Unidade Com Base No Amor Ou No Ódio

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como a unidade pode possivelmente nos defender de inimigos externos? Afinal de contas, nós estamos rodeados de grupos terroristas fanáticos. Alguns deles aparecem de repente no nosso horizonte e sua crueldade tem sobrecarregado o mundo. Sua ameaça parece muito convincente. Como a força do amor que estamos tentando criar entre nós pode se opor a isso? Pode o amor nos proteger de foguetes ou agressão?

Resposta: É natural que os terroristas se comportem com tal brutalidade. Qualquer união estável se baseia tanto no amor autêntico ou no ódio genuíno, um dos dois.

A animosidade que existe em grupos terroristas em relação aos seus inimigos externos os conecta. É por isso que eles acendem o ódio em relação a nós. Eles também procuram a conexão. No entanto, há uma forma alternativa para alcançar a unidade, ao amar nossos amigos.

Ambos os grupos estão buscando unidade e aspiram a ter sucesso com a sua ajuda. Aqueles que se conectam com base no ódio precisam de um inimigo externo que eles possam continuar aborrecendo e desprezando. Eles escolheram Israel e os judeus como o melhor objeto para sua hostilidade, porque todo o mundo tradicionalmente odeia os judeus. Além disso, os judeus são realmente culpados (pelo menos as nações do mundo inconscientemente se sentem assim, mesmo aquelas que nunca tiveram quaisquer relações com os judeus).

Além disso, Israel tomou os territórios que antes eram ocupados por árabes que se chamavam os palestinos. Em outras palavras, os árabes têm um motivo para nos odiar. Além disso, eles têm um objetivo comum para difundir o Islã em todo o mundo que os une. Hoje em dia, essa ideia atrai muitos jovens, uma vez que eles são fascinados pela força e admiram aqueles que estão armados.

As pessoas procuram unidade e comunhão; elas estão tentando compreender o objetivo de suas vidas. Hoje, o Islã é a única religião que oferece um propósito concreto de existência, que é tão forte que as pessoas estão prontas a cometer suicídio, porque estão convencidas de que este ato é a melhor maneira de se realizarem e que elas vão receber uma recompensa imediata depois que morrerem.

Essas ideias atraem os jovens europeus que estão prontos para se juntar a um exército islâmico. Eles consideram isso “romântico”: “Nós estamos juntos! Temos uma meta! Esse cara é a favor de nós, é nosso amigo; o outro cara é contra nós, é nosso inimigo!” As pessoas adquirem algo pelo qual podem viver, obtêm um objetivo e se tornam conscientes dos marcos em seu caminho para alcançá-lo. Elas acham que já sabem como viver.

O resto do mundo não tem nada a oferecer a elas. Em algum momento, todo mundo ficou fascinado com o sonho americano. Todo mundo olhou para os EUA e visualizou tornar-se como os EUA. Hoje, esse sonho desapareceu como uma bolha de sabão. Coisas semelhantes ocorreram na Europa: O que aconteceu com a unidade europeia? Onde está o paraíso prometido? Para onde foi a esperança de que uma Europa unida seria um exemplo para o resto do mundo?

Pergunta: Por que os europeus não podem viver em união com os seus próprios povos nativos?

Resposta: O ser humano é uma criatura que muda constantemente de valores. Portanto, hoje nós não estamos satisfeitos com o que consideramos ser grande ontem. Um dia antes, pensávamos que as coisas eram boas o suficiente, mas um dia depois já pensamos nelas como insuficientes ou erradas. Amanhã, algo novo vai surgir em nossos horizontes. Os nossos desejos egoístas e aspirações mudam constantemente, aumentam e se expandem.

O islã é atraente para muitos, pois oferece às pessoas metas concretas. Ele proclama: “Todos os muçulmanos devem se unir para que o Islã conquiste o mundo inteiro! Se levarmos o conhecimento sobre Alá que governa tudo e todos, se espalharmos a informação sobre o que exatamente devemos fazer para seguir a Sua vontade, o mundo inteiro será nosso, incluindo o mundo futuro. Mesmo se você morrer em um minuto, você vai subir imediatamente para o céu”.

Sua ideologia está enraizada em dois mundos: este mundo material e a dimensão futura. Os muçulmanos pedem a unidade neste mundo entre todos que compartilham sua ideologia. Eles apontam para o seu inimigo muito distintamente. Aos poucos, eles vão penetrar todas as nações, sem exceção: China, Índia e Rússia… Eles não estão com pressa, nem sentem quaisquer restrições de tempo: “Se não nós, então nossos filhos; se não eles, então os nossos netos… Por fim, nós vamos atingir a meta. O que importa é que nós avançamos para a nossa meta e vamos impor a ‘jurisdição’ islâmica sobre todo o mundo. Nós devemos participar neste movimento para que mereçamos estar nos mundos futuros”.

Eles já sentem a sua unidade; eles estão confiantes de que seguem uma meta grande nobre e eterna. Portanto, esse tipo de inimigo é impossível vencer. Não há ninguém com quem falar ou fazer as pazes, visto que os nossos adversários têm uma ideologia poderosa. Como resultado da última operação militar em Gaza, mais de dois mil palestinos morreram. Existem inúmeras ruínas em seus territórios, mas eles ainda celebram esta situação como se fosse a sua vitória. Eles não contam suas perdas.

Os muçulmanos têm uma confiança interna de que estão fazendo a coisa certa. Eles consideram a sua luta como sendo uma guerra santa. É impossível lutar contra este tipo de inimigo. Os tratados de paz com eles não valem nada. Certamente, isso é absolutamente claro para o nosso governo e todos ao seu redor.

A questão é como podemos sustentar essa ameaça como o povo de Israel? Nós podemos arrumar nossas malas e sair (o que eles terão prazer em nos deixar fazer e ainda vão nos dar tempo para isso). No entanto, se decidirmos ficar em nossa terra, vamos ter que encontrar uma solução alternativa. Este problema pode ser resolvido! Há algo que pode nos tornar mais fortes do que eles: a nossa unidade.

Ao alcançar a unidade, iremos acionar o poder geral de natureza, a força superior, que Israel possuía na época de Abraão e durante os primeiros dois mil anos de sua história, ou seja, durante o Primeiro e o Segundo Templos. Se nos unirmos, “como um homem com um coração” pelo amor ao próximo, se alcançarmos o estado em que “todos em Israel são amigos”, e se formos um exemplo para todo o mundo, todos vão começar a nos tratar de uma forma boa, incluindo os árabes. Assim que iniciarmos a nossa unidade e nos reconectarmos com o outro, o mundo inteiro vai mudar a sua atitude em relação a nós de forma adequada.

De qualquer forma, não temos outra escolha. Nós devemos nos unir, pois é a única solução para a situação. Nós temos a oportunidade de verificar essa doutrina aqui e agora.

Eu lamento profundamente pelos soldados e civis que perderam suas vidas durante a última operação terrestre. No entanto, a situação atual é diferente de batalhas anteriores, pois desta vez nós temos a oportunidade de mudar a direção dos pensamentos dos israelenses, e fazer os israelenses entenderem que a estabilidade e a segurança só podem ser alcançadas como resultado de nossa conexão.

Nós temos um ensinamento que fala sobre estas questões: a sabedoria da Cabalá. Esta ciência foi escondida de nós durante o exílio, mas hoje em dia se revela a nós, e é nosso dever torná-la conhecida. Esta ciência explica como atingir a conexão certa que, então, atrairá a força superior.

Se a força superior está entre nós, nós estamos cobertos por uma “cúpula” que nenhum inimigo pode quebrar. Nossos inimigos irão simplesmente desaparecer. Depende apenas da nossa capacidade de implementar a sabedoria da Cabalá para o bem da conexão entre nós.

A Cabalá fala sobre a unidade e o amor de Israel. Essa foi a herança judaica durante os primeiros dois mil anos da nossa existência desde o momento em que saímos da Babilônia até a destruição do Segundo Templo. Durante os próximos dois mil anos de exílio, a Cabalá foi ocultada de seu povo. No entanto, hoje ela se revela mais uma vez, para que possamos usá-la para recriar a unidade.

Isso explica por que temos que revelar a sabedoria da Cabalá e mostrar aos outros que não se trata de “fitas vermelhas”. É um método para alcançar a unidade que se destina a nos ajudara nos tornar “o povo de Israel na terra de Israel”. Isso vai nos ensinar como levar uma vida estável e segura. Então, o mundo inteiro vai tratar Israel como nós merecemos de acordo com as nossas raízes: a unidade que se baseia na verdadeira Torá, o ensinamento da verdade.

De Kab TV “Uma Nova Vida” 27/08/14