Linha Vermelha: Cuidado – Humano!

Questão: Se o homem é apenas uma pequena parte da natureza, então, onde ele pode obter o poder para destruí-la?

Resposta: Nós temos uma parte adicional em nós que está acima do corpo animado e é considerado como “humano”. O ser humano pode ser bom ou mal, porque ele possui livre-arbítrio, ao contrário de um animal. É humano, o ego, que existe acima da natureza e é aí que você tem o direito de escolher.

Toda a criação existe na perfeição: O inanimado, vegetal e animal, tudo, exceto o homem. Cada um de nós tem uma parte animal, o corpo, e uma parte “humana”, que é a única corrompida. É a parte que se estende para além da existência essencial do corpo, isso me faz explorar a natureza e até mesmo destruí-la, se isso é o que é necessário para fazer eu me sentir bem.

Um animal privado de livre-arbítrio não pode arruinar a natureza, uma vez que age corretamente, seguindo seus instintos. Portanto, o nosso mundo corpóreo só existe nos planos inanimado, vegetal e animal, que estão em estado de perfeição e equilíbrio. Mas o homem está acima deste mundo.

A parte animal do homem também está em harmonia com a natureza. O problema reside no “humano no homem,” um grau em que eu comecei a destruir o mundo. Enquanto estávamos subdesenvolvidos, nós não causavamos muito dano a ele, uma vez que estávamos vivendo apenas como animais que consumiam um ao outro, a fim de sobreviver. Mas quando chegamos ao atual nível de evolução e recebemos tanto poder, o problema surgiu imediatamente. Mesmo Aristóteles advertiu que a ciência não deveria ser revelada a pessoas más que podem usá-la para destruir o mundo e a humanidade.

Se elas não podem usar o poder humano corretamente, então elas não devem ser autorizados a sair da esfera animal – além desta linha vermelha; elas podem fazer isso somente se souberem como usar o poder humano corretamente. Usá-lo corretamente significa fazer esta área vermelha semelhante à natureza, empregando a própria consciência e compreensão, tornando-se equivalente ao Criador, ao Superior. Temos que conseguir o mesmo equilíbrio com a natureza, como todas as outras partes, mas através do nosso próprio esforço, uma vez que, inicialmente, falta-nos o equilíbrio.

Acontece que temos uma natureza onde não existe o livre arbítrio e nós só precisamos usá-la corretamente. A parte superior se relaciona com o Criador e com o ser humano, onde o livre arbítrio existe, mas não temos idéia do que fazer com ele ou como usá-lo. Lá, na parte superior, devemos atingir o equilíbrio, a fim de doar.

No passado, os cabalistas precedentes alcançavam a realização colocando restrições sobre seu corpo, conforme descrito na “Introdução ao Talmud Eser Sefirot”: Pão e sal você deve comer, água na medida certa você deve beber, no chão você deve dormir, uma vida de aflição você deve viver, e na Torá você deve trabalhar”, então, você deve atingir a espiritualidade. Na verdade, se a parte de uma pessoa relacionada com os níveis animal, vegetativo, e inanimado vivia apenas com o essencial, como um animal, e acima disto estudava a Torá, enquanto pensava sobre como se tornar semelhante ao Criador, ela avançava.

Mas, há 2.000 anos, chegamos a um estado em que começamos a explorar toda a natureza, prejudicar as partes inanimada, vegetal e animal, todo esse círculo “interior”. Portanto, é por isso que chegamos a tal necessidade, a Luz que Reforma. É a única maneira pela qual podemos transformar a nós mesmos.

Anteriormente, a Luz da correção trabalhou apenas em um degrau mais alto. Mas hoje necessitamos uma Luz maior para trabalhar em toda a natureza, uma vez que a corrompemos demasiadamente, tornando-a totalmente egoísta por nos envolvermos nela.

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Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá de 12/21/10,  Escritos do Baal HaSulam