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O Amor Neutraliza O Ego

Dr. Michael LaitmanA Convenção acabou e nós estamos prestes a voltar aos nossos grupos, a fim de nos conectarmos com outras pessoas. Nós estamos prestes sair deste grande salão e nos separarmos do nosso Grupo de Dez.

É claro, nós devemos manter contato com eles, mas devemos ver que tudo o que é adicionado ao meu Grupo de Dez, ou o que lhe falta, quando eu volto para casa é calculado desde Cima e é realmente com isso que eu deveria trabalhar.

O Criador nos deu tais condições de propósito e eu não deveria sentir pena que não estou ao lado do mesmo pequeno grupo ao qual me acostumei tanto nos últimos dias e com quem quero ficar para sempre. Não! Eu vou trabalhar com o mundo inteiro e com o meu grupo local.

Nós devemos atingir um estado onde há várias pessoas com quem eu possa trabalhar em todos os lugares, seja virtual ou fisicamente. Pode haver diferentes Grupos de Dez na manhã, ao meio-dia e à noite. Isso é apenas o começo e nós nos atemos a um determinado Grupo de Dez para sentir que lá podemos encontrar uma resposta, calor, intimidade e compreensão mútua.

Mas nós podemos sentir o mesmo quase que imediatamente em qualquer outro grupo. Se eu estou cercado de amigos de todo o mundo que estão avançando em direção a um objetivo, eu posso sentar em qualquer grupo e imediatamente sentir que estes são os mesmos amigos.

Não faz diferença se eu conheço bem ou não essas pessoas no mundo corpóreo. Se nós temos um objetivo comum, eu posso me conectar a elas como se as conhecesse há anos. Não faz nenhuma diferença o quão bem nós nos conhecíamo anteriormente.

É muito importante expressar o amor a todos os amigos, para que cada pessoa no grupo, no Grupo de Dez, sinta que é amada. O sentimento de amor neutraliza o ego se a pessoa deseja anular seu ego. Isto é porque o amor dos amigos evoca em mim um sentimento tão tranquilo que eu deixo de me preocupar comigo mesmo.

Então eu posso subir acima do meu ego! Eu estou livre de me preocupar comigo e posso doar e dar o meu amor como um presente para os outros porque já não tenho que pensar em mim mesmo.

É um ponto muito importante. Nós podemos concordar que vamos mostrar intencionalmente o nosso amor a um dos amigos e, assim, libertá-lo de seus problemas e preocupações. Experimentem e vejam como isso funciona bem, mesmo que não trabalhemos dessa maneira de propósito em relação a um dos amigos, cada um de nós ainda deve sentir que o grupo se preocupa consigo.

Da Convenção em Los Angeles “Dia Dois” 01/11/14, Lição 4

Felicidade Por Dinheiro?

Dr. Michael LaitmanPergunta: O surgimento do dinheiro em nosso mundo não é acidental. Qual é o seu impacto no nosso desenvolvimento?

Resposta: O dinheiro significa a capacidade de cobrir desejos. Em algum momento da história, nós usamos uma variedade de substâncias para isso, como a areia dourada, moedas, e outros materiais.

Recentemente, a humanidade tem tido uma atitude crítica com relação à capacidade de cobrir seus desejos. Nós vemos que não podemos satisfazer as nossas necessidades em termos de meio ambiente; a Terra simplesmente não pode suportar a nossa extravagância.

Nós criamos muitas necessidades artificiais para as quais não há necessidade. O planeta não é capaz de fornecer todo o luxo e tantas usinas. É como se fosse o dono do campo consumindo toda a sua colheita, não deixando nada para a nova safra. Ele usou todos os seus ativos fixos e no ano seguinte morreu de fome.

Na sociedade humana, nós temos tal problema monetário que não podemos fazer frente a ele. Nós precisamos mudar este processo e jogar algo menos ameaçador.

É claro que o homem não pode viver sem as suas necessidades de desenvolvimento. A pessoa recebe suas necessidades desde a infância. Crescendo, ela olha para as pessoas ao seu redor. O desejo de ser como elas cria necessidades, que a faz avançar na vida. Se organizarmos um ambiente que se desenvolva não desejos materiais, então vamos constantemente ter necessidades e sua satisfação.

Vamos nos desenvolver, nos esforçar, e esperar desfrutar a realização e lamentar sua ausência. Nós não permaneceremos no nível animal e nosso avanço será na área em que somos capazes de desenvolver necessidades sem ameaçar a nossa vida física.

Que necessidades nós podemos desenvolver que não têm fim? Está escrito simplesmente: “Vá e faça dinheiro um do outro”. Além da interpretação no nível material, esta proposta poderia ser entendida para que possamos criar novas necessidades na área de vários tipos de conexão entre nós. Essas conexões vão produzir novas necessidades, e nós, como num mosaico, constantemente criaremos novas formas de suas combinações.

Na medida em que essas necessidades consistirem de muitos desejos individuais, então teremos que satisfazê-las juntos. Nossa vida vai se tornar um jogo coletivo de estabelecer necessidades e satisfazê-las. Vão ser literalmente infinitas entre 7 bilhões de pessoas. Nós nunca ficaremos decepcionado com isso, porque todo mundo sempre vai ter a oportunidade de estar com fome e ser preenchido novamente.

Nós nos tornamos incluídos nas camadas internas e ocultas da natureza, e através das conexões entre nós, começamos a sentir o que está acontecendo dentro de nós. Este é, de fato, um verdadeiro prazer, porque a pessoa é criada para estas camadas internas, e é por isso que atingi-las lhe dá a verdadeira realização.

Então suas conexões com outras pessoas, a fim de alcançar essas satisfações, é chamado de dinheiro real. Depois de uma longa evolução histórica, nós finalmente chegamos a esta verdadeira cobertura, uma tela coletiva com o qual vamos realmente ser capazes de cobrir todas as nossas necessidades.

De KabTV “Uma Nova Vida” 11/10/12

Um Grupo De Dez Como Uma Ferramenta Para Adesão

laitman_934Se você quiser explorar a força superior, a sabedoria da Cabalá diz que é necessário criar um instrumento adequado para isso. É como os cientistas que criam instrumentos de medição: microscópios, telescópios, aceleradores de partículas, etc. Mas eles são apropriados apenas para substâncias físicas. Então, como podemos explorar a força que age em nós, na nossa essência?

Para isso, os Cabalistas recomendam a construção de uma estrutura de dez pessoas (Minyan) que tentam criar a interconexão completa entre si. Elas estabilizam a característica da Luz em seu ambiente, se estão prontas para isso ou não, por que querem criar um todo único de si mesmas acima de seus egos.

Tal estrutura já contém duas forças dentro dela: a nossa força egoísta natural e a força geral de doação, ou seja, o Criador. E o cálculo é simples: quanto mais nós superamos a força da separação com a ajuda do poder de unificação, mais nós correspondemos, nos assemelhamos e igualamos à Luz Superior.

Mesmo quando a doação sobe para um valor de um por cento, nesse grau nós nos assemelhamos a Luz e a sentimos. Nós a sentimos na medida em que o desejo de doar domina o desejo de receber.

Se nós tentamos fazer um esforço, apesar de nossa incapacidade de superar o nosso desejo egoísta, nós começamos a prestar atenção para onde há uma deficiência, quão fracos ainda estamos, por que não temos sucesso. Em seguida, um grito, um pedido, uma oração se desenvolve em nós para que a Luz nos ajude, nos dê força, e então nos conectamos. Certamente não temos o poder de nos conectarmos por nós mesmos. Isso vem apenas da Luz.

É assim que nós avançamos: a Luz age e nos influencia de acordo com nosso pedido; nós superamos nosso desejo de receber, absorvemos mais do desejo de doar; nos conectamos entre nós cada vez mais forte… Está escrito sobre isso: (Baba Batra 9b) “De centavo em centavo se acumula uma grande soma de dinheiro”.

Então chega o momento em que realmente podemos nos unir. Então, cada um sente como desaparece na conexão comum entre nós. “Eu” e os “amigos” já não existem; todos se fundem num só. E agora, neste estado de “união”, nós sentimos satisfação, a Luz Superior, o Criador, habitando entre nós.

Então nós podemos investigá-Lo. Em outras palavras, nós construímos e ativamos um dispositivo chamado “grupo”, um “Grupo de Dez”, (um Minyan); e agora podemos avançar, estabilizando-nos cada vez mais em diversas formas de conexão. E o Criador, de acordo com a nossa conexão mútua, será revelado cada vez mais.

Através da sua influência, a Luz também vai nos despertar para camadas cada vez mais profundas do ego. Nós sentimos resistência, descida, e todos os tipos de distúrbios, que possibilitam que nos voltemos à Luz Superior com força ainda maior para que ela venha e adquira o poder para vermos nossos defeitos e os métodos para a sua correção.

Este é o caminho, 125 níveis, que ao ascende-los nós finalmente alcançamos “equivalência de forma” com o Criador. Desta forma, nós descobrimos quão importantes são as características de medo e ansiedade para nós. Afinal de contas, apenas a preocupação e o medo, “Será que sou capaz de doar?”, nos empurram para frente.

Da Convenção em Los Angeles “Dia Dois” 01/11/14, Lição 3

Não É O Sábio Que Aprende

Laitman_165Quando nós lemos os livros de Cabalá, somos capazes de atrair a Luz Superior que Reforma. Por isso, é muito importante na hora da aula manter a intenção correta em todos os momentos, lembrando o que se quer com todos e qualquer palavra que é lida.

Pode ser que eu não entenda nada nessas palavras sobre o próprio assunto. Eu vim para a aula e ouvi que era necessário abrir um livro. Eu o abro, leio e não entendo nada, porque as coisas escritas lá são completamente novas para mim. Mas isso não é importante, eu penso só na minha intenção: O que eu quero alcançar ao sentar e estudar?

Baal HaSulam escreve na “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot“, item 155, que os Cabalistas também projetaram seus livros para pessoas que ainda não estão em níveis espirituais e não entendem o que está escrito. Mas, precisamente graças ao estudo dos textos que elas não entendem e não por uma questão de entendimento, mas para receber a Luz, elas avançam.

É dito: “Não é o sábio que aprende”. Durante a aula, é importante decidir que eu não aspiro ao conhecimento. “Conhecer” significa conexão, subir ao nível adequado. “O Estudo das Dez Sefirot” fala sobre níveis tão altos que vai levar um longo tempo para eu alcançá-los.

Mas eu exijo a Luz que Reforma, o poder superior que vai me influenciar, corrigir, elevar, purificar e conectar. Eu peço que ela diferencie entre os desejos que são possíveis de corrigir e os desejos que são impossíveis de corrigir dentro de mim, de modo que ficará claro para mim o que devo trabalhar.

Isso ocorre porque existem tais desejos e pensamentos que valem a pena que eu os distinga e não toque. E outros, pelo contrário, devem ser despertos e descobertos. Por meio deles, eu posso me comunicar com o grupo e com o Criador.

Da mesma forma, eu preciso descobrir de que forma é possível ajudar o grupo: não é pelos meus desejos, mas pelos desejos dos amigos. Então eu me volto ao Criador e peço especificamente força em relação a esses desejos, para levar a Luz que Corrige para o grupo.

Da Convenção em Los Angeles “Dia Dois” 01/11/14, Lição 4

Contos: O Último Exílio

laitman_750_03Depois que o povo judeu entrou na terra de Israel, o que significa que eles atingiram um estado de conexão em que começaram a trabalhar internamente em si mesmos, estabelecendo amor, bondade e completa incorporação mútua. Então, novos líderes surgiram, o rei Davi e os profetas em cada geração.

Estes eram grandes Cabalistas que continuaram o caminho de Abraão, trabalhando na unidade da nação, ajudando-o a unir-se, engajar-se na educação da crescente geração.

Ao mesmo tempo, seu ego continuou crescendo, aumentando a repulsa que as pessoas sentiam uma em relação a outra, um processo imparável.

Esta foi uma fase essencial tanto histórica como dialeticamente, uma vez que a nação de Israel precisava dar o exemplo para todo o mundo a respeito de como as pessoas devem viver corretamente.

Portanto, após chegarem à terra de Israel, elas se afastaram, a fim de entrar num estado de exílio, para viver entre as nações do mundo por um tempo e plantar as sementes do estado espiritual nelas na forma de religiões, ciência, cultura, etc.; e quando essa fase chegou ao fim, começar a elevar estas nações.

A descida do nível da terra de Israel para o estado em que as pessoas desceram ao ódio infundado durante o tempo do rabino Akiva durou 800 anos.

Rabi Akiva foi um grande líder espiritual que convocou todos a fortalecer o amor e a conexão entre eles e perguntou: “Por que não mantemos a regra do “ama teu amigo como a ti mesmo?! Afinal de contas, é a lei geral da Torá!” Mas ninguém o ouviu.

As pessoas estavam tão imersas no ódio infundado que foram exiladas da terra de Israel. Elas perderam a conexão entre si, porque o atributo que as mantinham juntas se foi, e quando se separaram, elas se dispersaram por todo o globo.

A nação inteira de Israel caiu no estado das “nações do mundo”, esquecendo totalmente que havia alcançado e sentido o mundo espiritual. Este é o estado em que estamos até hoje.

Mas nós cumprimos parte do plano de criação dessa forma: nós transmitimos as religiões, cultura, filosofia, ciência, etc., às nações do mundo. Os filósofos da Idade Média diziam que tudo surgiu da sabedoria da Cabalá, de nossa verdadeira Torá.

Rabi Akiva tinha um ótimo aluno chamado Rabi Shimon Bar Yochai (Rashbi) que recebeu o método espiritual de seu professor e expressou no Livro do Zohar. Este é um livro muito especial. Por dois mil anos ele foi passado de uma geração para outra.

No século XVI outro grande Cabalista apareceu, o ARI. Ele formulou o método Cabalístico de uma maneira conveniente que pudéssemos compreender.

No início do século XX, outro excelente Cabalista, o Baal HaSulam (Rav Yehuda Ashlag) transmitiu O Livro do Zohar e a sabedoria do ARI para a geração contemporânea numa linguagem que podemos compreender. Ele estabeleceu a Cabalá científica prática pela qual é possível compreender o mundo em que vivemos e que devemos fazer a fim de levar toda a criação ao fim completo da correção, o que significa para cumprir sua missão.

Nós estamos vivendo numa época em que temos que implementar o método Cabalístico. Atualmente, nós estamos passando pela mesma quebra histórica na qual o terrível estado egoísta do mundo nos é revelado, onde a humanidade não sabe para onde se virar e o que fazer. Isso pode levar a revoluções, guerras, autodestruição, e praticamente a nada, mas nós temos o método que pode salvar o mundo.

É um método de unidade e conexão, de criação do amor mútuo, levando o mundo à harmonia e revelação da força superior, à subida interior da humanidade do nível do nosso mundo ao nível de toda uma existência eterna. Nós podemos alcançar isso aqui e agora.

De KabTV “Contos” 22/10/14

Quando Tudo Não Está Certo

laitman_202_0A sabedoria da Cabalá conduz uma pesquisa muito mais precisa e objetiva do que qualquer outra ciência. No decorrer deste estudo, nós aprendemos que há apenas uma força, um fator, que atua na realidade. Portanto, nós a caracterizamos com a frase “Não há outro além Dele”.

Este não é um nome ou uma definição, é apenas a maneira que queremos enfatizar a singularidade desse fenômeno. Estudando a nós mesmos e toda a realidade em todos os graus e níveis, nós podemos ver que somente a Luz Superior opera e organiza tudo.

E seu corolário, a partir de certo ponto, dividiu-se em dois. A Luz Superior afeta alguma coisa e nós determinamos se a matéria é contrária à Luz de acordo com suas propriedades ou corresponde a ela. Esta é a característica principal da matéria: a capacidade de permanecer num estado de oposição ou equivalência.

Por conseguinte, os nossos experimentos podem mostrar resultados contrários. Se a matéria dos nossos desejos é oposta à Luz, nós a sentimos como escuridão. Se nós nos preparamos para o encontro com a Luz e correspondemos a ela, pelo menos parcialmente, nós sentimos isso como uma bênção.

Não há nada na Luz, seja bom ou ruim, apenas a propriedade que se manifesta em doação, amor, satisfação, avanço e desenvolvimento. E tudo depende do vaso, do ser criado.

Nisso, a preparação do vaso para receber a luz é realizada pela mesma Luz. Na verdade, ela é primordial; ela marcou o início da criação, todo o processo. Ela fez com que toda a matéria se desenvolvesse. Mas a matéria em si é desprovida de qualquer capacidade de realizar qualquer coisa.

Considere de onde as partículas atômicas (prótons, elétrons, nêutrons, etc.) extraem força para se mover sem parar e tão rapidamente? Elas não param, não diminuem a velocidade, há bilhões de anos. Como pode ser isso?

A Luz as supre com energia. Ela é primordial e age. Caso contrário, cada partícula acabaria parando, o que de acordo com os físicos é equivalente ao seu desaparecimento. Toda a matéria existe devido ao poder da Luz, a força de doação. Esta força dá energia à matéria morta através do seu desejo, de modo que ao receber, ela começasse a se mover.

Por que a matéria tem que se desenvolver nos graus da natureza inanimada, vegetal, animal e humana? Para se tornar como a Luz no fim do desenvolvimento. Em direção a esse objetivo, a Luz empurra todas as partículas e seus compostos, sejam eles átomos, moléculas, incluindo os organismos biológicos ou formas espirituais, inerentes à matéria, que já é capaz de realizar a doação, semelhante à Luz, até que finalmente os dois se tornam iguais.

A Luz faz tudo isso. Não existe qualquer outra força agindo no processo. Nós dizemos sobre tudo isso: “Não há outro além Dele”.

No entanto, essa força superior quer dar algo maior ao ser criado, matéria morta originalmente como pó, como é dito: “Pois do pó és, e ao pó retornarás”. A Luz quer dar vitalidade a esse pó, não nos graus em que ele inevitavelmente se desenvolve, transformado na natureza vegetal, animal e humana. Não, o ser criado se destina a se desenvolver numa direção particular acima de sua natureza e adquirir uma natureza superior.

Isto se torna possível devido à quebra dos vasos, pois a Luz “corrompeu” o desejo que ela criou, cortou-o em várias partes, penetrou a matéria à força e deixou nela um desejo egoísta de receber para satisfação própria, a inclinação de desfrutá-la, de desejá-la e fazer só isso.

Como resultado, o desejo se tornou completo oposto ao Criador. Agora, não é apenas o ser criado, um produto, porque tem seu próprio impulso para resistir ao Criador, para estar em antagonismo com Ele. A força dominante, o poder exigente, foi revelado no desejo.

Então, a Luz Superior, o Criador, começa a “brincar” com o desejo que é oposto a ela. Um determinado sistema de relações é formado e se desenvolve entre eles; eles se influenciam mutuamente.

O ser criado começa a entender que está num mundo complexo. Primeira ele se comporta em nosso mundo como o “animal superior”, cria a ciência, a cultura, a educação, e formas de sociedade humana se desenvolvem… até que uma crise ocorra. Então, o desejo percebe que algo está errado aqui.

Hoje, a humanidade entrou exatamente nesta época; ainda não é a verdadeira crise do paradigma básico, mas o seu limite. A partir desta época, a moral deve ser feita: nós estamos no sistema, numa rede de forças.

Todos interagem harmoniosamente, criando uma única rede, focada na matéria, ou seja, na natureza vegetal, animal e humana, a fim de levá-la à autorrealização. Em outras palavras, para que ela comece a perceber o que ela é.

Isso se torna imediatamente claro: é possível compreender apenas se o ser criado aprende quem o controla, quem está do outro lado. De fato, é possível investigar e compreender qualquer coisa apenas a partir do oposto, como o preto sobre um fundo branco.

Portanto, nós percebemos que “não há outro além Dele” a partir do estado oposto, quando temos a certeza de que não há ninguém além de nós mesmos. Aos nossos olhos, nós mesmos somos a força ativa na realidade, e ninguém mais.

Com esta confiança, nós vamos em frente de forma ousada e decidida, até que sob uma chuva de golpes “em nossos próprios corpos”, nós aprendemos que algo está errado. Algo não vai bem na medida em que a crise global vem, e não há nenhum sucesso em nada. Nada ajuda, nem a razão ou os sentidos, nem a ciência ou a cultura.

Acontece que somos estúpidos, ingênuos, e não podemos sequer estabelecer nossa vida ou as relações cotidianas normais. Mesmo os animais de alguma forma se tornam confortáveis. E nós, ao contrário, destruímos as vidas daqueles que estão próximos e distantes, usando toda a nossa força e conhecimento.

Essa é a nossa natureza e não podemos ir contra ela. Nossa natureza má é mais forte do que a nossa mente. Não intelecto não ajuda a lidar com ela. Nós gostaríamos de estabelecer relações saudáveis; nós produzimos tanto que poderíamos criar um paraíso na terra para todos, mas não somos capazes disso. Em vez disso, temos apenas dificuldades e problemas, ameaças e medo do amanhã.

Assim, a minha natureza reina sobre mim e eu não posso fazer nada sobre isso.

Como resultado, as pessoas se tornam conscientes de toda a baixeza de sua própria natureza. E isso, de fato, é o melhor ponto de partida. Baal HaSulam o indica na “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot“, explicando que perguntas nós fazemos no final do nosso desenvolvimento: “Qual é o sentido da nossa vida, os anos que nos custam tão caro?” “Por que estou aqui?” – e em seus pensamentos apenas esta pergunta persistente permanece.

Em última instância, explica Baal HaSulam, esta pergunta deve nos levar à realização da necessidade da revelação do Criador. Se uma pessoa está pensando para que ela vive, qual o significado da sua vida, ela finalmente chega à conclusão: “Há algo acima de mim. O fato é que não posso organizar a minha vida. Até a minha natureza está além de mim”.

A solução é formulada da seguinte forma: “Venha e veja que o Criador é bom”. Em outras palavras, a partir de uma necessidade real nós realmente podemos chegar à revelação do Criador, e então veremos que Ele age em tudo. Nós veremos que toda a distância percorrida foi necessária apenas para obter golpes e finalmente compreender que a nossa única saída é revelar a força que age no ser criado e o faz se mover.

Da Convenção de Los Angeles “Dia Dois” 31/10/14, Lição 3