Pergunta: Se tudo vem do Criador, como os Cabalistas encontram forças para justificá-Lo como o bom que faz o bem?

Resposta: Enquanto nós estamos no nosso egoísmo, não podemos justificar o Criador como o bom que faz o bem. Se uma pessoa ganha algo egoísta e recebe certa satisfação, ela se sente bem, mas se ela examina as coisas corretamente e vê que isso é prejudicial, é incapaz de abençoar o Criador e agradecer-Lhe. Mesmo quando ela recebe golpes em vez de prazer, ela não pode agradecer ao Criador.

Mas, se a pessoa sente esses golpes como ordens, como um decreto para se aproximar do Criador, ela os aprecia de uma maneira totalmente diferente e atinge um estado no qual agradece ao Criador por eles, o que significa que ela parece beijar a vara com a qual o Criador lhe bate. Tudo depende da conscientização da meta.

Em outras palavras, enquanto a pessoa se identifica com o seu egoísmo, ela sente os golpes em si mesma, mas quando ela deixa de sentir o seu ego, ela deixa de perceber os golpes que recebe, porque se relaciona com o seu ego como a um animal ao seu lado.

Eu sou o ser humano e o animal está ao meu lado, e ele sente os golpes, enquanto eu não. Nós temos que chegar a esse estado onde eu estou separado desse animal, do ego, e, assim, o ser humano em mim ficará feliz enquanto o animal sofrerá, uma vez que é para isso que ele foi criado, como diz o Baal HaSulam. A pessoa fica inclusive feliz quando o seu animal sofre, pois é realmente graças ao sofrimento do ego que ela sobe acima dele.

Da Lição de Cabalá em Russo 03/01/16

Categoria: Trabalho Espiritual |