Uma pergunta que recebi: Ao lermos os nomes e títulos do Livro do Zohar, nós devemos procurar suas definições espirituais, as quais cada um de nós atravessa nesse momento, ou isso é um padrão comum que temos de encontrar entre nós?

Minha Resposta: O Zohar fala da nossa interioridade. Ele nos diz o que está a acontecer dentro de nós, e cada um de nós inclui tudo interiormente.

O Zohar descreve a estrutura da nossa alma, e também como discerní-la, como revelar tudo o que acontece nela. O Mundo do Infinito, o Criador, e toda a realidade existe dentro da alma. Nós temos que revelar tudo isso, dentro da nossa alma.

O Baal HaSulam escreve que O Livro do Zohar inclui todos os 125 graus, e a sua narração guia-nos durante todo o caminho até o final da correcção. Não importa onde você se encontra na escada espiritual; este livro é sempre bom para qualquer pessoa durante todo o caminho.

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Quando nós começamos o caminho da Cabalá, nós gradualmente chegamos à realização de que a nossa percepção da realidade está divida entre o mundo interno e o mundo externo, em que o externo nos parece estranho. Desta forma, não olhamos para ele com olhos amáveis e não o percebemos como maravilhoso sob todas as formas, como uma mãe olha para seu filho, por exemplo.

Na realidade, contudo, foi para o nosso beneficio que fomos criados com esta percepção dupla, que nos permite tratar o nosso egoísmo como algo estranho. Graças a isso nós nos damos conta dos erros e corrupções associados ao nosso egoísmo, e, subitamente, reconhecemos que tudo está dentro de nós. É realmente uma maravilha quando nos apercebemos que todo o mal que vemos fora de nós mesmos é, na verdade, o nosso próprio, pois isso nos permite redireccionar o nosso foco de tentar corrigir o exterior, a querer, em vez disso, corrigir a nós mesmos.

Esta percepção dupla origina-se da oposição inicial entre o ponto da criação, que surgiu “do nada”, e a Luz. Esta oposição força a nossa percepção a se dividir em duas partes – interna e externa. Em outras palavras, nós absorvemos tudo dentro de nós. Mas quando nos apercebemos que o ódio e mal percebidos fora de nós é, na verdade, o nosso próprio, nós o conectamos à menor parte da nossa alma (o ponto no coração), e o resultado é um Kli corrigido.

É similar à revelação das fotografias, que transforma o negativo no positivo. Nada mais é necessário, excepto mudar a nossa visão geral; através disto, nós começamos a perceber tudo no que se chama “a Luz Refletida”.

A nossa percepção é construída usando sons, sabores, imagens visuais, odores, e todos os nossos outros sentidos corpóreos. Além disso, a nossa percepção também define os níveis do nosso desejo por comida, sexo, dinheiro, poder e conhecimento. Estes são os “preenchimentos externos” que temos de revelar dentro de nós. Desta forma, o mesmo principio pode ser aplicado não só aos nossos Kelim, mas também às Luzes. Neste momento é dificil compreender, mas, à medida que começamos a sentir a espiritualidade, podemos sentir o mundo desta maneira, e então tudo se torna claro.

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Uma questão que eu recebi: No início da aula, peguei um pedaço de papel e comecei a notar cada vez que meus pensamentos desviavam da lição. Depois de quinze vezes, eu desisti completamente e parei de verificar.

Minha Resposta: Por que você parou? Muito pelo contrário, teria sido muito melhor se estas “entradas e saídas” lhe acontecessem mil vezes por segundo. Está escrito: “A Tora virá de Sião”, onde a palavra “Sião” (Tzion, em hebraico) é derivado da palavra “exit” (Yetzia).

Quanto mais vezes a sua mente se desliga da lição e novamente volta para ela, mais você vai avançar. É como na engenharia: quanto mais avançamos, mais altas são as freqüências que utilizamos.

Essa freqüência indica a quantidade de distinções internas que você percebe em um segundo. Você pode processá-las e vivê-las, a fim de adquirir novas informações, sensações e como o nível espiritual. Isto é como a quantidade se transforma em qualidade.

Portanto, não se desculpe sobre as muitas entradas e saídas de experiência durante a aula. Pelo contrário, quanto mais, melhor!

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Duas questões eu recebi sobre o estudo do Zohar:

Questão: A fim de compreender o Zohar, não é necessário aprender as definições e tentar memorizá-las, por exemplo, o significado de Faraó e Abraão?

Minha Resposta: Eu não acho que seja necessário. O que importa é que tenhamos uma idéia básica do que estas coisas são de acordo com o que está escrito no Zohar. Mais tarde, estas propriedades a que nos referimos como Abraão, Moisés e Jó será revelada em nós, assim como a maneira como elas se relacionam entre si.

A definição é uma sensação interior de alguma qualidade de sua arquitetura que você vai se referir como “Jó “, por exemplo. Se, no entanto, você simplesmente memorizar os nomes das coisas de um livro, isso não vai beneficiá-lo de nenhuma maneira. Estas definições necessitam se formar dentro de ti, da mesma forma que aos poucos você começa a conhecer alguém aos poucos, por estar em contato ela, conversando e, gradualmente, formando sua imagem dentro de você. Da mesma maneira, nós aprendemos as definições do Zohar. [Leia mais →]

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Uma questão que recebi: Parece que todos os esforços que fazemos durante a tentativa de descobrir se estamos recebendo para si próprio ou dar para os outros realmente não contribuem para o nosso progresso espiritual. Estou certo?

Minha Resposta: Cabalistas nos dão o seguinte conselho:

-Escolha um ambiente que nos dará realização espiritual de valor;

-Amar – os amigos, ligar-se com eles, e vê-los como partes de sua alma;

-Leia O Livro do Zohar juntos enquanto a aspiração de ver qualidades de doação dentro de nós mesmos, e Confiar que essas ações irão atrair a Luz que Refoma (Ohr Makif).

Os meios para fazer isso são: [Leia mais →]

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O jornal italiano “Il Denaro” publicou um artigo sobre a publicação do meu livro novo na Itália e sobre o Congresso que está sendo realizado neste fim de semana:

http://www.denaro.it/VisArticolo.aspx?IdArt=585330&KeyW=BNEI%20BARUCH

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Uma questão que eu recebi: Você disse que devemos procurar dentro de nós mesmos por tudo o que está escrito no Livro do Zohar. No entanto, nas conversações durante a leitura do Zohar acerca da correção da alma, foi dito que recebemos uma alma só quando entramos no mundo espiritual. Então, como posso corrigir algo que é externo, dentro de mim?

Minha Resposta: Isso é verdade. Às vezes dizemos que a espiritualidade existe fora de nós, onde “fora de nós” significa “fora do nosso desejo.” Na verdade, tudo em mim é o desejo de receber e ser auto-completo. Portanto, eu digo que a espiritualidade está fora do meu desejo de receber prazer.

Não estamos falando sobre distâncias e espaços, estamos falando de qualidades. No que diz respeito à qualidade da recepção não há espiritualidade. A espiritualidade é fora dela. Portanto, quando digo “fora de nós”, quero dizer “além do nosso desejo presente.” Por outro lado, dizemos que a espiritualidade existe dentro de nós – muito mais profundo do que todos os nossos desejos atuais. Se eu penetrar em todos os meus desejos momentâneos de comida, sexo, família, dinheiro, honra e poder – cada vez mais profundamente no interior, mais interno, pessoal, – acho o mundo espiritual e o desejo espiritual.

Este desejo espiritual é chamado do “ponto no coração”, o desejo mais íntimo que se revela em mim agora. Por que é o mais íntimo e o maior desejo? É por causa de sua estatura elevada. Afinal, estamos falando sobre o objetivo e finalidade de toda a minha vida, e sobre o que irá permanecer depois da minha vida. Todos os mais íntimos e profundas questões estão concentrados num único ponto.

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Uma pergunta que recebi: O que significa “evitar usar os desejos”?

Minha Resposta: Evitar usar um desejo significa que eu não quero usá-lo, ao invés de apenas restringir-me ou “fechar a minha boca”. Por exemplo, suponha que os médicos me proíbam de comer doces, então eu tenho que limitar-me, embora eu realmente queira.

Na espiritualidade, “evitar usar um desejo” significa que eu encontro a força dentro de mim para sobrepujar esse desejo, concentrando-me em algo que seja mais importante para mim. Eu escolho não usar esse desejo; caso contrário, esta decisão é inútil.

Isto significa que mesmo que os médicos de repente me deixassemcomer doces, eu não tiraria proveito disso. Isso não significa que eu não quero comer doces, mas simplesmente que não estou usando esse desejo.

Isto é difícil de explicar porque não temos esses tipos de cálculos no mundo material, onde todos os nossos cálculos são feitos num único plano – escolher qual prazer é mais importante. Porém, no mundo espiritual, os cálculos são feitos em dois planos, eu ou o Criador, e decide-se quem é mais importante. Eu devo adquirir a importância do Criador acima de cada desejo que eu não quero usar, e essa é a razão pela qual eu não quero usar o desejo.

Como posso fazer isso? Eu exijo a revelação do Criador, peço-Lhe a força para evitar o uso do desejo. Então, eu serei capaz de me manter acima do desejo e na Luz do Criador, que foi revelada para mim. O desejo permanece, mas eu me elevo acima dele e não quero usá-lo. No entanto, se a Luz cessasse, eu imediatamente cairia no meu desejo novamente, e desejaria usá-lo, e não haveria nada que pudesse me parar. Quando a Luz que Corrige vem até mim, ela me mantém suspenso no ar como um ímã. Eu só me mantenho na espiritualidade devido à Luz que Corrige. Ela brilha e me atrai, permitindo que eu supere o meu desejo de receber prazer e me eleve acima dele.

Isso significa “evitar o uso do desejo”. O desejo está lá, mas eu não quero usá-lo.

Em nosso mundo, nós fazemos cálculos conforme a viabilidade deles. Se eu preciso perder peso, eu não como, ou contenho-me e não uso certo desejo, porque tenho medo da punição. Na espiritualidade, só há uma razão para eu não usar um desejo – a grandeza do Criador. É por isso que inverto o meu desejo, de recepção para doação.

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Quando nós retornamos para o Mundo do Infinito, todos nós, cada célula da alma comum torna-se infinita, da mesma forma que todo mundo está conectado e incluído dentro de mim. Através da minha pessoa eu os levo ao Mundo do Infinito. Eu não tenho qualquer Luz. Cada célula se conecta à Luz Circundante e recebe dela. Em outras palavras, eu tenho uma conexão pessoal com o Criador, e a Luz ou o amor Dele flui através de mim para todo mundo; eu satisfaço e sirvo cada um deles. Eu completo o meu próprio pedaço dentro deles a partir da quebra dos vasos. Eles não precisavam desta satisfação antes, pois viviam no Mundo do Infinito como células independentes, conectadas numa existência simples fornecida pelo Criador. Lá, eles não tinham a sensação ou a compreensão dos outros; tudo era quase completamente inanimado, com apenas um vislumbre da vida – a Luz de Nefesh no desejo de Keter.

Além do meu eu individual existe também o “eu” que está incluído em todos os outros, visto que agora estamos todos incluídos dentro de cada um. Eu existo em cada um deles, quer eles gostem ou não. O meu eu individual é a minha “principal área de trabalho”, o departamento central que está conectado a todos os meus representantes em todas as outras almas. Através da minha inclusão em todas as almas, eu influencio cada uma delas, proporcionando-lhes a parte que eu sou responsável. Tudo funciona como um todo, como um sistema interligado.

O nosso corpo físico funciona de acordo com o mesmo princípio. Se uma determinada célula não consegue compreender as ordens do cérebro, então ela não pode funcionar corretamente. Parte do cérebro também está incluída em cada célula, permitindo que ela compreenda o cérebro e cumpra suas ordens. E se essa parte da célula não sentir de que forma ela está conectada à função de todos os outros órgãos, e pára de funcionar de acordo com comandos do núcleo, então ela se torna uma célula cancerosa ou simplesmente morre.

Em outras palavras, a quebra dos vasos nos dá uma oportunidade de retornarmos ao Mundo do Infinito e criarmos um infinito real, onde todo mundo está incluído em todas as outras células da criação, agindo como o Criador em relação aos outros. Neste estado, eu terei atingido o meu eu pessoal à semelhança do Criador, visto que eu dou a todos os outros, e eles são incapazes de existir sem isso. E isso é verdade com todos. É por isso que nós retornamos ao Mundo do Infinito, que é 613 (TARAKH) vezes maior. Isso é apenas um número, e nós não podemos realmente medir o seu alcance, pois ele indica a força da interconexão de todas as almas.

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Uma pergunta que recebi: Na ciência Cabalística nós aprendemos que o estado de maturidade (Gadlut) deve ser precedido por um estado de pequenez (Katnut). O que isso nos ensina em relação ao trabalho espiritual?

Minha Resposta: Tudo acontece passo a passo. A correção é sempre realizada do fácil ao difícil. Neste mundo, nós crescemos segundo o mesmo princípio. Nós recebemos exercícios e Reshimot são reveladas dentro de nós, das mais simples às mais complexas.

Nós precisamos organizar o nosso progresso espiritual da mesma maneira, sem pensar que podemos ignorar qualquer estado. A cadeia de Reshimot obriga-nos a percorrer todos os estados progressivamente, um após o outro. Nós não podemos perder nenhum estado ou ignorar nenhum grau.

Portanto, se eu não estou avançando para o próximo estado, é sinal de que eu ainda não percebi o meu estado atual, e, portanto, não me preparei para a mudança e a transição para o próximo estado. Não há trocas aqui. O Criador não pode “jogar” você para cima. Isso seria como perguntar: “Por que Ele não me criou num estado perfeito desde o início?”. Se Ele fizesse isso, você não teria o desejo e o sentido através do qual perceberia esse estado. Você precisa alcançá-lo por conta própria.

Pela mesma razão, você não pode pular ou ignorar alguns níveis agora. Isso é impossível, pois você não terá o desejo correto. Como você sentirá um estado mais elevado se você não tiver adquirido um desejo, um vaso para perceber isso?

Atingir um estado mais elevado significa aumentar o seu desejo, ampliando seu vaso de percepção e tornando-o mais doador.

Se você não tiver alcançado a qualidade de doação, então você não sentirá isso. Todo o mundo espiritual existe aqui e agora – então vá em frente, receba-o, se você puder. A Luz Superior está em repouso absoluto, mas você não tem o desejo correto por ela.

Você está dizendo, “Eu quero pular alguns níveis!”. Ora, tente fazer isso. Você descobrirá que não pode dar esse salto. Você precisa subir gradualmente, passo a passo, desenvolvendo-se conforme as quatro fases. É assim que você continuará ascendendo  cada vez mais.

Caso contrário, a ascensão espiritual é impossível. A ordem na qual as Reshimot se revelam é predeterminada. As Reshimot são infundidas em nós e aguardam sua vez para serem materializadas.

A Luz do Infinito está Acima, pronta para corrigir e satisfazer você. No entanto, o seu desejo está impedindo-a.

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