“O Valentão Também É Uma Vítima” (Linkedin)

Meu novo artigo no Linkedin: “O Valentão Também É Uma Vítima

Um dos fenômenos sociais mais dolorosos, mas muitas vezes não detectados entre as crianças, é o ostracismo. Normalmente, acontece quando um líder de um grupo social, como uma turma ou um time esportivo, escolhe uma criança como alvo de exclusão e coloca o restante do grupo contra a vítima. Para a criança, é uma experiência horrível que pode marcar uma alma jovem por toda a vida. Pior ainda, um valentão que se comporta dessa maneira se sente encorajado por isso e, portanto, é provável que repita isso com a vítima ou com outras crianças. Para curar essa doença social, precisamos entender por que os agressores se comportam dessa maneira e como podemos ajudá-los a adotar padrões de comportamento mais positivos.

Os agressores têm como alvo crianças que consideram fracas, que não os enfrentam ou que estão socialmente isoladas. O objetivo do agressor não é tanto fazer a vítima se sentir mal, mas sim fazer com que o agressor se sinta bem consigo mesmo.

Muitas vezes, os agressores vêm de lares onde se sentem inseguros. Eles podem estar sofrendo de abuso físico ou emocional e se sentirem pisoteados em casa. Para compensar seu sentimento de inferioridade em casa, eles precisam se sentir superiores em outro lugar, e esse outro lugar provavelmente será a escola ou um time esportivo, ou qualquer ambiente social em que o agressor participe.

Comparado a outras formas de bullying, o problema da exclusão é que o agressor “recruta” o resto do grupo conspirar contra a vítima, deixando-a socialmente isolada e sem apoio emocional. Para uma criança, tal situação pode ser devastadora.

Para enfrentar o fenômeno, não basta punir o agressor. Uma punição pode impedir o agressor de continuar a assediar a vítima por quem foi punido, mas não impedirá o agressor de procurar outras vítimas porque a necessidade de intimidar continuará. Pior ainda, pode fazer com que o intimidador continue a intimidar, mas de maneiras mais furtivas e sinistras.

Portanto, é essencial entender por que o agressor se comporta dessa maneira e fornecer a compensação pela falta que o agressor precisa de maneiras mais construtivas. Em vez de o agressor buscar compensação por si mesmo, a sociedade deve oferecer a compensação de uma maneira que preencha a deficiência emocional do agressor e não machuque os outros.

A natureza humana exige que nos sintamos bem com nós mesmos. Se houver um lugar onde nos sentimos inferiores, não descansaremos até compensarmos isso. Portanto, se uma pessoa se sente amada e apoiada, ela nunca se sentirá inferior e, portanto, não desejará fazer com que os outros se sintam não amados ou excluídos.

A solução para o problema do bullying, portanto, e especialmente do ostracismo, está nas mãos da sociedade: criar um ambiente caloroso e amoroso para todas as crianças, onde elas possam crescer e expressar suas qualidades únicas de maneira socialmente construtiva, em benefício de toda a sociedade.

Se as crianças trabalharem juntas em projetos que exijam as habilidades de todos, elas aprenderão a confiar umas nas outras e se deliciar com os talentos umas das outras. Mais importante ainda, elas virão a cuidar uma da outra. Em vez de inveja, seu senso de interdependência as levará a apoiar uns aos outros, pois as habilidades únicas de cada criança beneficiam todo o grupo. Quando todas as crianças cooperam dessa maneira, formam uma sociedade harmoniosa onde cada indivíduo está plenamente satisfeito e ao mesmo tempo cuida do resto de todos os membros do grupo.