Nosso desejo é criado pela marca invertida da Luz e é por isso que se ele só sente a si mesmo, é uma sensação horrível, uma sensação de vazio não preenchido, um abismo. Eu simplesmente não posso sentir só a mim mesmo, pois não posso viver sem ser preenchido! Isso é chamado Nukva, de “Nekev” (um buraco), um desejo de receber oco, que precisa ser preenchido.

O Criador é perfeição e não necessita de ninguém. É completo repouso e ócio. Ele é totalmente imutável, não precisa se mover e agir. Mas o pobre ser criado (desejo de receber prazer, desejo e necessidade de Luz) se sente totalmente miserável e não pode encontrar descanso até que receba a sensação de perfeição. Ele existe em constante medo e temor, e em busca da satisfação que falta.

Afinal, a Luz (perfeição, o Criador) estampou-se na matéria (desejo) de forma invertida, como um selo e seu molde, produzindo no desejo de receber a necessidade de Luz. Nossa forma é oposta ao Criador, de modo que a natureza do ser criado é tão miserável; se só não tivesse que sentir a si mesmo e todos os seus desejos, aspirações e pensamentos, que tratam apenas de satisfação.

Nós estamos sempre perseguindo o Criador, a Luz. Mas quando o desejo é revelado em nós em seu nível mais inferior, nós, em vez da Luz, vislumbramos a satisfação material através da riqueza, poder, fama, sexo, comida e família. E se um desejo maior desperta em nós, a partir de um nível superior, nós aspiramos ao conhecimento e evolução. E quando um desejo ainda maior é revelado internamente, eu começo a sentir que me falta espiritualidade.

Nós sempre agimos no desejo de receber, desde os desejos do nosso mundo até a equivalência com o Criador.

Da 4^a parte da Lição Diária de Cabalá 08/10/10, Escritos do Baal HaSulam

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