Um Anseio Por Amor Em vez Do Sofrimento E Ódio

Dr. Michael LaitmanPara perceber o sistema espiritual que estamos entrando agora (e o mundo inteiro terá que entrar no final), nós temos que revelar certo desejo “maluco” na conexão entre nós: de repente, nós devemos querer dar um ao outro, como se tivéssemos ficado loucos: “Eu me sinto bem quando eu trabalho e outro recebe”. Em nosso mundo, isto seria um sinal de loucura, de incapacidade de pensar, sentir, perceber e agir corretamente.

É por isso que a Luz superior deve nos influenciare nos trazer este estado. Este estado é diferente, muito estranho e está completamente separado de nós. Não está em nosso poder atingi-lo, e nós não sentimos qualquer necessidade razoável por ele que desperte esse desejo em nós.

Inicialmente, nós recebemos uma pequena centelha, uma pequena aspiração por este estado de doação e nada mais do que isso. Nós devemos alcançar tudo o resto, começando a convencer um ao outro da grandeza da doação. Do ponto de vista externo, este trabalho é realmente irreal, irracional e impossível de se concordar.

Então, imagine como devemos ficar decepcionados em nosso egoísmo, quão desesperados devemos estar para querer nos libertar dele, sair dele. Ele nos causa tanto sofrimento que é melhor fugir dele, até mesmo para um estado como este. Imagine o sofrimento que a humanidade deve atravessar a fim de desejar doar, elevar-se acima de tudo, e parar de pensar em si!

Em outras palavras, primeiro nós devemos sentir que nossa vida é eterna. Você não pode se livrar dela e acabar com esse “negócio prejudicial”, todo esse enorme desespero. Você tem que sentir que seu estado é eterno, que você realmente não tem para onde correr. Isso é chamado de “experimentar a eternidade”.

Se for assim, você se encontra num estado onde sente que a vida é muitas vezes pior que a morte. Então, para contrabalançar todos estes estados terríveis e o sofrimento dentro do ego, você concordará em experimentar a bondade, a liberdade de sair do mal que ele provoca.

Se pesarmos o sofrimento que temos que experimentar em nossos desejos por causa do ego que nos dá a sensação desta vida, nós entenderemos que este é realmente um sofrimento horrível que não existe em nosso mundo. Nós sofremos porque a Luz se aproxima cada vez mais e se apresenta como unificada, enquanto nós nos vemos como distanciados uns dos outros e espalhados pelo mundo.

É a distância entre as duas coisas: a falta de correspondência, desigualdade e desequilíbrio entre nós e a Luz que brilha sobre nós como um todo, enquanto somos opostos a ela, quebrados e imperfeitos. É essa lacuna, este abismo entre nós e a Luz, que desperta todos os desastres e sofrimentos em nós.

Os Cabalistas escrevem muito sobre os tempos terríveis que podemos esperar no futuro, como as “mulheres misericordiosas ferveram e comeram seus próprios filhos”, e assim por diante. É necessário entender que somente a Cabalá pode transformar esse tormento de sofrer por ódio num desejo de amor. Assim, nós seremos capazes de começar a adicionar razão às nossas sensações – para parar de avançar apenas sob a influência do sofrimento, que gradualmente nos tornaria mais inteligentes, já que o sofrimento amacia o corpo, o desejo, assim como “golpes amaciam a carne”.

Por outro lado, nós podemos preceder os golpes com um medicamento, ou seja, começar a despertar por nossa própria conta a Luz que Corrige. Assim, ela brilhará sobre nós e corrigirá nossa mente e sentimentos, e nós começaremos a entender mais e evitaremos os golpes. Por isso, vamos tentar pensar nisso quando lemos O Zohar.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 10/11/11, O Zohar