Você Não Pode Comprar Prazer

551Pergunta: Ouvi dizer que temos que pagar duas vezes pelas coisas que compramos. O primeiro preço é pago quando compramos o que quisermos, seja um livro, uma bicicleta, repolho, e o segundo pagamento é um esforço para obter o benefício desse item. E o segundo pagamento pode ser muito maior que o primeiro. Por exemplo, se compro um livro por $20, demora 10 – 12 horas a lê-lo, a ter algum prazer, etc. Só então vemos o retorno do primeiro pagamento.

Hoje, na busca do prazer, muitas vezes pagamos apenas o primeiro preço e não temos tempo para pagar o segundo. Corremos imediatamente para um novo prazer, compramos novamente e assim por diante. Carros, bicicletas, tênis…

Como você se sente sobre isso?

Resposta: Está correto. Não queremos nos esforçar depois disso. Fazemos bastante esforço na compra.

Pergunta: E onde está, o prazer? Eu comprei, por que não consigo dominar essa coisa?

Resposta: Você não pode comprar prazer; você o compra em algum tipo de embalagem.

Pergunta: Digamos que eu comprei prazer na embalagem de um carro. Por que não domino isso, mas depois de algum tempo corro para outro prazer?

Resposta: Basta. Você comprou, é isso. Nada mais se espera de você. Por que você teve o desejo de comprá-lo? Para comprar. É isso. E está ficando menor a cada dia.

Comentário: Não havia tal coisa antes.

Minha Resposta: O egoísmo se torna mais vívido e brinca conosco dessa maneira.

Pergunta: A que essa perseguição levará?

Resposta: Para cansar. O próximo estágio, que virá depois da sociedade da realização em que o Ocidente vive hoje (o resto do mundo ainda está longe), será a sociedade da decepção.

Pergunta: Você vê outra formação que surgirá de repente? Houve mudanças de algumas formações o tempo todo, escravidão, capitalismo, etc.

Resposta: Não, é o mesmo egoísmo crescendo. E aqui chegamos a um estado em que o preenchemos e descobrimos que não há mais nada a fazer. Então haverá uivos em todo o mundo: “Com o que podemos nos ocupar? Com o que podemos nos preencher? Onde está o prazer? Qual é o sentido de viver?!”

Pergunta: Ou seja, o prazer vai desaparecer, vai embora de nós?

Resposta: Sim, ele desaparecerá.

Comentário: Eu não vou conseguir de nada?

Resposta: Não, não de riqueza, sexo, conhecimento, poder – nada!

Pergunta: E o que vem a seguir nesta pirâmide?

Resposta: Nada. Acima disso está a obtenção da verdade, o Criador.

Pergunta: Então a pirâmide desses desejos de Maslow parou em algum lugar, e não se sabe o que acontecerá a seguir? É aí que está a realização do Criador?

Resposta: Sim, claro. O crescimento está levando a isso.

Pergunta: Não havia outra maneira de nos levar a essa ideia de que precisamos de um Criador?

Resposta: Não, temos que passar por esses estados. Temos que construir essa pirâmide dentro de nós mesmos. Cada estágio subsequente é baseado no anterior. Isso é tudo.

Pergunta: Isso acontecerá com todas as pessoas?

Resposta: Sim, mas com cada pessoa não é que ela realmente passará por tudo. Ela perceberá a experiência dos outros e absorverá as qualidades e impressões de todos.

Pergunta: Ela não terá que passar pelo mesmo caminho?

Resposta: Não. Ela vai entender que não precisa disso.

Pergunta: E depois? Eles vão pedir ao Criador que Se revele?

Resposta: O Criador é o prazer mais perfeito. Veja como o sexo é visto hoje. Uma vez foi o maior prazer. Agora eles recusam, renunciam a ele, e assim por diante. E o que resta? Com o que eles vão ficar? Com o que uma pessoa pode se preencher?

Pergunta: Você vê esse processo como positivo?

Resposta: Claro, é positivo. A humanidade está se desenvolvendo e passando por todas essas etapas.

Pergunta: É possível acelerar esse processo?

Resposta: Não. Ele cresce junto com a humanidade, com o nosso egoísmo, com a sociedade em desenvolvimento. Tudo acontece ao mesmo tempo em níveis diferentes, mas juntos. É um todo único.

Pergunta: Posso ter sua previsão cautelosa? Depois de que horas chegaremos ao estado em que finalmente perguntaremos ao Criador?

Resposta: No ritmo em que está indo agora, deve ser muito rápido. Claro, ainda não em nosso tempo. Mas rápido. Eu acho que em algumas décadas, 30 a 40 anos.

Acho que não serão muitos anos. Mesmo que agora voltemos à pobreza, às limitações, não será a mesma coisa. Já teremos impressões: por que precisamos disso? Não vamos mais roer os dentes por ganhos, por alguns prazeres materiais e assim por diante.

De KabTV. “Notícias com o Dr. Michael Laitman”, 09/06/22