Chanucá É A Celebração Da Vitória Sobre Nós Mesmos

Laitman_155Chanucá parece um feriado infantil, não muito sério. Mas, de fato, é o feriado mais significativo porque fala sobre a entrada de uma pessoa no trabalho espiritual, seu primeiro passo, seu cruzamento da fronteira entre os mundos material e espiritual.

A fim de atravessar a fronteira, a pessoa deve ir contra os “gregos” nela, contra o seu egoísmo. Ela derrota essas forças impuras e egoístas porque vai contra elas e não tem medo.

No entanto, nós revelamos que não temos forças para nos posicionarmos contra o desejo egoísta. De onde pode vir isso, se somos um produto completo desse egoísmo e tudo o que temos é uma pequena centelha que se opõe a ele.

Mas se nos mantivermos e não recuarmos, um milagre acontece: a Luz superior vem repetidamente, realiza o seu trabalho, e “transmite o forte nas mãos dos fracos”. Nosso desejo de doar é muito fraco, quase imperceptível. No entanto, o milagre acontece e a ajuda vem de cima, dando-nos a força de doação, a intenção altruísta e a fé, através da qual podemos vencer.

A vitória vem quando a pessoa, por um lado sente que é obrigada a ganhar essa guerra, mas, por outro lado, não tem nenhuma força e alcança o desespero, tendo esgotado todas suas possibilidades. Vemos pela história que muitos judeus deixaram o caminho da luz e adotaram a abordagem grega da vida. Somente os Macabeus permaneceram, um punhado pequeno do povo que começou a guerra.

“Os gregos atacaram-me”, e ao mesmo tempo a pessoa sente que deve continuar a lutar com sua última força, sem qualquer esperança de sucesso. Ela não pode desistir, porque senão permanecerá escravizada pelo egoísmo. Então um milagre acontece e ela ganha essa guerra. O êxodo do Egito e a Chanucá, a vitória dos Macabeus sobre os gregos, são todas as fases da mesma guerra.

Toda essa guerra está na fronteira dos mundos material e espiritual, entre as forças egoístas e as forças de doação e amor. A pessoa vê que entre ela e o mundo espiritual está um muro. Somente se ela puder desistir de seus desejos e pensamentos egoístas, começará a sentir o mundo espiritual neste espaço vazio.

Essa realização não vem imediatamente, mas depois de muito tempo e muito esforço porque é necessário encontrar novas medidas e novas sensações para que a pessoa obtenha a conexão com a espiritualidade. Então ela descobre os “gregos” que não viu antes e percebe que vai ter uma guerra com eles.

É uma grande alegria porque ela finalmente descobre que enfrenta uma barreira formidável. Essa barreira está dentro da pessoa, em sua percepção do mundo e da realidade, e nos valores de sua vida anterior.

Agora ela precisa vestir-se em uma nova pessoa que pensa e vê de forma diferente, prefere outros valores e adquire uma mente, percepção e sentimentos completamente novos do mundo. Assim começa a Guerra dos Macabeus com os nossos “gregos” internos.

Da Lição sobre o Tema “Chanucá pela sabedoria da Cabalá” 20/12/16