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Mais Uma Vez Sobre A Alma…

Laitman_109Pergunta: O que é a alma?

Resposta: Toda a matéria da criação — tudo ao nosso redor, inclusive nós, tudo o que vemos: a natureza inanimada, vegetal e animal e a humanidade, tudo o que preenche essa realidade — é meramente um desejo de receber, um desejo de receber prazer. Nós somos feitos de matéria que quer receber, desfrutar. O nível mais baixo que deseja receber é a matéria da natureza inanimada. O nível inanimado da natureza nem mesmo quer se mover. O nível vegetal já quer receber e desfrutar mais: cresce a partir do solo, floresce, vive por um determinado período e morre. Os animais têm um desejo maior de receber e apreciar. Eles precisam se deslocar para obter alimentos e isso só expressa seu desejo interno de receber e apreciar. Mas os seres humanos têm o maior desejo de receber e apreciar. Eles se desenvolvem de uma geração para a outra querendo desfrutar mais, inventar diferentes fontes de prazer.

A criação inanimada, as plantas e os animais não mudam o mundo, mas vivem na natureza assim como nasceram. O homem, no entanto, está acima deles, e muda a si mesmo, muda seu ambiente e constrói diferentes sistemas que são todos destinados a preencher o seu ego, seu desejo de receber prazer. Mas se olharmos para os diferentes grupos de pessoas ou para as diferentes nações, vemos que eles não têm um desejo igual de receber e apreciar. Alguns são mais passivos, enquanto outros são mais ativos; alguns têm um ego mais desenvolvido e outros têm um ego menos desenvolvido.

De acordo com a sabedoria da Cabalá, se nós pudermos mudar o nosso desejo de receber que apenas deseja se servir para receber o prazer no desejo de trazer prazer aos outros, se mudarmos o uso do nosso desejo e preenchermos os outros em vez de nos preencher, nós seremos semelhantes à força superior, o Criador; afinal, Ele preenche todos e deleita a todos. Ele vai nos preencher na medida em que nos assemelharmos a Ele e O sentirmos dentro de nós no mesmo desejo que queremos preencher os outros. O desejo que corrigimos e transformamos num desejo de dar prazer aos outros que é preenchido com o sentimento do Criador é chamado de alma. Portanto, é dito que a alma é uma parte divina de Cima, já que ela se assemelha ao Criador.

Pergunta: Isso significa que a alma é algo que temos que construir?

Resposta: Claro! Nenhum de nós tem uma alma. Se eu começar a trabalhar com todo meu egoísmo, com o desejo de receber na direção do “ama teu amigo como a ti mesmo”, ansiando pelo menos um pouco em usar o meu desejo para receber a fim de servir aos outros, em benefício dos outros, a fim de preencher os outros, esse desejo é chamado uma alma.

Do Programa da Rádio Israelense 103FM, 10/05/15

O Poço De Miriam

laitman_558O Grande Comentário, “Bamidbar“: Sobrenaturalmente, correntes de água emanaram d0 poço de Miriam e separaram o acampamento da Shechina do acampamento dos Levitas, e depois o acampamento dos Levitas do acampamento dos filhos de Israel.

Os córregos se ramificaram em riachos que separaram as partes das tribos. No entanto, nenhum riacho dividiu os campos dos filhos de José – Manassés e Efraim.

Acredita-se que o poço de Miriam está no lago da Galiléia. Não tente encontrar a espiritualidade no mundo material, apesar de que tudo o que existe no mundo espiritual seja refletido na materialidade. Cada ramo deste mundo tem sua raiz espiritual. “O poço de Miriam” é um estado espiritual em que qualidades espirituais são categorizadas.

O poço pode ser visualizado como a Via Láctea, ou como o leite materno de uma mulher que se destina a amamentar doação. O que significa a “Via Láctea”? Chamar a interseção das estrelas no céu de Via Láctea” não é acidental. “Cosmos” denota a doação da Força Superior.

“O poço de Miriam” separa os Cohanim, Levitas e Israel conforme a sua capacidade de doar. No entanto, como podemos ver, ele não separa José e seus dois filhos (Manassés e Efraim) porque José (Yosef) é Yesod, o estado de pura justiça. No nível da doação completa, não há nenhuma separação entre as categorias. É por isso que os dois filhos de José não foram separados.

Pergunta: Significa que a categorização é ainda necessária para o momento?

Resposta: A menos que cada uma das propriedades se manifeste totalmente, eles não alcançarão um estado de acoplamento mútuo. Depois do pecado de Adão, ou seja, da quebra da alma geral em várias pessoas, cada alma continuou a amadurecer por milhares de anos. Nós acumulamos tanto egoísmo que é extremamente difícil para nós nos aproximarmos uns aos outros e nos reconectar.

Isso foi feito apenas para mostrar que somos egoístas e para nos elevar acima do nosso egoísmo, para a propriedade de doação e amor. Quando todos chegarmos à unidade sem perder nossas grandes propriedades individuais, vamos revelar o Criador.

Se não fosse pelo aumento do nosso egoísmo que se manifesta em nós tão vividamente, se não fosse pela conexão acima de nossos egos e ao mesmo tempo mantendo nosso egoísmo dentro de nós, nunca perceberíamos o Criador. Afinal, Ele é eterno; somos nós que não O sentimos. É nosso trabalho senti-Lo 620 vezes mais forte e avançar de zero a infinito.

Portanto, todas as propriedades egoístas materiais devem ser preservadas e devem ser interconectadas com a cola altruísta. Isso nos permitirá revelar o Criador que explicitamente preenche o mundo inteiro.

Quanto à separação, ela existia na época do primeiro Templo, quando o povo de Israel alcançou seu mais alto grau. Então era proibido se casar com aqueles que pertenciam a outras tribos.

Mas quando eles começaram a descer para o nível inferior, seu egoísmo começou a crescer, e ocorreu uma queda espiritual. Neste ponto, a regra perdeu sua importância e as pessoas começaram a se misturar.

Antes que isso acontecesse, a proibição era estritamente observada porque o trabalho espiritual em cada propriedade era tão óbvio que todas as propriedades eram claramente categorizadas e separadas umas das outras. As pessoas eram capazes de diferenciar entre elas. Nós também, algum dia, conseguiremos alcançar esse estado.

De Kab TV “Segredos do Livro Eterno” 24/12/14

A Bíblia Não É O Que Você Pensava Que Era…

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é a Bíblia? Eu não encontrei nada de sobrenatural nela. Embora a ideia do livro seja bastante original!

Resposta: Este livro não precisa da aprovação de ninguém. O personagem principal do livro é o Criador. O tema principal é a condição sob a qual nós podemos nos “reconciliar” com o Criador, ou seja, achar o caminho para um reino superior antes de morrermos, durante esta vida, uma vez que conseguirmos alcançar pelo menos uma mínima semelhança com o Criador.

Nós atingimos o reino superior sensualmente e ainda permanecemos fisicamente neste mundo. O espaço se expande.

Conforme a sua capacidade de implementar o princípio do “ama o próximo”, a pessoa adquire a semelhança com o Criador e O revela. No final, a nossa percepção desse mundo muda drasticamente, e nós percebemos múltiplas camadas, infinidade e atemporalidade.

A Cabalá Não É Uma Seita

laitman_214Pergunta: Como você reage ao fato de que, às vezes, sua organização é chamada de uma seita? Uma seita é algo que está fora da visão de mundo geralmente aceita. Em outras palavras, o Judaísmo apresenta certas coisas de uma maneira, enquanto que você as explica de uma forma completamente diferente. Aqueles que representam o Judaísmo Ortodoxo estão muito frustrados com este fato.

Resposta: Naturalmente, aqueles que estão envolvidos com a Cabalá permanecem sob o olhar atento do Judaísmo tradicional. Afinal de contas, até que os Judeus foram expulsos, não havia nenhuma coisa como o Judaísmo por si, já que o nosso povo observava a grande lei da existência: “Ama o teu próximo como a ti mesmo”. E agora temos que voltar a ela. Mas ela contradiz a religião convencional, porque a religião esqueceu que amar nossos próximos é sua fundação…

Três mil e quinhentos anos atrás, na antiga Babilônia, Abraão, o fundador de todas as religiões do mundo, revelou o propósito da evolução humana: harmonizar todos com a natureza (o Criador – Elokim, cujo valor numérico na Gematria é idêntico à palavra “Teva” – natureza).

Tendo revelado essa questão, Abraão escreveu seu primeiro livro sobre Cabalá, o Sefer Yetzira (O Livro da Criação). Ele ainda hoje é vendido em livrarias mesmo que tenha sido escrito há muitos séculos atrás.

De acordo com o entendimento de Abraão, a humanidade enfrenta o desafio de alterar nossa natureza egocêntrica e substituí-la por uma natureza autêntica, altruísta, ou seja, atingir a condição de amar nossos próximos como a nós mesmos.

Não somos um povo no sentido convencional da palavra. Pelo contrário, somos um grupo que três mil e quinhentos anos atrás se uniu sob um princípio ideológico.

Portanto, você pode chamar todos os Judeus de uma seita, embora a maioria deles ainda não saiba de onde veio ou por que está aqui.

Pois mil e quinhentos anos antes do ano zero da nossa era, nós vivíamos acima dos nossos egos e observávamos a lei de amar nossos próximos como a nós mesmos. Elas não são apenas palavras, mas uma indicação da necessidade de mudar a natureza humana.

Mais tarde, nós caímos para o nível chamado “a destruição do Templo” ou “o exílio”. Nos últimos dois mil anos nós temos vivido no exílio.

É por isso que a religião apareceu em vez da Cabalá. A religião alegava que, se a pessoa cumprisse mecanicamente todos os mandamentos, ficaria saudável e feliz, e depois da morte receberia um lugar no paraíso.

Até o século XVI, a sabedoria da Cabalá estava oculta da humanidade, e no século XVI ela foi redescoberta para nós pelo grande Cabalista ARI que viveu em Tzfat. Mais tarde, o famoso Cabalista Baal Shem Tov começou a disseminar a Cabalá na Rússia, Bielorrússia e Ucrânia.

Os escritos dos discípulos do Baal Shem Tov não são apenas Hassidismo! É a Cabalá autêntica e verdadeira! Portanto, da época do ARI em diante, a Cabalá foi revivida mais uma vez sob a forma do “ama o teu próximo como a ti mesmo”, porque ao observar esta lei alcançamos a similaridade com a natureza que é totalmente fechada, e dentro está no nível da sinergia, perfeição e harmonia.

Mais tarde, a grande Cabalista do século XX, Baal HaSulam, escreveu comentários sobre obras do ARI e o Livro do Zohar. Ele simplificou a linguagem e disponibilizou essas fontes para nós.

Nós acreditamos que a lei do “amar nossos próximos como a nós mesmos” é o núcleo da nossa existência. Hoje é essencial reviver essa lei porque o mundo atingiu uma crise geral, global. A ciência da Cabalá diz que esta não é apenas uma crise menor, transitória; pelo contrário, é um ponto de transição para o próximo nível existencial.

Nós estamos diante de um desafio transformacional: nós também vamos chegar à similaridade com a natureza, ou seja, construir uma sociedade homogênea, comum, inclusive com a ajuda da Cabalá, que nos explica como nos tornar novamente um povo e nos ensina os caminhos para conduzir a humanidade à unidade ou… O importante é que temos que fazer isso voluntariamente, conscientemente, intencionalmente, ter uma profunda compreensão do que está acontecendo e o que estamos fazendo.

Caso contrário, nós seremos forçados a prosseguir esse caminho pela natureza, a qual nos tornamos ainda mais opostos.

E aqui nós podemos enfrentar um problema grave, um enorme recrudescimento do antissemitismo está a caminho. Não é um fenômeno temporário. É uma condição permanente, profunda que pode fazer as nações do mundo odiar o povo de Israel. Será a maior animosidade já vista; conduzirá o mundo inteiro a tremendas dificuldades, até mesmo à próxima guerra mundial.

Isso explica por que não podemos ficar calmos ou indiferentes. É essencial explicar a todos que a mensagem “ama o teu próximo como a ti mesmo” não é apenas belas palavras que usamos para acalmar nossos filhos quando lhes dizemos “não briguem! Sejam legais com seus amigos”. Na verdade, é a lei geral da integridade e interconexão global da natureza, enquanto que a humanidade age como um tumor canceroso que devora a si mesmo.

Portanto, de acordo com a lei natural do desenvolvimento, nós devemos chegar à conformidade com a lei básica, a lei da homeostase.

Da Coletiva de Imprensa 11/03/15

A Origem Dos Pensamentos De Uma Pessoa

Citação: “O maior erro da psicologia individual é a premissa de que a pessoa pensa…”.

“Não é a pessoa que realmente pensa, mas seu grupo social. A origem de seus pensamentos não está nela, mas sim no ambiente social em que ela vive, na atmosfera social que ela respira. Esta é a única maneira dela poder pensar de acordo com as influências do ambiente social em que vive as quais estão concentradas em sua mente”.

— Professor Ludwig Gumplowicz (1838-1909), Princípios da Sociologia (1885), economista, advogado, um dos fundadores da Sociologia Europeia

Pedras Comuns Da Cidade Santa

Laitman_421_01Pergunta: Todas as três religiões consideram Jerusalém como uma cidade sagrada. Por que há uma atitude muito especial para com esta cidade como se ela conectasse a pessoa com a força superior?

Resposta: “Jerusalém” significa “cidade perfeita”. É um conceito espiritual que não adiciona santidade à cidade material e suas pedras.

Enquanto o ser humano é feito de uma forma muito complexa, ele é fortemente influenciado pela força da fé humana simples, o poder do placebo, suas crenças. Assim, ao chegar em Jerusalém, as pessoas sentem que este é um lugar especial.

Mas este é um lugar sagrado especial criado pelo próprio povo, por sua atitude para com esta cidade, mas a cidade material não tem nenhuma santidade. Todas as diferenças entre posições geográficas estão em suas raízes espirituais.

Está escrito no livro do grande Cabalista Ari, A Árvore da Vida, que a terra inteira está dividida em áreas de acordo com poderes espirituais especiais que as afetam: Jerusalém, a terra de Israel, Líbano, Síria, Jordânia, Babilônia e os outros países do mundo.

Isso se refere às raízes espirituais, mas não há nenhuma diferença nas pedras físicas. Porém, as pessoas que vivem neste mundo são impressionadas pelos outros e, assim, dão a estas pedras, atmosfera e localizações geográficas denominações especiais.

Nós precisamos entender que apenas nos elevando acima dessas experiências humanas materiais seremos capazes de atingir uma impressão verdadeira, correta que virá da propriedade espiritual chamada Jerusalém, o Monte do Templo, o Templo, Israel, as nações do mundo.

Todas essas são propriedades internas do ser humano; as forças superiores que precisamos revelar. Então, a Jerusalém espiritual será revelada a nós e dentro do templo espiritual, que é o “Santo dos Santos”, onde nos encontraremos com a força superior.

Assim, todo mundo tem que chegar à reavaliação da força superior e à adesão com o Criador.

De Kab TV “Uma Nova Vida” 07/05/15