Odiar O Mal Nos Aproxima Da Bondade

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Shamati, Artigo 52, “Transgressão não Extingue uma Mitzva“: É preciso saber que não é preciso extirpar o mal, pois isso é impossível. Em vez disso, só se deve odiar o mal, como está escrito: “Vocês que amam ao Senhor, odeiam o mal”.

Trata-se da nossa escolha. Há um plano que leva ao propósito da criação que deve ser cumprido. Nós não podemos mudar este plano, porque o contraste entre a Luz e o vaso existe desde o princípio da criação, e deve chegar a um fim, para que no final do processo eles não se oponham, mas se fundam num todo.

Portanto, esse processo deve incluir os seguintes três estados: o estado inicial da criatura, o processo de correção e o estado do fim da correção. A única coisa que podemos fazer é acelerar o tempo, perceber todos os estados corretamente, ou seja, conseguir justificá-los e desejar-lhes com antecedência. Graças a isso, nós adquirimos a compreensão e o sentimento de quem é o Criador, e como podemos nos conectar a Ele e nos tornar semelhante a Ele.

Nós aprendemos sobre a escolha a partir de diferentes exemplos. No entanto, a base da escolha é o seguinte: se eu quiser me aproximar dos estados futuros que são esperados ao longo do caminho, para apressar o meu desenvolvimento, eu devo fugir do passado e me aproximar do futuro de acordo com o cronograma do plano do meu desenvolvimento. Isso significa que eu me afasto do meu desejo egoísta e me aproximo do desejo de doar.

Esta aproximação depende do meu ódio da recepção e da minha atração à doação. Da parte da natureza, o Criador me empurra a ela pela força da Luz, quando revela para mim mais e mais golpes do meu ego de cada vez. Portanto, eu sinto sofrimento, mal, e, assim, odeio meu ego. Em contraste com este sentimento ruim, eu começo a amar os atos de doação, a conexão em que acredito que vou me sentir melhor. Assim, a natureza, o Criador, a força da Luz, me avança.

Este é o lugar onde reside o meu livre arbítrio: até que ponto eu posso aumentar meu reconhecimento do mal que se expressa no meu ódio ao mal. Eu posso fazer isso com a ajuda do ambiente. Se o ambiente começa a me contar mais sobre o mal, que eu alcancei através dos meus golpes pessoais, eu vou me afastar do meu desejo egoísta muito mais rápido e desejar a doação. Portanto, eu tenho que receber inúmeros exemplos de tudo o que me rodeia, o que me prova como o ego é mal e como é boa a doação.

Aqueles em torno de mim têm que me deixar ver e sentir isso, fazer uma lavagem cerebral em mim. Por fim, o ódio ao mal vai queimar em mim, e eu vou avançar muito mais rápido para aquilo que é oposto a ele, para o bem. Portanto, como está escrito: “Vocês que amam o Senhor, odeiam o mal”. Por isso, eu já vou saber o que devo fazer: como posso transformar meus desejos, que não desaparecem, em sua forma oposta, utilizando-os de uma nova maneira.

Eu quero me sentir bem! E se eu tiver que doar para me sentir assim, eu estou pronto para fazer isso. Se eu tiver que tratar os outros de maneira mais agradável, eu não tenho escolha, e concordo em tratá-los de maneira mais agradável para que todos se sintam bem. Assim como em tempos de guerra ou em outros momentos difíceis, quando as pessoas se aproximam, já que sentem que isso vai ser melhor para todos, a pessoa sente que, no final, vai ser melhor.

Assim, de Lo Lishma (não em Seu Nome) chegamos à Lishma (em Seu nome). Primeiro, a pessoa reconhece a vantagem de uma boa atitude egoísta, quando entende que não temos escolha senão nos conectar, para sermos compatíveis com a natureza, e para deixarmos de prejudicar o outro. Por fim, ela começa a sentir que há um poder especial na conexão, um novo estado especial que ela nunca tinha experimentado antes.

Assim como quando duas pessoas se conectam, tentando não prejudicar uma a outra no início e dando prazer uma a outro, de repente elas começam a sentir que há algo mais entre elas, uma sensação que nunca experimentaram antes. Portanto, de Lo Lishma nós chegamos à Lishma. É tudo graças ao nosso ódio crescente pelo desejo egoísta de desfrutar e à separação.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 03/05/13