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A Convenção Em Arava É Uma Desconexão Programada De Todos Os Distúrbios

Dr. Michael LaitmanPergunta: De que serve o isolamento do grupo na Convenção no deserto de Arava?

Resposta: Nós estamos aqui reunidos para estabelecer as bases para uma nova sociedade, cujo objetivo é atingir a adesão com o Criador. Para atingir a adesão com Ele, nós temos que atingir a adesão entre nós. E para atingir a adesão entre nós, temos que nos unir, nos desconectar das perturbações do mundo exterior. Afinal de contas, nós somos pequenos e temos que reforçar um ao outro, de modo que o mundo não seja um impecillho para isso. É por isso que nós estamos indo para o deserto.

No passado, grupos de Cabalistas realizavam medidas muito mais extraordinárias para se isolar do ambiente externo. A pessoa tem que se permitir um pouco mais de liberdade deste mundo confuso e sem sentido, recolher-se interiormente um pouco mais e entender qual é o seu destino.

No turbilhão da vida, sob o ruído do rádio e da televisão, você não consegue decifrar a fina voz de sua alma ou alcançar a frágil inspiração interior. Você simplesmente não tem energia para isso. Mesmo os Cabalistas, vivendo centenas e milhares de anos atrás, num mundo completamente diferente, que ainda desconhecia as “maravilhas” da mídia, ainda assim isolavam-se, excluindo-se do ambiente habitual, e iam até “para o exílio”, saindo de casa sem levar nada com eles e partindo para perambular por anos, sobrevivendo com ganhos e alimentos ocasionais.

Você nem sabe o que está perdendo no mundo moderno, que está enchendo e afundando você com sua sujeira. Você quer alcançar algo elevado? Se quizer, que esforços você está fazendo para se livrar do pântano?

É útil que encontremos tempo para este tipo de isolamento, onde sentiremos apenas as nossas próprias forças, sem as perturbações do mundo exterior. Vamos separar um dia na vida para sentir quem somos, em vez de quem são eles.

Obviamente, nós não forçamos ninguém a participar e não fazemos listas de participantes ou desertores. Nós não colocamos marcas de comprovação para o futuro. Quem não quiser ou não pode vir simplesmente não venha. Neste sentido, tudo é muito liberal e aberto. Por outro lado, se a pessoa for até lá, ela deve participar nas ações que o grupo designou para nos ajudar do desprendimento de tudo e sentir apenas nós mesmos.

Às vezes, você não deseja ficar sozinho consigo mesmo? É assim que o grupo quer ficar: sozinho consigo mesmo, sentir-se. Você entra numa sala, fecha a porta e permanece com seus próprios pensamentos. É assim que nós queremos permanecer, com nossos pensamentos. Na realidade, isso é claro e comumente aceito. Mas para nós não é apenas um minuto de descanso, mas um desprendimento do “grau das mulheres e crianças” e uma ascensão ao “nível dos homens”.

No artigo, “A importância do Grupo”, o Rabash escreve: “Quando uma pessoa trabalha no verdadeiro caminho, ela precisa se isolar das outras pessoas. Afinal, o caminho da verdade exige fortificação, porque ele contradiz as noções comuns. As opiniões do mundo são construídas no conhecimento e na recepção, enquanto as opiniões da Torá são construídas sobre a fé e a doação. Se a pessoa se distrai, ela imediatamente se esquece de todo o trabalho no caminho da verdade e cai no mundo do amor-próprio. Apenas no grupo é que os amigos se ajudam mutuamente e, portanto, cada um recebe forças do grupo para lutar contra as noções comumente aceitas”.

O mundo superior é o nosso mundo interior. Nós temos que mudar nosso olhar da externalidade para a internalidade. Portanto, com a ajuda dos amigos, eu tento ir para dentro, olhar para dentro, a fim de adquirir uma sabedoria profunda, para atingir o significado interno da Torá. Não há outra escolha: eu preciso disto.

A pessoa deve sempre mergulhar interiormente, penetrar no seu íntimo – e justamente aí ela revela o verdadeiro mundo. O mundo externo deliberadamente nos confunde, de modo que através do conflito com ele, na resistência, nós construamos nossa direção para dentro. Nossa luta é para penetrar cada vez mais no fundo da realidade deste mundo, que nos puxa para fora.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 16/11/11, “Arvut (Garantia Mútua)”

Perguntas Sobre Mulheres E O Estudo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se você perguntar às pessoas o que é a alma, a maioria vai dizer que é algo como uma nuvem ou algum tipo de energia, típica desta pessoa (sua reação ao que acontece ao redor). Durante os meus estudos eu compreendi que a alma é a qualidade de algo que não sabemos, e que só descobrimos quando nos unimos uns com os outros.

Mas uma mulher não pode se unir. Isso significa que ela não tem alma? A mulher não atrai a Luz e, portanto, ela não tem que estudar O Estudo das Dez Sefirot ou O Zohar. Antigamente, havia profetas mulheres. Qual é a diferença entre elas e aquelas que prevêm o futuro?

Resposta: Ao participar, a mulher recebe tudo através do homem, mesmo que ela não estude Cabalá, embora hoje não seja proibido a ninguém.

Pergunta: Quando eu me sinto bem e confortável na minha vida, o que posso fazer para descobrir rapidamente a próxima parte de mim que está faltando? Esta manhã eu senti a necessidade de me conectar e estudar com os outros, mas a lição não começa senão tarde da noite! Eu sinto que estou perdendo tempo. O que devo fazer?

Resposta: Leia o Shamati, os Salmos e qualquer uma das nossas fontes.

Antes De Um Ataque

Dr. Michael LaitmanO nosso principal trabalho é ascender acima dos nossos pensamentos e desejos, conseguir separar-nos deles, e ascender à altura onde todos nós existimos juntos, onde a alma está. Existe apenas uma alma no mundo.

É por isso que está escrito que antes de receber a Torá, os filhos de Israel tiveram de abster-se por três dias. Cada um tentou subir acima de todas suas preocupações corpóreas, pensamentos, desejos e cálculos, de forma a dedicar-se apenas aos objectivo superior.

Isso é muito difícil e requer um trabalho dedicado, meticuloso, semelhante a juntar pequenos grãos até juntá-los todos, um por um, e os nossos cálculos egoistas terminarem, até que os pensamentos e desejos inúteis parem de despertar na pessoa, puxando-a em diferentes direcções. Então, ela estará mais ou menos preparada para se incluir nos pensamentos e desejos do ambiente.

Esta austeridade e abstinência, o enorme esforço que a pessoa faz para se preparar, não é uma coisa simples. A pessoa tem de quebrar o seu ego, sair de si mesma, retirar-se da sua posição com esforço físico real, e tornar-se fisicamente incluída nos outros. Então, tem de tentar baixar a sua cabeça e aceitar o espírito deles, que a irão influenciar. Ela não pode permitir qualquer liberdade para os seus pensamentos, porque eles podem atirá-la para fora dos limites da sociedade, do grupo.

A pessoa deve reduzir-se a si mesma e forçar-se a concentrar de forma a colocar tudo debaixo do poder do ambiente, tanto na forma corpórea como no interior, espiritualmente, em pensamentos, no desejo. Ela deve perder-se! Deixe que isso que existe no ambiente a influencie de forma que nenhum coração ou mente permaneça dentro dela, e a única coisa que a controlará será o que quer que exista no ambiente.

Esta é a primeira etapa da preparação para se tornar incluído um no outro. Se formos capazes de fazer isto, podemos começar a falar da influência da força superior, o poder do grupo.

O grupo não é a formação física que imaginamos; não é um grupo de corpos físicos. A força interna do grupo irá influenciar-nos juntamente com a Luz que Corrige, que existe no grupo, dá santidade a todos, e permite-lhes que subam acima de si próprios. Então, nesta ascensão a pessoa começará a sentir a força geral que preenche o universo, e será capaz de perceber o que foi escrito.

Por esta razão, durante a nossa convenção e pelo menos três dias antes dela (e devemos começar a habituar-nos a ela hoje), a coisa mais importante para nós é estar acima de todos os pensamentos e cálculos estranhos e limitar-nos às necessidades que nos deixam sem escolha. Aja através da fé acima da razão em cada situação.

Especialmente durante os últimos três dias antes da convenção, devemos começar um ataque real, dias de abstinência, tanto fisicamente como em pensamentos e desejos, de forma que tenhamos apenas uma aspiração e sintamos a quantidade mínima de distúrbios.

Da Lição 1, Convenção Arvut em Israel 11/11/11

Um Coração Partido

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nós só revelamos o Criador, a força de doar, quando nos tornamos semelhantes a Ele em nossas qualidades. Então, qual é o significado do princípio, “não perca esperança na Sua misericórdia”?

Resposta: Significa que a pessoa apelou milhares de vezes, como o Rei David, que simboliza Malchut colectiva, o vaso colectivo, alguém que é mais profundo do que os Salmos revelam. Leia-os. Eles são todos os seus apelos e pedidos, louvores e lamentações. Este é o significado de “não perca esperança na Sua misericórdia”. Tente exprimir e efectuar a sua lamentação da mesma forma, e você chegará a uma bênção final.

Pergunta: Então acontece que o Criador está esperando que nós gritemos a todo pulmão?

Resposta: Está escrito que o Criador espera por orações e um coração partido, que Ele gosta de pessoas cujos corações estão partidos, e Ele recebe muito prazer de suas lágrimas. Isto porque suas lágrimas são um sinal de fragilidade do egoísmo e o seu desapontamento com ele.

Nós recebemos golpes do egoísmo, não do Criador. Contudo, leva algum tempo para perceber isso. Realmente, o que é que você quer do Criador se você está a ser ferido pela sua inclinação ao mal?

É por isso que precisamos determinar estritamente que o nosso lugar de trabalho é o grupo. Somente então atingiremos uma oração verdadeira, e ela naturalmente acontecerá através de vários desapontamentos.

Da Lição 3, Convenção Arvut em Israel 11/11/11

O Céu De Hoje É O Inferno De Amanhã

Dr. Michael LaitmanO Livro do Zohar, Capítulo “Pekudei (Contas)”, Item 839: Assim como há graus e palácios do lado de Kedusha, também há do lado de Tuma’a, e todos eles estão presentes e agindo no mundo no lado de Tuma’a. É por isso que existem sete palácios em oposição aos sete nomes do Inferno, que são chamados por esses nomes dos sete departamentos do Inferno, e todos estão preparados para julgar e macular aqueles ímpios do mundo a quem tenham se aderido, e que não guardam os seus caminhos enquanto neste mundo.

O inferno é o meu desejo de receber. Ele pode ser pequeno e fraco e pode não parecer tão ruim para mim no momento. Ele é contra a conexão, ou nem tanto a favor da conexão quando eu penso em mim mesmo: como vou lucrar, o que vai acontecer comigo, e assim por diante?

De acordo com meu nível, esse desejo parece bastante razoável no momento, e ele pode ser chamado de Céu, porque graças a ele eu lucro, alcanço e me sinto bem. Mas quanto mais eu entendo o sistema superior, mais eu começo a ver este desejo como o Inferno, porque nele, eu penso em mim mesmo, “me consumo em chamas”, me afasto e estou em oposição à Luz, o Criador.

Tudo depende de como a pessoa vê seus desejos. Esta é toda a diferença entre o Céu e o Inferno.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/11/11, O Zohar

Uma Ilusão De Ótica

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se não existem partes separadas, o que O Livro do Zohar descreve? A forma como a alma se corrige?

Resposta: O Livro do Zohar nos diz como nos conectamos numa só alma. Afinal, não há mais nada para falar. Existe um estado perfeito, uma única alma, e há um estado imperfeito, quando a alma está quebrada. Nós temos que retornar ao estado perfeito.

Basicamente, a quebra só existe na nossa consciência. Quando nós descobrirmos  o que está corrompido, veremos que tudo está corrigido. Eu só preciso corrigir minha percepção, a minha visão. É por isso que esta sabedoria é chamada de “sabedoria da Cabalá” (“Cabalá” significa “recepção” em hebraico), a sabedoria sobre como receber, perceber a realidade. Isso é tudo! A realidade é perfeita, e não houve quebra: é tudo com relação àqueles que recebem, à pessoa que a alcança.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/11/11, O Zohar

Um Mundo Estruturado A Meu Pedido

Dr. Michael LaitmanOs mundos superiores estão nos mostrando um modelo, e nós devemos nos tornar semelhantes a ele. A nossa conexão é a qualidade que somos capazes de atingir a fim de corresponder à Luz. Quando uma pessoa se conecta com outras, com sua doação ela constrói de si mesma um Partzuf espiritual a partir das dez Sefirot.

A doação não pode existir em qualquer outra forma exceto as dez Sefirot. Quando ela assume a forma correta, ela se manifesta como um Partzuf espiritual, cuja altura podemos medir de acordo com os degraus da escada espiritual nos mundos superiores.

Acontece que nós podemos medir a altura de uma alma, ou seja, as conexões dos desejos separados, e entender o poder que atingimos através disso em relação à toda a alma comum. No final, o desejo criado pelo Criador permanece, mas adquire a forma das Sefirot, as fontes de iluminação que chegam a mim de todos os mundos, por meio das quais passa a Luz simples do mundo do Infinito.

O Criador coloca o sistema de mundos na minha frente, e ele serve como uma fonte de Luz que está sempre pronta para me influenciar, isso é, afetar o meu desejo se eu o preparei para o uso. A Luz está num estado de repouso absoluto, e a forma como ela vai me afetar só depende do meu desejo. Não há mudanças na Luz. Todas as mudanças ocorrem apenas no meu desejo, que eu sou capaz de mudar à medida que trabalho na conexão no grupo.

Afinal, a conexão de um grupo é o verdadeiro desejo que desperta a Luz, forçando-a a brilhar e nos direcionar à doação, à conexão com o outro. Não há outro desejo exceto aquele que existe dentro do grupo e é direcionado para a união. Só este tipo de desejo pode atrair a Luz, porque eles têm a mesma natureza. Nenhum dos outros desejos estão sujeitos a correção, e eles são egoístas.

O único desejo que conta é o desejo de se unir com o amigo, o grupo, quando a pessoa realmente se eleva acima do seu corpo físico e deseja se conectar acima dele, “em sua cabeça”, colocando esta aspiração pela conexão acima de todos os seus objetivos particulares. Apenas neste nível é que a Luz chega até a pessoa através de todas as Sefirot e corrige o seu desejo, conectando o seu desejo particular ao desejo comum.

Desta forma, nós corrigimos a quebra e revelamos o vaso de nossa alma e a Luz que o preenche em nossa conexão. Então, a pessoa vê que os mundos não existem por si mesmos, fora do homem. Tudo isto só existe em potencial e é realizado apenas na prática, quando queremos nos conectar. Então, conforme a força, altura e natureza dessa conexão, nós revelamos a Luz superior que está sempre pronta. Isto significa que o sistema dos mundos está sendo revelado a nós.

Este sistema de mundos não existe sem o nosso apelo. Ele está totalmente no mundo do Infinito, no Pensamento da Criação de agradar aos seres criados. Somente no momento exato em que surge o desejo, que exige ser corrigido com o propóstio da conexão, é que o sistema de ocultação começa a agir em relação a este desejo, adequando-o exatamente de acordo com sua altura e natureza. A Luz influencia o desejo a partir deste sistema e o corrige.

Da 1a parte da  Lição  Diária de Cabalá 14/11/11, Shamati #68

Preste Atenção E Repita Comigo!

Dr. Michael LaitmanQuando eu subo acima do meu egoísmo e começo a me preocupar com os outros, eu não apago o meu desejo de receber anterior, nem me livro dele e passo cegamente para o desejo de doar, começando a desfrutar a doação do mesmo modo que uma alegre mãe alimenta seu bebê. Se a mãe tratasse o bebê de outra pessoa como trata seu bebê e mostrasse o mesmo amor (embora isso não seja natural), ela iria adquirir outra natureza: o desejo de doar acima do seu desejo de receber. Na diferença entre esses dois níveis, nós descobrimos a profundidade de nosso vaso (desejo) e suas quatro fases pelas quais chegamos à criação.

É assim que se desenvolve a nossa “educação formal”, e nós temos que nos organizar para esperar a chegada de novas formas de doação. Não importa quão inesperadas e surpreendentes elas sejam, elas devem chegar o mais rapidamente possível. A prontidão em aceitar estas novas formas vem somente com a condição de que a pessoa as pratique num grupo.

O grupo é controlado desde o Alto, e se nos colocarmos em suas mãos, ele nos prepara corretamente para aceitar todas as formas de doação da Luz que Corrige. Nossa tarefa é preparar a nós mesmos e permitir que a Luz superior faça o seu trabalho. Nisso nós somos seus parceiros. Por um lado, tudo aqui depende de nós, porque sem a preparação a Luz não age, à medida que ela está em repouso absoluto. Nossa preparação nos dá a capacidade de perceber a influência da Luz.

Mas, na verdade, nós só descobrimos o nosso vaso e revelamos a Luz, previamente oculta, numa nova forma. Isto significa que nós preparamos as formas, mas elas são percebidas e sentidas por nós na medida em que somos semelhantes à Luz superior.

Há “613” Luzes diferentes na Luz superior, bem como todos os níveis e todo o plano de criação do início ao fim. O vaso se desenvolve a partir do ponto de “ausência”, atravessando todo o caminho: primeiro para baixo e depois, voltando novamente, de baixo para cima. Num determinado ponto do desenvolvimento, quando o ser criado se realiza, ele se torna parceiro do Criador na criação das formas semelhante à Luz.

Toda a nossa educação espiritual é uma educação formal, aprendendo formas dentro de formas. O desejo busca formas suas que se assemelhem à Luz, e se ele as encontra, alcança a adesão com a Luz.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/11/11, Escritos do Rabash