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Artigo De Rosh Hashaná No Ynet

Eu estou feliz de convidá-los, queridos leitores, para ler um especial artigo para Rosh Hashana que publiquei hoje no Ynet e com isso também quero desejar a vocês e todo o Israel um feriado feliz e um ano bom e doce!

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Este Ano Nós Escolhemos Estar Conectados

“Em Rosh Hashana, 5776 anos atrás, uma pessoa conseguiu criar uma conexão com o seu entorno. Esta noite, nós comemoramos o aniversário da primeira vez que uma conexão como essa foi criada na humanidade. O Rav Dr. Michael Laitman, numa coluna especial para Rosh Hashana, explica como está em nosso poder tornar o próximo ano mais exitoso”.

Eu estou olhando o ano que passou. Foi um ano complexo e difícil para o povo de Israel. Não há necessidade de dizer muito sobre o que ocorreu, e é claro que todos nós estamos ansiosos por um ano muito melhor. Depende apenas de nós torná-lo melhor.

Esta noite, estamos celebrando Rosh Hashana. Há 5.776 anos, uma pessoa especial nasceu a quem chamamos de Adam ha Rishon (O Primeiro Homem). Ele não foi a primeira pessoa que criada; eu não quero dizer que o universo foi criado 5.776 anos atrás. Este universo material já existia há 14 bilhões de anos. Não há nenhum argumento sobre isso.

O que, de fato, nasceu 5.776 anos atrás é esse sistema de conexões únicas que uma pessoa conseguiu criar com o seu entorno, com os outros. Essa relação que une as pessoas é o que nos dá a verdadeira razão de viver, abre diante de nós outros mundos, e faz uma pessoa feliz. Hoje, nós celebramos o aniversário da primeira vez que do uma conexão como essa foi criada com a humanidade.

Durante os últimos 5.776 anos, nós já passamos por inúmeras situações, mas algo dessa raiz é deixada em nós. É muito pequeno. É distante. Vem e vai. No entanto, nos feriados, mais do que o habitual, ainda é possível sentir uma espécie de espírito como este que envolve e conecta todos nós. É porque esta nação nasceu de um sentimento especial de conexão.

Abraão, o pai da nação, tomou o conceito amorfo que Adam HaRishon começou, e realmente o desenvolveu num método. Mais tarde, ele ainda se tornou um slogan comum na boca de todos, chamado, “Ama o próximo como a ti mesmo”. No entanto, a ideia do “Ama o próximo como a ti mesmo” não é um slogan. É o alicerce. É a base essencial para a nossa existência aqui. É o que nos torna únicos, e esta é a base para os nossos valores morais como nação. Aliás, essa é a única coisa que podemos e devemos contribuir à humanidade. Mas isso é outra história.

Portanto, neste feriado, nós fechamos um círculo; ou, mais corretamente, abrimos um círculo, e é sempre necessário começar com a cabeça, e hoje é a cabeça, Rosh Hashanha, a cabeça da mudança. Isso significa que é o primeiro ponto em que entendemos que uma mudança na forma das relações entre nós também conduz a uma mudança na nossa sensação como indivíduos e sociedade. O caminho é o mesmo que Adam HaRishon começou e nosso pai Abraão desenvolveu, e é também relevante no mesmo grau e talvez ainda mais para nós hoje.

Eu espero, desejo e anseio por um ano de mudança. Deve ser um ano de construção dos sistemas corretos de relacionamento entre nós. Um ano de “Ama o próximo como a ti mesmo”, um ano de união, conexão, amor ao próximo que irá transformar nossas vidas aqui e tornar o ano que se aproxima um ano doce e feliz. Eu desejo um bom ano para todos os filhos de Israel! Do artigo do site Ynet.

O Mês De Elul, Uma Oportunidade Para A Ascensão Espiritual

laitman_549_02Pergunta: Se fomos criados como egoístas desde o início, por que precisamos expressar pena, arrependimento pelos nossos pecados e pedir perdão?

Resposta: A oração é fazer um juízo sobre as nossas características interiores, obtidas de fora. O poder superior da natureza criou a nossa inclinação egoísta, enquanto nós só somos obrigados a descobri-la e reconhecer o seu mal.

Ela é má porque não nos permite conectar com outras pessoas e recriar o Kli da nossa alma comum através do qual sentimos o mundo superior.

Uma pessoa é completamente determinada e definida por quaisquer características inatas, onde cresceu, e que tipo de educação recebeu. Portanto, nós mesmos não pecamos tanto assim, e mesmo que possa nos parecer que tenhamos cometido alguns pecados no passado, não fizemos nada de mal. Isso ocorre porque nada depende de nós!

Mas se esclarecermos que a razão para todos os males é a nossa natureza egoísta e quisermos corrigi-la, teremos a possibilidade de fazer isso. Portanto, vamos nos conectar por esse objetivo, porque é impossível corrigir a si mesmo sozinho. Eu estou apelando a todos. Venham, vamos nos corrigir, e assim nos sentir num mundo completamente diferente!

Todo o nosso pesar e arrependimento é a consciência do quanto não queremos nos conectar com os outros. Nós começamos a entender que só podemos viver bem através da conexão e unidade, mas a nossa inclinação ao mal nos impede de atingir isso. Assim, pedimos ao poder superior da natureza para nos conectar e unir, como está escrito: “Aquele que faz a paz em Seus céus, possa Ele fazer a paz para nós e para todo o Israel” (Kaddish).

Pergunta: Mas e se eu não quero me relacionar bem com os outros, e tenho medo de que eles me explorem?

Resposta: Nós simplesmente não entendemos como nos beneficiamos da conexão e unidade. É como se recebêssemos um saco com um milhão de dólares como presente. Se a recompensa nos fosse revelada, todo mundo iria querer se conectar. Tudo depende apenas da relação entre os resultados e a recompensa, e a sabedoria da Cabalá nos diz quão grande é a recompensa.

Comentário: Eu estou familiarizado com muitas pessoas boas que estão tentando se relacionar bem com todos, mas não obtiveram um prêmio de um milhão de dólares.

Resposta: A ideia é que nós não sabemos o que é uma boa conexão. Assim, a Cabalá é chamada de ciência. Ela exige estudo e pesquisa. Uma pessoa pode se esforçar muito, mas completamente em vão. Muitas pessoas em nosso mundo tentam fazer o bem sem resultados. Elas simplesmente não reconhecem as leis da natureza, por isso cometem erros.

Sabe-se que sem conhecer as leis físicas da natureza, é impossível fazer qualquer coisa boa. Pelo contrário, você só causa danos. Se eu não entendo a lei da gravidade, estou sujeito a cair de um telhado.

A mesma coisa acontece mesmo com a alma. Nós devemos conhecer as leis da nossa natureza interior ou da alma. Assim vamos usá-las de forma correta, e facilmente chegar à vida pacífica, harmoniosa e maravilhosa e nos beneficiar de muito mais do que um milhão de dólares.

No mês de Elul, estamos entrando num período singular. Temos a oportunidade de nos beneficiar muito se entendermos que o objetivo é nos conectar e unir, e a única coisa que nos perturba é o nosso ego, a inclinação ao mal.

Se tentarmos nos livrar dela com a ajuda da sabedoria da Cabalá, esta irá nos prover todos os meios necessários para a correção. Então, vamos alcançar abundância e prosperidade completa. Entre nós, vamos descobrir o mundo superior e começar a viver uma vida fabulosa como se estivéssemos numa nuvem.

Do Programa da Rádio Israelense 103FM, 30/08/15

Ano Novo, Novos Horizontes

Laitman_421_01Pergunta: Como devemos começar o ano novo?

Resposta: Devemos começar o ano com o reconhecimento de que temos uma oportunidade de se tornar igual ao Criador, o que significa se relacionar com Ele do jeito que Ele se relaciona com você. No entanto, primeiro você deve descobrir que o Criador se relaciona com você com amor absoluto e doação, e deve desenvolver a mesma coisa dentro de você.

No entanto, você não sente o Criador; você não O conhece. No momento que você começar a inventá-Lo, você vai criar uma outra religião, e já temos religiões suficientes em nosso mundo.

De acordo com a sabedoria da Cabalá, nós temos todos os meios para alcançar o Criador. Como um quebra-cabeça, se você usar corretamente tudo o que recebe, será totalmente semelhante ao Criador.

Na verdade, o Criador criou este mundo num estado de total destruição e divisão. Se você o organizar, não só vai se tornar igual a Ele, mas também irá se assemelhar à Sua profundidade, e assim vai atingir o mesmo estado, o mesmo pensamento, o mesmo objetivo, o mesmo ponto de partida do qual Ele começou.

Você vai atingir toda a profundidade de Seu pensamento, e, como resultado, também vai alcançar o Criador, em certa medida. Os Cabalistas não nos dizem sobre o que vem a seguir. Quando você chegar a esse ponto, vai ver por si mesmo.

Portanto, para nós, um novo ano, Rosh HaShana, é realmente um passo em direção a novos horizontes.

De KabTV “Feriados. Rosh HaShaná” 06/08/15

Julgar A Si Mesmo

Laitman_183_02O mês de Elul é o período de autoanálise. Vocês cumpriram a instrução que foi dada no Monte Sinai e, mesmo antes disso, na época de Abraão, que é atingir a conexão?

A Luz Superior estará vestida em nós e nos revelará o mundo superior na medida em que começarmos a nos unir, e nós sentiremos que estamos vivendo em um mundo superior redondo, harmonioso e corrigido.

Portanto, um pecado ou transgressão é o que está no nosso caminho da conquista da unidade entre nós. Qualquer um pode examinar a si mesmo a partir dessa perspectiva e descobrir quão cheio de pecados, de atributos e desejos egoístas, ele está, o que faz com que sinta ressentimento dos outros.

O mês de Elul é chamado de tempo de arrependimento, ou seja, o retorno do ser criado ao Criador, para nos assemelharmos e sermos iguais na forma de Seus atributos, ao amor e doação.

A descoberta de nossos pecados e transgressões já é uma correção. Tudo o que devemos fazer é reconhecer a nossa corrupção. As pessoas tentam ocultar sua maldade e escondê-la, enquanto a sabedoria da Cabalá diz para você exibir o seu mal, porque você é um egoísta completo. No momento em que esses pecados e transgressões forem descobertos, eles serão imediatamente corrigidos.

Nós estamos divididos e imersos em nosso ego, mas temos que nos conectar como as partes da alma única de Adão. Nosso papel é encontrar o caminho para a conexão e unidade. Nós procuramos o caminho, mas cada vez descobrimos que realmente não queremos nos unir, e não ansiamos por conexão. Este é realmente o nosso único pecado, e simplesmente descobrimos que é toda a correção.

A oração é julgar a si mesmo, o desejo de descobrir e exibir todos os seus pecados e transgressões, para que possam ser corrigidos e desapareçam. Pesar e arrependimento não são lágrimas, mas o reconhecimento da necessidade de se unir. Nós vemos que o mundo está começando a perceber que sem conexão e unidade simplesmente não seremos capazes de sobreviver.

Cada vez nós descobrimos diferentes pecados contra a conexão e unidade dentro de nós, que serão corrigidos graças à nossa revelação. Nós não podemos corrigir nada por nós mesmos e é nosso dever apenas descobrir o mal dentro de nós e apontar o atributo egoísta do nosso caráter. Isso é chamado de oração, julgar a si mesmo.

Pergunta: Por que basta simplesmente descobrir e destacar nossos atributos egoístas, o que já é uma correção?

Resposta: Quando descobrimos e destacamos nosso mal, percebemos até que ponto precisamos de correção. A correção em si é feita pela Luz que Reforma.

Quando descobrimos o nosso ego e nossos pecados, nós atraímos a Luz da correção. Está escrito: “Eu criei a inclinação ao mal, eu criei a Torá como tempero… visto que a Luz nela reforma”.

A Torá é a Luz geral que está ao nosso redor, mas ela só opera em nós se descobrimos os atributos dentro de nós que se interpõem no caminho de nossa conexão e unidade, ou seja, os nossos pecados.

A principal coisa é determinar o diagnóstico, porque o remédio já existe! No momento em que descobrimos o ego dentro de nós que não nos permite conectar, a Luz que Corrige, chamada de Torá, age imediatamente sobre ele e corrige esse desejo.

A correção nos permite conectar com outros, mas, na medida em que nos conectamos internamente e começamos a nos sentir próximos um do outro, a Luz Superior pode ser revelada em nós e nos permite sentir o mundo superior.

Nosso trabalho no mês de Elul se resume a revelar o mal que não nos permite unir com os outros. Durante este período, apenas o mal é revelado, mas é corrigido quando o ano novo começa, em Rosh HaShana.

Do Programa da Rádio Israelense 103FM, 30/08/15