O Imenso Potencial Do “Falante”

Laitman_712_03De um artigo do Baal HaSulam, Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot“, Seção 3: Deixe-me explicar a questão. Nós distinguimos quatro divisões na espécie falante, dispostas em gradações uma sobre a outro. Essas são as massas, o forte, o rico e o sagaz. Elas são iguais aos quatro níveis em toda a realidade, chamados:
a. Inanimado,
b. Vegetal,
c. Animal,
d. Falante.

… Acima está o falante, que consiste de uma força emocional e uma força intelectual juntas. Por esta razão, o seu poder é ilimitado pelo tempo e espaço em atrair o que é bom para si e rejeitar o que é prejudicial, como o animal.

Isto é assim por causa de sua ciência, que é uma matéria espiritual, ilimitada pelo tempo e espaço. Pode-se ensinar aos outros onde quer que eles estejam em toda a realidade, e, no passado e no futuro através das gerações.

Segue-se que o valor de uma pessoa do falante equivale o valor de todas as forças no vegetal e animal em toda a realidade nesse momento, e em todas as gerações passadas. Isto é assim porque seu poder os engloba e contém dentro de seu próprio ser, juntamente com todas as suas forças.

Depois que o desejo de receber foi criado, ele começou a se desenvolver não quantitativamente, como se o seu peso fosse de um quilograma e ele se desenvolvesse em dez quilogramas. Em nenhum lugar na natureza o desenvolvimento quantitativo é considerado desenvolvimento. Se uma criança crescesse aumentando apenas o seu peso, ela seria chamada de mentalmente subdesenvolvida.

Isso significa que nós sempre associamos o desenvolvimento com uma nova qualidade. Em primeiro lugar, há a reunião da sabedoria, o reconhecimento do mal, consultas e observações. E se nós precisamos de mais poder para isso, nós podemos obtê-lo em conformidade.

Aparentemente, apenas as alterações qualitativas são consideradas como desenvolvimento na natureza. O desenvolvimento quantitativo não é considerado. Qual seria o benefício de se adicionar mais um, mais um milhão ou até um bilhão a mais do mesmo? Mas é importante que a adição altere a qualidade, tal como uma mudança no número de elétron, prótons e partículas adicionais dentro do átomo, e, consequentemente, há desenvolvimento.

Os átomos se conectam em moléculas; as moléculas se tornam cada vez mais complexas e se conectam em células. O núcleo da célula aparece no centro da célula e está pronto para gerir os processos no interior da célula. As células ganham a possibilidade de se conectar, especializando-se em diferentes atividades. Isso não se refere ao número de células aqui, mas à sua qualidade. Diferentes tipos de células começam a ser formadas a partir de células-tronco, das quais o corpo humano é construído.

Isso significa que o desenvolvimento é sempre qualitativo. O Baal HaSulam não fala de quantidades. Existem quatro níveis de desenvolvimento no mundo: inanimado, vegetal, animal e falante; eles são níveis de desenvolvimento e são qualitativos. O desenvolvimento qualitativo é que o desejo de receber começa a entender cada vez mais o que ele quer.

E isso está certo: de onde ele poderia saber o que quer? Se eu sou o desejo de receber, para saber o que o meu desejo é, eu preciso saber o que o Criador quer de mim. Eu não sou consciente disso nos níveis do inanimado, vegetal e animal. E no nível falante, eu já começo a entender que o meu intelecto é uma cópia do intelecto do Criador, que o implantou em mim porque era especificamente Seu desejo que eu pudesse entender e pensar, e ser consciente Dele numa forma como essa.

Isto é chamado de desenvolvimento. Graças a um desenvolvimento como este, eu posso me controlar e controlar os vários processos. Mas cabe a mim entender que todos os sistemas que se encontram em mim, todo o meu intelecto e emoção, todos os resultados do desenvolvimento, são uma cópia gradual dentro de mim das características do Criador. Ele deixa apenas uma coisa em mim, a liberdade de escolha dentro destes sistemas, ou seja, se assemelhar ou não a Ele!

É assim que nos desenvolvemos de acordo com estes níveis, moldando sistemas cada vez mais complexos nos níveis inanimado, vegetal, animal e falante. E isso faz possibilita que nos aproximemos cada vez mais do entendimento de nossa natureza no nível falante e controlemos os níveis inanimado, vegetal e animal. Nós adicionamos cada vez mais desejo de receber a nós mesmos, e juntamente com isso, adicionamos à nossa capacidade de usá-lo.

No nível de Adão isso não se refere mais a uma maior capacidade de usar o desejo de receber, mas à capacidade de compreender o próprio desejo. O nível animal se realiza ao máximo. O Adão é construído de forma diferente, de um aspecto qualitativo, e para ele o mais importante é não realizar o seu desejo, mas o propósito para o qual está fazendo isso. O nível de Adão (homem) começa especificamente daí. Caso contrário, seria uma continuação do nível animal. Para um Adão, o que é importa é a razão pela qual ele quer se realizar.

Aqui começa o reconhecimento do mal. Nós perseguimos diferentes objetivos que só nos causam problemas, até que o Adão – pelo caminho de Beito (em seu tempo), pelo caminho do sofrimento – atinge a pergunta: Qual é a razão para viver? Isso significa que ele procura um propósito adequado não o incomode de dedicar sua vida. O desenvolvimento do desejo é feito de forma gradual e sistemática, e, finalmente, nos leva ao resultado correto.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 06/03/14, Escritos do Baal HaSulam