“Feliz Dia Da Interdependência, América!”

Dr. Michael LaitmanDa minha página no Facebook Michael Laitman 04/07/22

A economia americana em dificuldades está estragando as comemorações do Dia da Independência deste ano. O churrasco tradicional está ficando muito mais caro e viajar de carro está se tornando um luxo devido aos preços recordes da gasolina que subiram quase 56% em relação ao ano passado.

Não é de admirar que o espírito de férias seja abafado. Os americanos estão cortando gastos com a inflação nos EUA atingindo um novo recorde de 40 anos. De acordo com dados oficiais, os preços ao consumidor subiram 8,6% no mês passado em relação aos 12 meses anteriores. A economia dos EUA contraiu 1,6% no primeiro trimestre de 2022, e o mercado de capitais fechou seus piores seis meses em pelo menos 50 anos.

Por um lado, a economia sempre oscila entre altos e baixos. Por outro lado, os americanos de hoje não podem mais viver nas mesmas condições de antes. Eles aceitam muitos imigrantes no país e administram muitos programas que seu sistema financeiro não pode suportar.

Não sou economista e certamente não tenho o domínio da economia americana que os especialistas têm, mas parece que a América não está levando em consideração todos os dados globais.

A situação é mais complexa do que apenas um problema econômico. A própria economia reflete a forma como as pessoas se relacionam, e essas relações precisam de cuidado e correção. É um erro pensar que o mundo será capaz de operar em uma base “business as usual” (“o negócio como de costume”), porque é a qualidade das interconexões entre as pessoas que estabilizam os sistemas sociais e econômicos.

Os americanos continuam a se comportar como sempre fizeram, no entanto, estão ganhando cada vez menos, ou mesmo perdendo terreno, porque não levam em conta que as pessoas estão mudando continuamente, que a sociedade humana está mudando e que é imperativo ajustar e melhorar as relações de acordo: o desenvolvimento social deve ser adaptado às leis do mundo global interdependente, caso contrário, a América continuará a ficar cada vez mais para trás.

Embora a economia dos EUA ainda seja mais importante e maior do que a da China e do resto do mundo, se a América perder poder significativamente, isso afetará o mundo inteiro. Nesse ponto, todos nós finalmente entenderemos que estamos presos a um sistema integral, um sistema interdependente. Quando cada nação e indivíduo dentro da nação vê claramente que o dano a outro, direta ou indiretamente, prejudica a si mesmo, estaremos alertas e prontos para nos comunicar e cooperar adequadamente uns com os outros.

Ainda é possível para a América liderar a humanidade no caminho certo. O país não é mais tão forte quanto parece para si mesmo ou para o mundo – porque forte é um país que sabe se controlar considerando e equilibrando as necessidades de todos, e os americanos ainda não têm essa habilidade – mas a América ainda é considerada um país importante.

Que o 246º Dia da Independência revele à América seus laços estreitos com outras nações e povos. A independência descreve não apenas o estado de uma nação livre que tem um governo independente e não está sob domínio estrangeiro, mas a independência é um estado em que a própria nação pode determinar e escolher o que fazer a seguir para fortalecer suas relações com os outros países: descreve uma capacidade de perceber sua interdependência. Pois é somente dentro de relações estreitas entre países que a prosperidade e o florescimento prevalecerão.

No mundo global onde cada nação está conectada a outra, o tempo das velhas noções de independência das nações individuais terminou. Vemos isso hoje com a Rússia e em breve veremos com a China. Se a América aprender a se conectar com o resto do mundo em boas relações, será amplamente bem-sucedida. Será capaz de estabelecer leis positivas na sociedade que serão repassadas a todos, e aos poucos se recuperará de seus problemas socioeconômicos.

Feliz independência, América!