LaitmanHoje, ao lermos o terceiro capítulo do meu novo livro, The Jewish Choice: Unity or Anti-Semitism (A Escolha Judaica: Unidade ou Antissemitismo), que descreve como o povo judeu foi atraído pelo helenismo há 2.000 anos, o que levou a horríveis consequências, a ascensão e queda do Reino Hasmoniano, o domínio da Judéia sob os romanos e a Grande Revolta e o genocídio autoinfligido pelo povo judeu sob o domínio romano, um princípio primordial para o livro ficou claro.

É que o que lemos não são meramente eventos históricos. Embora o livro seja rico em fatos históricos, mostrando como a discórdia social judaica trouxe muita ruína ao povo judeu ao longo da história, professando que a unidade é a salvação dos judeus, mais importante do que a própria história é a atmosfera do livro.

É uma atmosfera que constantemente nos segue. Os personagens das histórias mudam, mas a essência permanece a mesma: se os judeus optarem por se unir, terão sucesso e se deixarem que as forças divisórias os dissolvam, sofrerão terríveis consequências.

O que lemos não são meramente eventos que ocorreram há cerca de 2.000 anos, que desapareceram desde então e que agora aprendemos como uma história distante que é irrelevante para nós hoje.

Pelo contrário, a luta de duas forças – a favor e contra a unidade – é constante.

Até hoje, vivemos em um mundo quebrado e dividido como resultado dessa luta. É impressionante como tudo em nosso mundo tem ocorrido, é e será organizado entre essas duas forças, até o futuro e o estado final corrigido.

Portanto, ao ler A Escolha Judaica: Unidade ou Antissemitismo, mesmo que seja abundante em uma variedade de fontes e exemplos históricos, vale a pena pensar nisso não como uma lição de história, mas como relacionamentos, atitudes e interações que podemos ver se desenrolando diante de nossos olhos no mundo de hoje.

Meu novo livro, The Jewish Choice: Unity or Anti-Semitism está agora disponível na Amazon e na Laitman Kabbalah Publishers (em inglês).

A Pessoa É Revelada, Não O Texto

Laitman_522.03Pergunta: Os Cabalistas escreveram textos com códigos e ocultaram segredos com letras ou palavras ou os livros deveriam ser entendidos como estão escritos?

Resposta: Você deve entendê-los como estão escritos. Então você verá que um significado completamente novo e diferente é encontrado, não no texto em si, mas dentro de você, como uma reação ao texto. Isto é, você se revela, não o texto.

Não há código, nenhum segredo, nenhuma cifra no texto. A cifra inteira está dentro de você. Suas reações às mesmas palavras serão completamente diferentes. Você será capturado pelo que é revelado dentro de você.

Em princípio, o texto será o mesmo texto e o livro será o mesmo livro; só você o perceberá de uma nova maneira. Por exemplo, ao ler um livro pela primeira vez, você sentirá que ele diz algo inteligente e, voltando a ele depois de alguns anos, verá que ele descreve a estrutura do mundo superior e você está nele.

Da Lição de Cabalá em Russo, 10/03/19

Semana Do Livro E O Povo Do Livro

laitman_526Israel está celebrando a semana do livro. É claro que a publicação e o consumo de livros aumentaram dramaticamente no último ano. Apesar da popularidade dos smartphones, é evidente que muitos novos livros foram escritos e publicados. Cada vez mais pessoas compram e leem livros.

Livros nunca morrerão. Naturalmente, é muito conveniente trabalhar em um computador preparando e editando textos e desenhos. No entanto, para obter uma impressão completa de uma obra de arte literária, ela deve estar impressa. Um livro tem uma raiz espiritual que combina “o livro, o autor e a história” (Sefer-Sofer-Sipur).

Um livro não é necessariamente um volume impresso. Pode ser um pergaminho ou uma escultura em uma pedra, mas nunca pode estar em uma tela, porque esse texto não é um trabalho de mãos humanas. Um livro é escrito por uma pessoa que colocou um esforço em suas páginas, em impressão. Quando eu mantenho um livro em minhas mãos e o leio, sinto que ele pertence a mim e eu pessoalmente me conecto com seu conteúdo.

Não posso, no entanto, conectar-me a uma tela de computador; não tem raiz espiritual. Um computador, uma tela ou um tablet não existem na natureza, mas um livro existe. Um livro é criado a partir de materiais naturais para preservar o conhecimento e registrá-lo na natureza. Eu nunca posso ter a conexão com a tela do computador do jeito que tenho com um livro, porque uma vez que o computador está desligado, tudo desaparece. O sentimento vem da raiz espiritual que está presente em um livro. Há uma associação entre a raiz espiritual da pessoa e a de um livro, que garante nossa conexão. Nada, no entanto, me conecta com um computador. Se você comparar a impressão recebida do mesmo trabalho em formato de livro versus a tela do computador, verá que o texto impresso tem um efeito muito maior sobre você.

A raiz espiritual de um livro está conectada com a raiz da alma e podemos senti-la. Quando leio um livro, minha alma se une à raiz espiritual do livro e recebe satisfação. Uma pessoa nunca pode obter essa satisfação do computador. Uma pessoa moderna não pode entender isso porque há muito se esqueceu dos livros impressos e vive em um mundo virtual. Os computadores são feitos de plástico, o que gera conhecimento de plástico e corações de plástico.

Uma pessoa não imprime um texto na tela do computador, porque um momento depois, a tela mostrará outra coisa. O texto aparece e depois desaparece – não está lá. Mas se eu pegar um livro, ele contém os pensamentos e os desejos do autor para sempre.

Você deve segurar um livro em suas mãos e lê-lo, letra por letra, porque é uma expressão da raiz espiritual. Assim, a tecnologia pode se desenvolver ainda mais, mas o livro é eterno porque contém uma raiz espiritual. Ler um livro traz um certo prazer, que é inatingível quando se lê de uma tela. Ao ler a partir de uma tela, obtemos conhecimento, mas a partir do livro temos a sensação.

O livro une o livro – o autor – a história (Sefer-Sofer-Sipur). Há um escritor e sua história transmitida para nós em um livro. Um leitor recebe conhecimento do autor e torna-se parte dele. Através da narrativa, o autor é capaz de entregar sua história de dentro do livro e compartilhar a raiz de sua alma com um leitor. Não há outra maneira de transmitir uma impressão interior de uma pessoa para outra.

Conhecimento científico, tabelas e informações podem ser transferidos através do computador. Mas um livro emocional que desperta o amor na alma, um sentimento de unidade, é incomparável a um computador.

O povo de Israel é chamado de “o povo do livro” porque foram eles que deram ao mundo seu livro principal que fala sobre o propósito deste mundo, sobre a estrutura de todo o sistema do universo. Existe apenas um livro e todos os outros são suas consequências, seus pequenos ramos. O livro da Torá explica a existência de todo o sistema do mundo e nossa missão em tal sistema.

Se eu leio um livro Cabalístico agora, estou influenciando seu autor, embora ele tenha morrido há dois mil anos, porque estou usando o resultado de seu trabalho. Através da nossa conexão, através da unidade em nossos corações e almas, através do meu desejo de influenciar o autor, eu tenho um impacto sobre ele. Eu elevo sua alma enquanto ele eleva a minha.

De uma Conversa sobre a Semana do Livro, 13/06/19

O Que É Melhor: Ler De Um Livro Ou De Um Tablet?

O Livro É Um Guia

Laitman_137Pergunta: É dito que os livros Cabalísticos têm um poder especial? Que poder é esse?

Resposta: Meus pais eram médicos. Havia um grande quarto de hóspedes cheio de estantes de livros no centro da casa onde eu cresci. Conforme eu crescia, fui capaz de tirar livros das prateleiras superiores. Assim é como eu leio tudo, prateleira após prateleira, livro após livro, e me desenvolvo desta maneira.

Eu vejo em meus netos que hoje não há tal ânsia pelos livros. Tal aproximação aos livros desapareceu do mundo. Mesmo eu, um representante da geração mais velha e acostumado a livros, ultimamente, mais e mais vezes, leio textos da tela do computador.

No entanto, não estou realmente chateado com o fato de que os livros podem desaparecer deste mundo. Apesar de tudo, penso que o mundo está se aproximando de grandes mudanças e que estamos nos aproximando da noção de um “livro espiritual” e não de um livro material impresso em papel.

Os volumes que nós compramos, folheamos, seguramos em nossas mãos, e lemos não são realmente livros. Um livro significa revelação. Ao ler um texto, devo revelar seu significado interior, seu código secreto, para que o livro possa começar a jogar dentro de mim. Eu deveria me tornar uma tela na qual revelo a essência interior do mundo.

Isto significa que um livro não são páginas com símbolos impressos nelas. Um livro é um código escrito em letras, transmitindo através delas uma sabedoria superior, um conhecimento secreto do mundo, desenrolando-se dentro de uma pessoa. Assim, a pessoa se transforma em um livro, em uma história, nesse lugar onde é revelado o conhecimento que o escritor queria transmitir.

Portanto, eu não me preocupo que os livros materiais estejam sendo substituídos por livros eletrônicos. Para mim, como Cabalista, o conceito de livro é uma mensagem transmitida a uma pessoa por um sábio que revelou a essência interior do mundo.

O sábio passa informações sobre o mundo superior por meio de símbolos especiais: as 27 letras do alfabeto [hebraico]. Com a ajuda dessas letras, a pessoa começa a decifrar dentro de si toda a cifra passada a ela por um escritor. No entanto, isso só se refere aos livros Cabalísticos.

Ultimamente, o nosso mundo está passando por uma grande transformação porque tem que se elevar a um grau superior, do nível animal para o nível humano, onde começaremos a sentir o mundo real em que vivemos. Físicos e outros cientistas já estão falando sobre isso. Portanto, os livros usuais a que estamos acostumados desaparecerão gradualmente e logo começaremos a revelar o mundo dentro de nós; precisamente esta revelação é que vamos chamar de “um livro”.

A forma de um livro não é importante, se é papel ou eletrônico, a principal coisa é onde ele é revelado. Um livro é revelado dentro de uma pessoa. Ela lê um texto escrito, mas o livro começa a soar nela, a desenhar nela formas e imagens do outro mundo.

Pergunta: Quando eu leio um livro normal, um romance, por exemplo, também fico impressionado, imagino para mim vários quadros, e vejo a mim mesmo em vez do personagem no livro. Como a leitura dos livros Cabalísticos é diferente?

Resposta: Os livros Cabalísticos são diferentes porque vemos personagens do outro mundo neles. Essa é a diferença entre livros regulares e sagrados. “Sagrado” significa “separado”, isto é, através da leitura dele, começamos a sentir a realidade, que está separada do nosso mundo.

Gradualmente, todos, sem exceção, terão que se mover para esta realidade superior, para a nova dimensão. O guia que nos leva à nova realidade é chamado de livro.

Um livro não é uma capa com folhas de papel, mas a revelação interior dentro de uma pessoa. Só precisamos saber como lê-lo!

De KabTV “Tempo de Cabalá” 13/06/17

O Livro “Awakening To Kabbalah” É Best-Seller

Meu livro em inglês, Awakening To Kabbalah (O Despertar Para A Cabalá) se tornou um best-seller no maior site Amazon.

Livro Escrito No Coração

laitman_602_01Pergunta: Por que muitos grandes Cabalistas não escreveram livros?

Resposta: Geralmente existem dois tipos de Cabalistas de acordo com a natureza de sua alma: almas da Luz Interna ou da Luz Circundante.

Por exemplo, o Rabi Shimon não escreveu O Livro do Zohar sozinho, mas por meio de seu discípulo, Rabi Aba, que conseguia revelar as palavras do Rabi Shimon de tal forma que, ao longo das gerações, apenas aqueles que estavam preparados para isso entenderiam.

Veja que segredos estão escondidos na escrita de livros Cabalísticos onde um Cabalista escreve e sabe que algumas pessoas aparecerão em dois mil anos, que terão permissão para entender esse texto, e apenas em certo lugar e não mais.

Pergunta: Como os Cabalistas conseguiram escrever esses livros?

Resposta: O problema é que todos nós estamos em um sistema superior chamado Primeiro Homem (Adam HaRishon, Adão, uma alma) e o Cabalista pode controlar esse sistema. E nós somos sua prole espiritual. Portanto, ele pode determinar tudo para nós. Aquele que vai em frente determina o caminho das próximas gerações.

Um Cabalista não apenas grava o texto do livro, mas cria travessas no sistema da alma comum. Assim, ele estabelece os canais para a transmissão da Luz superior a todas as almas futuras que ainda não foram reveladas, o que irá fluir até elas e preenchê-las.

Isso é o que se chama escrever um livro Cabalístico, como está escrito, “Escreva em seu coração”. O texto em papel é apenas símbolos através dos quais podemos nos conectar com o livro de acordo com nosso desejo.

Se você vê um livro que não consegue entender, mas quer muito entendê-lo, seu desejo atinge o mecanismo interno da criação através das letras e você se conecta à fonte da Luz que começa a influenciá-lo.

Pergunta: Será que vou sentir o que está acontecendo comigo?

Resposta: Certamente! A tela interna surgirá em você, na qual verá todo o mundo espiritual. Tudo que está escrito no livro surgirá diante de você como se estivesse em um palco teatral.

Da Lição Virtual “O Tempo da Cabalá” 13/06/17

Livro Maravilhoso

Laitman_633_4Pergunta: Que tipo de força um Cabalista insere nos textos Cabalísticos? Ela pode desenvolver novos órgãos sensoriais em nós?

Resposta: Um livro Cabalístico é um livro maravilhoso, não as folhas de papel que vemos em nosso mundo. Um livro escrito por um Cabalista parece símbolos no papel, como todos os outros livros, mas esses símbolos estão conectados à força espiritual de quem os escreveu e com suas realizações.

Portanto, ao ler esse livro, queremos alcançar o que o autor alcançou e sentir o que ele sentiu.

Isso é semelhante à leitura de algum romance, mas a diferença está no autor. Um romance é escrito por uma pessoa deste mundo, e o livro Cabalístico por um Cabalista em sua realização no mundo espiritual. Essa conquista em relação a nós é chamada de Luz Circundante.

Nós ainda não alcançamos o que ele alcançou, mas, conectando-nos a ele e querendo se tornar como ele, atraímos a iluminação que nos muda e nos prepara para começar a sentir o mundo espiritual.

Pergunta: E se eu acabei de ler o livro sem a intenção de atrair a Luz?

Resposta: Nesse caso, ela dificilmente age. Afinal, não há coerção na espiritualidade; se você quiser avançar, a Luz o promove, e se não quiser avançar, ela não age. O avanço depende da nossa intenção e do desejo de entender o que está sendo lido. Em proporção ao nosso desejo de entender o que o Cabalista escreveu, nós despertamos a influência da Luz Circundante.

Pergunta: Então, por que o livro não age se acabei de lê-lo, já que tem o poder do Cabalista nele?

Resposta: O Cabalista lhe dá a Luz, mas você não a quer e assim não recebe. Há um desejo de dar por parte dele, mas não há o desejo de recebê-la por sua parte. Por isso, nós disseminamos a sabedoria da Cabalá tão amplamente e nos preocupamos com que todas as pessoas saibam disso. Caso contrário, elas permanecerão sem a realização espiritual.

Além disso, você nem precisa conhecer o idioma. Se você ouvir a leitura de um texto Cabalístico e realmente quiser entende-lo, avançará espiritualmente.

Pergunta: Por que precisamos de um livro se o desejo é o mais importante?

Resposta: Nós não teremos conexão com o Cabalista que está em realização espiritual sem um livro. A conexão surge apenas por meio do texto. Se você ouvir alguém ler esse texto, mesmo sem saber o idioma, mas quiser muito alcançar o que o autor alcançou, atrairá a Luz Circundante até você.

Da Lição Virtual “O Tempo da Cabalá” 13/06/17

Ynet: “Sempre Seguindo O Livro”

Um artigo da minha coluna no Ynet: “Seguindo Sempre o Livro”

Através de frases, palavras e letras codificadas nos livros de Cabalá, os Cabalistas nos abriram a passagem para uma nova dimensão, por meio da qual podemos entrar na história de nossas vidas e afetar positivamente os eventos. A Semana Do Livro Hebraico, realizada recentemente, é uma boa oportunidade para realizar uma viagem mágica seguindo os livros que moldaram a nossa nação.

Não é sem razão que a nação de Israel é chamada de “A Nação do Livro”. Sempre – os livros têm sido uma parte integrante do nosso modo de vida, um dos principais meios que acompanham nossas vidas ao longo dos anos do nosso desenvolvimento como nação, como sociedade e país.

Isso não se refere à literatura que entrou em cena apenas centenas de anos atrás, e que está morrendo conforme os desenvolvimentos tecnológicos penetraram nossas vidas, mas a diferentes tipos de livros: livros de Cabalá, Livros Sagrados, também chamados de “linguagem distinta, diferente, especial”.

Os livros sagrados, como a Bíblia, o Talmude, O Livro do Zohar e o Midrash não lidam com regras de ética e não são contos populares. Eles nos falam sobre um mundo espiritual especial. Além da grande sabedoria que flui destes livros, eles também contêm uma força especial, um verdadeiro tesouro, que pode satisfazer tudo o que desejamos, responder a cada pergunta que temos e, especialmente, dar sentido às nossas vidas. Mas muito poucos sabem como descobrir esse tesouro. Aqueles que o descobrem são os Cabalistas.

Os Cabalistas são pessoas comuns que têm um grande desejo de descobrir as razões para o que está acontecendo em nossa vida e o que o nosso destino nos reserva, e eles foram os primeiros a penetrar nos bastidores do nosso mundo. Eles descobriram que existe uma força de amor e doação na realidade, cujo único objetivo é nos trazer a esse estado sublime, para estarmos unidos em amor e doação como essa própria força.

Eles descreveram como alcançar isso em seus livros, a orientação detalhada e os sentimentos maravilhosos que tiveram, para que possamos usá-la. Assim, nós também podemos ler sobre essa força sublime, sobre o “autor” que escreve a história de nossas vidas, e aprender a mudar as nossas vidas para melhor.

O Livro da História Humana

O primeiro a sentir os dois mundos, a natureza do mundo que nos rodeia e a natureza do mundo superior, foi Adam HaRishon (o primeiro homem), que a descreveu no primeiro livro de Cabalá que ele escreveu chamado O Anjo Raziel“Raz” a linguagem secreta, ou seja, a revelação dos segredos da criação.

O livro inclui desenhos interessantes, e a pessoa que o lê em profundidade percebe imediatamente que ele não foi um homem primitivo que caçava mamutes que escreveu este livro, mas um grande Cabalista que nos fala sobre a alma unida chamada Adão, sobre a sua quebra em milhares de almas individuais de toda a humanidade, e sobre a sua futura conexão em que elas vão se reunir em uma só alma.

Dezenas de livros foram escritos por centenas de Cabalistas, mas o livro mais notável desde o livro de Adão é atribuído a Abraão. Abraão não tinha a intenção de escrever um livro, mas o Sefer Yetzirah (Livro da Criação) foi basicamente uma lista das principais leis de como o mundo espiritual opera. Embora o Sefer Yetzirah seja muito especial, ele ainda é muito difícil de entender e está anos-luz de distância de nós. É graças ao Sefer Yetzirah e ao método de conexão entre as pessoas, que ele desenvolveu, que a nação de Israel cresceu e começou a aspirar à espiritualidade. Várias gerações depois, Moisés, o grande Cabalista, continuou a liderar a nação.

O Livro dos Livros

A revelação espiritual de Moisés lhe deu o poder de tirar os filhos de Israel do Egito, e liderá-los no deserto por quarenta anos, até que eles chegaram às fronteiras da Terra Prometida de Israel.

Ele descreve o método atualizado para a sua geração em seu livro chamado a Torá, como na Luz [Ohr]. Em outras palavras, ele ensina como entrar no mundo espiritual com a Luz, a força divina. Ao utilizar esse livro, cada pessoa pode revelar a imagem da criação e construir sua vida em direção ao objetivo final.

Embora a Torá seja escrita como uma narrativa histórica sobre o êxodo da nação de Israel do Egito, ela é, de fato, é a descrição da saída de uma pessoa do seu estado corporal humilde chamado Egito, e sua ascensão a um estado espiritual chamado de “Terra de Israel”. Rabi Shimon Bar Yochai disse: “Ai do homem que diz que a Torá era para contar uma história simples e um conto popular. Se a Torá fosse para contar um conto histórico, até mesmo os líderes do mundo são melhores nisso. Tudo o que está na Torá é realmente eventos superiores e segredos superiores” (O Livro do Zohar). Moisés usou a linguagem chamada de “linguagem dos ramos” – os nomes de objetos, sentimentos e ações do nosso mundo, mas com isso ele se referia às raízes do mundo superior, às forças superiores ocultas, às entradas e saídas das forças da natureza e até mesmo os seus efeitos destrutivos.

Se olharmos para a Torá não através da sua casca exterior, veremos uma imagem totalmente diferente, separada da realidade deste mundo. Em vez de figuras humanas, como Moisés e o Faraó, animais e pessoas diferentes, veremos as forças espirituais que operam em nós, e seremos gradualmente capazes de usá-las para ascender espiritualmente. A chave para decifrar a Torá está, na verdade, nos livros de Cabalá, no Livro do Zohar.

O Livro

O Livro do Zohar ou como os Cabalistas o chamam, “O Livro”, explica os cinco livros da Torá e nos diz exatamente o que Moisés queria dizer. É o livro básico e mais importante na sabedoria da Cabalá. Rabi Shimon Bar Yochai, o Rashbi, autor do Zohar, foi o primeiro Cabalista que descreveu como nossos pensamentos e nossas reações à força que opera em nós de Cima sobem de volta ao mundo superior, operam nele, e, portanto, afetam todos os  eventos futuros que descem até nós.

Antes de escrever O Livro, o Rashbi reuniu um grupo de dez estudantes em torno dele, “uma dezena”, já que “a Torá só pode ser adquirida em um grupo” (Talmude Babilônico). A alma de cada estudante correspondia a um determinado atributo espiritual no mundo superior. Quando eles se conectaram em uma só alma, eles estavam totalmente compatíveis com as Dez Sefirot, toda a estrutura que existe no mundo espiritual. A verdadeira conexão entre esses atributos levou à revelação da Luz do Zohar superior entre os dez alunos.

“E o rabino Shimon costumava revelar os segredos da Torá e os amigos ouviam sua voz e respondiam a ele em uma conexão, cada um respondendo a sua parte”, (Ramchal, “Adir Ba Meromim“). Como cada um dos amigos representa um atributo do mundo espiritual, a sua história que todo o Livro do Zohar conta, é na verdade a descrição da forma como esses atributos espirituais descem ao nosso mundo; como essas dez forças conduzem esse mundo; como cada pessoa pode usar essas forças para o seu próprio bem e para o bem dos outros.

A Árvore da Vida

Mil e trezentos anos depois, o ARI recebeu O Livro do Zohar. Ele recebeu permissão para renovar o método que existia desde os dias de Adão. Ele absorveu toda a informação Cabalística desde o tempo de Adão, processou-a, e reescreveu-a para que o método para indivíduos se tornasse um método adequado às massas. Todas as fontes que ele absorveu e ensinou em Safed foram posteriormente publicadas como A Árvore da Vida, um livro que ensina o caminho para o mundo espiritual e explica como podemos subir e alcançar eternidade e plenitude. Ele também fala sobre o que muitos são fascinados: as reencarnações. Ler e estudar livros do ARI eleva imediatamente a pessoa acima do nível do nosso mundo.

Além da Árvore da Vida, o ARI escreveu vinte outros livros onde apresenta todas as leis da criação usando um método científico inovador claro. Na introdução de seu livro, ele diz que visto que o método foi estabelecido, qualquer pessoa pode estudar a Cabalá, que o próprio desejo é o único critério para saber se uma pessoa pode entrar no mundo espiritual, e assim, com a ciência da Cabalá, que ele desenvolveu para sua geração, qualquer pessoa que tenha o desejo de alcançar o objetivo da criação, independentemente de idade, sexo ou nacionalidade, pode fazê-lo. De fato, após o tempo do ARI muitos começaram a se abrir para a Cabalá e subir a escada espiritual para o mundo superior.

A Escada

Por fim, tanto o Livro do Zohar como os livros do ARI não foram destinados para o estudo sistemático da Cabalá às massas. Embora a Cabalá seja uma ciência, não havia nenhum livro adequado para estudá-la até o nosso século. O maior Cabalista do século XX, Rav Yehuda Ashlag, chamado de Baal HaSulam depois do Comentário Sulam que ele escreveu para O Livro do Zohar, surgiu para preencher a lacuna na literatura Cabalista. Ele também explicou todos os livros do Ari e compilou-os no Estudo das Dez Sefirot, que é o principal livro de Cabalá do nosso tempo.

O Estudo das Dez Sefirot inclui tudo, tudo que os Cabalistas que o precederam escreveram ao longo de milhares de gerações: Adão, Abraão, Moisés, Rabi Shimon Bar Yochai e ARI. Ele incluiu muitos escritos hassídicos e escritos de Cabalistas contemporâneos e até mesmo se refere aos pontos de vista dos grandes filósofos do mundo, como Marx, Nietzsche, Locke, Darwin, Spinoza, Schopenhauer, e muitos outros.

Tudo o que precisamos saber sobre como criar o futuro que desejamos está nos escritos do Rav Yehuda Ashlag. “Estou feliz por ter nascido em uma geração onde é permitido divulgar a sabedoria da verdade”, diz o Baal HaSulam. “Se você me perguntar como eu sei que isso é permitido, vou responder que me foi dada permissão para revelar e explicar cada palavra. Isto não tem nada a ver com a ingenuidade do próprio sábio, mas com a situação da geração e, portanto, eu disse que fui premiado com a revelação da sabedoria por causa da minha geração”.

Uma Chamada para a Mudança

No final da Introdução ao Estudo das Dez Sefirot, o Baal HaSulam pergunta, com razão, se a linguagem dos livros de Cabalá não é bem compreendida, “Portanto, devemos perguntar, por que então, os Cabalistas obrigam cada pessoa a estudar a sabedoria da Cabalá? Na verdade, há uma grande coisa nele, digna de ser publicado: “Há um maravilhoso e inestimável remédio para aqueles que se envolvem na sabedoria da Cabalá. Embora eles não entendam o que estão aprendendo, através do anseio e do grande desejo de entender o que estão aprendendo, eles despertam sobre si as luzes que cercam suas almas…. Por isso, mesmo quando ele não tem os vasos, quando ele se envolve nesta sabedoria, mencionando os nomes das Luzes e os vasos relacionados à sua alma, elas imediatamente brilham sobre ele até certo ponto”.

No entanto, eles brilham para ela sem revestir o interior de sua alma, por falta de vasos capazes de recebê-las.

“No entanto, a iluminação que a pessoa recebe vez após vez durante o envolvimento atrai sobre si a graça do Alto, conferindo-lhe abundância de santidade e pureza, o que lhe aproxima muito de alcançar a perfeição” (As Cartas de Baal HaSulam).

Do Artigo no Ynet 16/06/16

Ler Um Texto Cabalístico

laitman_528_01Pergunta: Pode o mesmo texto ou o mesmo livro ser compreendido de forma diferente quando o lemos novamente? Se sim, qual é a razão para isso?

Resposta: Isso depende apenas da pessoa, porque duas pessoas que leem o mesmo livro estão em estados totalmente diferentes.

O livro foi escrito por um Cabalista que sentiu o mundo espiritual e expressou suas impressões do seu nível elevado em palavras, frases e caracteres. Portanto, ao ler o texto Cabalístico, nós devemos se assemelhar tanto quanto pudermos ao Cabalista a fim de sentir, pelo menos em certa medida, o estado em que ele estava.

Ao mesmo tempo, nós fazemos tudo o que podemos para cumprir o que é dito nos escritos com a ajuda do nosso professor, de acordo com o conselho dado aos estudantes de Cabalá para se reunir, ler as fontes Cabalísticas, discutir esses temas.

Nós devemos nos concentrar nas fontes Cabalísticas e ansiar em se assemelhar aos vasos espirituais tanto quanto pudermos em nossos relacionamentos, na completa conexão entre nós, quando estamos juntos, dez pessoas que estudam uma única fonte. Nós devemos tentar atingir a raiz espiritual, o que significa a altura da pessoa que o escreveu.

Nós devemos se conectar e se equivaler ao estado espiritual, esperando que a mesma Luz que o Cabalista descobriu e descreveu em seus escritos nos afete.

Da Lição de Cabalá em Russo 07/02/16