Entrar Na Terra De Israel

laitman_749_02O Faraó (egoísmo) existe constantemente em nós. Quando nós saímos do Egito, pensávamos que tínhamos escapado, mas ele continua a nos controlar com calma desde dentro.

Por isso mesmo, temos que vagar pelo deserto por quarenta anos para que, gradualmente, passo a passo, possamos corrigir essa qualidade em nós, pelo menos neutralizar o egoísmo, conectá-lo à Bina, e levar-nos a um estado pequeno, não querendo usar o ego, a despeito de quaisquer tentações. Nós podemos fazer isso quando atravessamos o deserto.

Portanto, está escrito na Torá que a geração do deserto deve morrer, e uma nova geração vai nascer, onde o egoísmo será corrigido e conectado à qualidade de doação, mas de uma forma neutra. Nós ainda não transformamos o egoísmo em doação, mas ele já existe sob o controle da intenção de doar.

O processo de atravessar o deserto é completado quando nós neutralizamos completamente o nosso egoísmo (doação em prol da doação), mas ainda não o corrigimos em altruísmo (receber em prol da doação), e entrar na terra de Israel (Eretz IsraelRatzon – Desejo, e Yashar El – direto ao Criador) significa que começamos a processar o desejo que já tornamos neutro, e vamos até ele a fim de conquistar e transformá-lo.

Afinal, sete nações que vivem na terra de Israel permanecem lá, e nós precisamos tirá-las dessa terra, e nos tornarmos seus capturadores, ou seja, verificar o nosso desejo.

Sete nações representam sete desejos, as sete últimas Sefirot de Malchut que precisamos conquistar, expulsar de dentro de nós, isto é, neutralizar, parar de usar, e tirá-las das fronteiras de Israel. Isso é chamado de correção de Malchut.

Nós precisamos conquistar essa terra, preenchê-la e começar a corrigi-la com os dias da semana e os sábados, isto é, com uma subida consistente, seis anos e o sétimo ano, e assim por diante: usando todos os métodos de correção do nosso desejo, que é chamado de “a terra de Israel” (Eretz Israel).

Esse é o desejo egoísta inicial que o Criador criou de tal forma que a serpente do egoísmo entra em nós, e nós trabalhamos muito e de forma dura para percebê-lo até que começamos a nos relacionar com ele como um objeto estranho dentro de nós. Nós começamos a odiá-lo como uma força externa que escraviza e nos empurra para longe do Criador.

Só então é que vamos vê-lo como o Faraó, subir acima dele, e escapar com a ajuda da Luz superior, uma vez que não temos a força para fazer isso por conta própria. Mas quando aceitamos a Torá e começamos a nos corrigir, extraindo-nos do egoísmo, isso significa que entramos na terra de Israel e transformamos a qualidade de recepção na qualidade de doação.

Então, o Faraó se torna a maior Luz, porque a correção do maior egoísmo que temos o transforma numa qualidade diretamente oposta, como está escrito, “o anjo da morte torna-se o anjo da vida”.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 28/01/15