A Resolução Da Alma

Dr. Michael LaitmanÉ muito importante verificar-se: “O que me preocupa?” Cada momento que eu me sinto vivo e bem, eu estou cheio de preocupações. Então o que me preocupa?

Eu estou preocupado com meu próprio bem-estar, tranquilidade, realização, o que vai me fazer mais feliz: paz, segurança, comida e bem-estar familiar?

Ou eu estou preocupado com os amigos, como uma mãe com um bebê, buscando o que lhes falta e o que deve ser feito por eles? Eu me preocupo com o grupo como uma fiel babá? Isso significa que tenho que verificar a intenção das minhas preocupações.

Toda a criação desceu gradualmente ao nosso mundo no qual existimos na forma física e na situação mais inferior. Nós sentimos como se estivéssemos desconectados do mundo espiritual, quando, na verdade, isso não pode acontecer. Portanto, este mundo é chamado de mundo imaginário.

Nós achamos que existimos num mundo vasto, cheio de objetos físicos. No entanto, na verdade, é tudo espiritual, mas nós não reconhecemos ou sentimos isso.

Portanto, é muito importante verificar com que eu estou preocupado em cada momento. Entrar no mundo espiritual significa continuar a se preocupar com o que é essencial e vital na vida: comida, sono, saúde, dinheiro e relacionamentos com as pessoas, mas no fundo, eu sempre estou preocupado com o pensamento de como organizar o grupo para que ele se torne a Shechina (Divindade), um local para descobrir o Criador.

Eu devo me habituar a ser feliz com a minha preocupação com o grupo. Se eu paro de me preocupar com isso, então eu me preocupo porque não estou preocupado com os amigos. Isto deve se tornar habitual. Em nosso mundo, o hábito se torna uma segunda natureza.

Suponha que eles me dão um bebê que é um estranho, por quem não tenho sentimentos. Mas eu não tenho outra escolha, sou obrigado a me preocupar com ele dia após dia. Eu começo a me preocupar com ele, e ele se torna importante para mim. Em última análise, eu começo a pensar o tempo todo. É a mesma coisa em relação ao grupo. Nós devemos atingir este estado que é possível apenas graças à determinação, e retornar constantemente aos meus pensamentos sobre o grupo.

E depois de todos esses bons planos sobre como cuidar do grupo, sobre o meu apoio a ele ao atrair a Luz até ele, sobre o Criador e dar-Lhe satisfação, eu devo me perguntar onde Ele está e onde eu estou inconscientemente. Eu sempre devo esclarecer porque estou fazendo tudo isso. Certamente, eu espero receber alguma recompensa, mas o que exatamente?

Pode ser que nesse meio tempo, eu não esteja pronto para imaginar uma recompensa para mim. Pode ser que eu entenda que depois, pelo meu esforço, eu exija controle, respeito e transcendência da vida e da morte, algo tangível e muito importante para mim. E aqui eu devo examinar o que é mais importante para mim: a minha recompensa ou a capacidade de dar satisfação aos amigos e o Criador?

Será que eu posso renunciar à recompensa, ou pelo menos parte dela? E quando me abstenho de uma recompensa, não a substituo por algo mais, além de fama e da busca por honra?

O que significa dar prazer ao Criador? De que forma eu posso fazer isso e com quais desejos eu sinto isso? Através do que eu vou sentir que o Criador recebe prazer de mim? É necessário tentar separar meus desejos e a separação em tantas partes quanto possível e ver como trabalhar com eles. Quanto mais parâmetros eu tiver, mais vou desenvolver minha percepção.

É como pixels numa tela de computador que determinam a sua resolução: em um centímetro quadrado pode haver 200 pixels, poderia haver mil ou dez mil. Quanto mais pontos existirem, melhor, e mais clara se torna a imagem.

Acontece a mesma coisa também com nossos desejos. Quanto mais nós os examinamos, mais perto chegamos da verdade, da verdadeira percepção.

Da Convenção em Los Angeles “Dia Dois” 01/11/14, Lição #4