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Cabalistas Sobre A Torá E Os Mandamentos, Parte 34

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

O Que é a Oração?

Aquele que não foi recompensado com o Seu amor, é como se tudo o que ele fez em seu trabalho na pureza da alma, no dia anterior, tenha sido completamente queimado no dia seguinte. E, a cada dia e a cada momento, ele deve começar de novo (apesar do desespero de desperdício de tempo e esforço), como se nunca tivesse feito nada em sua vida.

Então, “E os filhos de Israel suspiraram por causa do trabalho”, uma vez que eles, evidentemente, viram que nunca seriam capazes de produzir qualquer coisa de seu próprio trabalho. Por esta razão, o seu suspiro e oração eram plenos, como deveria ser e, portanto, “Seu clamor elevou-se”, etc, uma vez que o Criador ouve a oração e aguarda apenas a oração plena. (Assim, nossa tarefa é apenas acelerar nossa conquista do estado de “E os filhos de Israel suspiraram por causa do trabalho”)
– Baal HaSulam Carta, n º 57

O labor e o trabalho em seu coração durante a oração (esclarecimento da oração) é o mais confiável e de maior sucesso, e atinge seu objetivo mais do que todos os outros assuntos na realidade (que são secundários, externos, e existem apenas para nos levar à oração)
– Baal HaSulam, Carta n º. 56

O Fim Do Caso Amoroso Com O Ambiente Material

Dr. Michael LaitmanPergunta: O egoísmo é muito perspicaz. Portanto, como eu posso ter certeza de que meu jogo com ele está realmente me levando para a frente, e não é outro truque que o egoísmo está fazendo comigo?

Resposta: Se eu me incluo no ambiente e sou permeado pelo que é importante para ele, eu avanço pela fé acima da razão. Eu deliberadamente curvo-me diante do grupo e adoto seus valores, porque eles são espirituais. Eu me coloco diante deles para que eles me elevem.

Eu nunca tenho as forças para subir de forma independente. Ao mesmo tempo, estou sempre em algum ambiente que me dirija em direção a valores específicos. Os valores do ambiente material também são artificiais e falsos. A sociedade me motiva a comprar um carro, uma casa e móveis, mas quem disse que eu realmente preciso de tudo isso? Afinal, o corpo é um animal e tudo que ele quer é descansar. Dê-lhe um determinado número de calorias e um lugar confortável para deitar. Ele não quer mais nada.

No entanto, a sociedade me diz o que eu tenho que comprar e a que eu tenho que aspirar. Caso contrário, as pessoas não me respeitam. Assim, instigado pelo ambiente, passo minha vida inteira tentando fazer as coisas para torná-lo igual a mim.

Mas agora, quando eu já estou cheio até a borda, eu já não quero dançar a sua música. Em vez disso eu entro em um novo ambiente. Eu escolho uma sociedade que tem um objetivo espiritual. Agora, tudo o que tenho a fazer é elevá-lo aos meus olhos e assim eu vou crescer com a sua ajuda.

Assim, eu construo um ambiente artificial para o meu crescimento espiritual. É aí que reside todo o meu trabalho. Quanto mais eu elevar os amigos aos meus olhos, mais eu ascenderei.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá  22/02/11, Escritos do Rabash

Abre-Te Sésamo!

Dr. Michael LaitmanPergunta: No que nos ajuda  ler o Comentário Sulam ao Livro do Zohar, se suas explicações nos levam na direção errada? Não é melhor ler O Zohar no aramaico original, uma língua que não entendemos, e permanecer na intenção correta que nos conduz ao nosso objetivo?

Resposta: Nesse caso, talvez você também possa ler O Zohar em chinês ou outra língua que você não entende. Ou apenas olhar para os símbolos sem conhecer as letras, como em um quadro, sem compreender que essas letras se conectam em grupos chamados de “palavras”, e as palavras se combinam para formar sentenças, e as sentenças em parágrafos? Entretanto, eu não sei nada, olhando para a página do texto como se fosse um  código.

A questão é que eu tenho que me conectar ao texto através do meu desejo de revelar os estados de minha alma, que ele descreve. O texto está falando sobre o que acontece dentro de mim, dentro da minha conexão com o Criador. É por isso que eu quero revelá-lo.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/2/11, O Zohar

Tudo O Que Importa Está No Interior

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quando células separadas em um organismo comum do grupo carecem da compreensão da importância da meta, como esta importância pode surgir entre elas?

Resposta: Em primeiro lugar, dirijo-me ao grupo externamente, a fim de despertar meus amigos. Este é o meu dever. No entanto, a inspiração que recebo deles em troca não vem necessariamente em uma forma externa, “gritante”. Em geral, os Cabalistas têm a tradição de evitar expressar seus sentimentos através do amor artificial, palavras bonitas, e assim por diante. Tudo o que importa é o que está dentro.

 E no interior, devo julgar meus amigos favoravelmente. Eu os valorizo, porque o Criador os reuniu e deu-lhes a compreensão da importância da meta. Quão bem eles compreendem a meta é irrelevante, uma vez que ainda são pequenos. No entanto, o Criador está no meio deles; Ele os desperta e os une entre si. Foi Ele que os unificou em um grande grupo. E é por isso que eles são tão importantes para mim como para o Criador. Ele os quer, aproxima-os e cuida deles. Para Ele, são Seus filhos.

Isso significa que eu tenho que tratá-los adequadamente. Eu não olho para a sua aparência, mas para sua força interior. Ali, no interior, o Criador os conecta e os apóia, e eu quero me unir a essa conexão entre eles, que Ele realiza, concretiza e sustenta. Eu quero me conectar a eles.

Meus amigos podem não entender ou sentir isto, mas eu quero seriamente unir-me a eles através da minha própria decisão e vontade. E quando eu me junto à sua conexão, lá onde o Criador os sustenta, isso significa que eu me conectei ao grupo. Este é o grupo, e não expressões externas de qualquer tipo. Deles eu recebo a força do Criador, que apoia os meus amigos e habita neles. É precisamente aí que eu recebo a minha inspiração pela importância da meta, e adquiro a força necessária para sempre me esforçar por isso.

E tudo isso depende de mim.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 17/2/11, Escritos do Rabash

Verdadeira Bondade

Dr. Michael LaitmanRabash, Shlavey HaSulam (Degraus da Escada), artigo “O Que É Um Verdadeiro Ato De Bondade No Trabalho”: Deve-se começar o trabalho com “a verdadeira bondade”, o que significa sem qualquer recompensa, de modo que tudo que se faz não sirva para o benefício pessoal, mas para deleite do Criador.

Nós nascemos com o desejo, que atua de certa maneira: “para seu próprio benefício”, “a fim de receber”. Cada um de nós sente que antes e fora dele há um mundo que inclui quatro graus evolutivos: inanimado, vegetal, animal e falante. Além disso, nós apenas desejamos desfrutar todo esse mundo externo, a fim de sentir prazer.

Nós podemos reverter isto e dizer que o homem vai se sentir bem se ele usar o mundo de certa maneira: para a auto-gratificação. Em geral, todas essas coisas são relativas, já que somos incapazes de ver qualquer coisa oposta a elas.

Mas, mais tarde, o homem cai em desespero a partir desta tendência de buscar prazer. Então, um novo desejo, um novo caminho, desperta nele: “Eu preciso tratar toda a realidade de forma diferente. Tudo isso é meu e é semelhante a mim. Eu não consigo apreciá-lo sozinho, mas apenas em conjunto com os outros”. Obviamente, esse impulso não vem do homem. O desejo criado pelo Criador, juntamente com suas Reshimot (genes informacionais),  “continua rodando” mais e mais, abrindo-se para a pessoa que o sente desta maneira.

Usando o método de correção da maneira certa, a pessoa começa a mostrar uma atitude diferente para com a realidade que ela sente interiormente. Em seus 613 desejos, ela descobre que as partes que costumava ver como externas estão, na verdade, relacionadas a ela. Na medida em que é capaz de mudar a sua atitude para com elas e reconhecê-las não como “estranhas” mas como “familiares”, “parentes”, da mesma forma ela avança em um tipo diferente de percepção da realidade: uma global, que abarca tudo. Acontece que tudo é ela mesma.

Neste caso, quando a pessoa começa a vincular sua própria percepção ao desejo unificado que não está quebrado em partes individuais, ela altera a imagem de sua realidade. Nada é externo: nem pedras, nem plantas, nem animais, nem seres humanos. Todos eles são partes de seus desejos.

A pessoa muda sua atitude. Em outras palavras, ela organiza o desejo unificado e, portanto, também revela o “elemento adicional”, uma força unificada que completa esse desejo, considerada como o Criador. Assim, devido à correção dos desejos, a pessoa merece uma nova realização e se funde com a Fonte.

É isso que se chama “verdeira bondade”. Se a pessoa trabalha em seu desejo de receber e corrige a si mesma, sua atitude e percepção da realidade, ela merece uma grande “adição”:a revelação do Criador e a adesão com Ele.

É por isso que há trabalho na bondade, o que significa a correção dos Kelim (vasos), e há a verdadeira graça, receber a fim de doar, quando a pessoa revela a realidade que inclui Aquele que a gerou: o Criador. Por isso, a partir da correção da criatura nós atingimos o seu propósito.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 17/2/11, Escritos do Rabash

Um Animal Sofisticado Ou Um Humano?

Dr. Michael LaitmanEscritos do Rabash, “O Que Significa Que O Mundo Foi Criado para a Torá”: Através da realização de cada uma das 613 recomendações, a pessoa adquire a Luz correspondente a recomendação dentro de seu desejo altruísta.Ouvir

Esta Luz, correspondente à observância espiritual de cada mandamento, é chamada de “contribuição”, porque corresponde à assimilação de cada nível espiritual. Todas as 613 recomendações de todos os 613 graus são chamados de Torá

O Criador criou o desejo de desfrutar, mas Ele quer que esse desejo desfrute a doação ao invés da recepção. Portanto, o desejo tem de fazer modificações, e tem que fazê-lo de forma independente, pelo princípio do “Faremos e ouviremos”.

Onde está esse desejo? Encontra-se na espécie humana, no nível de desenvolvimento humano. Como o Baal HaSulam escreve, depois de fazer todas as verificações, encontramos apenas uma vantagem do homem sobre o animal: o desejo de trabalhar para o Criador, para a união com Ele. Aquele que tem este desejo é chamado de “humano”, Adam. No entanto, se essa aspiração ou esta subida ainda não está presente nele, então ele é chamado de “animal”.

No entanto, é dito nos Salmos: “Você vai salvar um homem e um animal”. Todo mundo está gradualmente se aproximando do despertar para a unificação com o Criador. E uma vez que eles despertam, eles começam a fazer ações pelo princípio do “Faremos e ouviremos”.

“Faremos” significa a correção dos Kelim, onde realizamos as 613 recomendações. “Ouviremos”, significa o preenchimento dos Kelim por meio dos 613 pedidos, ou colocado de forma diferente, das contribuições, onde uma contribuição, um depósito, ou a Luz entram no Kelim corrigido.

A título de correção e realização, com a ajuda das Luzes e das contribuições, nós chegamos à realização: todos os nossos 613 desejos se tornam corrigidos da recepção para a doação e são preenchidos pela Luz Superior ou o Criador. No final, nós nos tornamos realizados dentro Dele, chegamos a adesão com Ele, onde Ele nos satisfaz

Portanto, a Torá, ou seja, o método de correção, foi criada apenas para quem quer corrigir seu desejo egoísta pela intenção de doar. Só eles realmente se ocupam com a Torá. Isso porque a Torá é a Luz que Corrige. A pessoa que não existe em prol disto não é chamada de “humano”, aquele que realiza uma correção.

Olhando para o nosso mundo através das lentes espirituais, podemos ver, possivelmente, várias pessoas aqui. Todo o resto pertencente aos níveis inanimado, vegetal, e animal da natureza, incluindo o grande número de animais sob a orientação das pessoas que têm apenas uma semelhança externa.

Se a pessoa ainda não despertou para corrigir-se e atingir a altura do Criador, significa que ela ainda está no nível animal de desenvolvimento. E não importa o que ela faça, o método de correção não foi criado para ela. Ela pode ser muito sofisticada e inteligente, e pode se considerar um homem justo, mas se ela não se preocupa a todo instante com a correção de sua inclinação ao mal, agora ela é chamada de animal. É por isso que se diz que todos são como animais

Portanto, temos de respeitar o desejo que despertou dentro de nós, que aspira à união com o Criador, assim como os amigos que também têm esse fogo interior. Nós podemos nos unir de modo que o desejo comum de todos entrará em cada um. Então, em resposta a esse desejo que cada um tem, nós vamos atrair a Luz que Corrige e que realmente irá unir todos os nossos desejos em um Kli completo que já está corrigido. Ele será preenchido pela Luz Superior, o Criador, e é assim que vamos nos tornar semelhantes a Malchut do mundo do Infinito, como está escrito: “Ele é um e o Criador é um”. Ele é a Luz, e o Criador é o vaso (Kli), HaVaYaH.

Acontece que o mundo inteiro foi criado para a correção. No final, teremos de corrigir a nós mesmos e alcançar a união, a qual é descrita pelo verso: “Todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior deles”.

Da 1a parte da Lição Diaria de Cabalá 21/02/11, Escritos do Rabash