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O Homem Que Veio Para Nos Levar Para Cima

Dr. Michael LaitmanA sabedoria da Cabalá chegou até nós a partir do Livro do Zohar e das obras do Ari. Se não fosse por causa do Baal HaSulam não poderíamos estudar. O Livro do Zohar está cheio de alegorias e histórias, compreensíveís apenas para a pessoa que está no mesmo nível espiritual e pode decifrar essas pistas.

Quanto ao Ari, ele mesmo nunca escreveu nada; ele só falava. Todas as suas obras foram escritas por seu discípulo, o Chaim Vital, e toda coleção de ensaios é baseada no que o Ari recitou em um ano e meio. Seu grupo existiu apenas por um curto período de tempo; ele os ensinou e depois faleceu.

De várias formas, este material passou por várias pessoas, que compilaram livros dele. Uma parte dos registros foi mantida em algum lugar secreto; a outra foi enterrada no túmulo do Chaim Vital e recuperada mais tarde, quando o túmulo foi aberto. A terceira parte foi entregue ao longo das gerações e passou por muitas pessoas, e sabe-se lá o que fizeram com ela.

O Ari falou sobre todo o sistema em geral, e se a pessoa não tem as obras completas e não consegue entender bem o material, não pode compilá-las corretamente. É por isso que, embora esses registros tenham sido reunidos pelos Cabalistas, muito estava faltando, e a seqüência exata não pôde ser mantida.

Por isso, o Baal HaSulam acrescentou seus comentários às obras do Ari, para que pudéssemos seguir uma progressão natural, do mais simples ao mais complexo e, estudando de forma correta, compreendêssemos os escritos do Ari. Nós não conseguiríamos compreender nada sem ele. Na Cabalá, isto é muito perigoso, porque se você não entende o que está sendo descrito, você fantasia sobre qualquer coisa.

Portanto, nós devemos apreciar o grande trabalho que o Baal HaSulam realizou: nós não teríamos conseguido nada sem ele. Às vezes, as pessoas me perguntam: “Se há tantos outros Cabalistas, porque não estudamos suas obras”. Mas nós não temos ninguém com quem aprender, porque todos eles escreveram a partir de seus graus elevados, como, por exemplo, os Cabalistas Gaon de Vilna e Ramchal. Não podemos basear nossos estudos em suas obras, porque eles não as interpretaram para as pessoas comuns como nós, para que pudéssemos entender, usar e realizá-las em nós mesmos.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/05/11, “Introdução Geral do Livro, Panim Meirot uMasbirot

Tentativas De Atenuar Os Golpes

Dr. Michael LaitmanPergunta: Estou surpreso que uma série de mudanças tão dramáticas no mundo causem uma reação tão fraca das nações líderes. O que está acontecendo conosco?

Resposta: Eu acho que os “manda-chuvas” do mundo entenderam que não estão no controle da situação, e estão tentando atenuar o golpe. Eles estão especialmente preocupados com o declínio acentuado na produção de petróleo e a consequente forte queda na economia global.

Isso certamente terá impacto na reconstrução global. As indústrias automobilística e da aviação serão exterminadas e um novo modo de transporte público deverá ser implementado. As pessoas só comprarão o essencial, o que esmagará vários setores da economia.

Dez por cento dos cidadãos dos EUA trabalha na indústria automobilística. Uma seqüência de falências quebrará a economia nacional e causará a ascensão de partidos políticos extremistas, como os que surgiram sob circunstâncias semelhantes na Alemanha dos anos 1920s.

Não é por acaso que a Cabalá afirma que a próxima etapa no desenvolvimento coletivo global é a da correção através do método da Cabalá ou o fascismo! Eu suspeito que os EUA deliberadamente acabaram com sua indústria automobilística, corretamente percebendo que seria a primeira a cair na iminente crise global. Isso deu a suas outras indústrias e seus trabalhadores tempo para fazer uma transição dos setores da economia tão dependentes do petróleo, como o automóvel, para outros modos de produção e consumo, que são mais simples, mais naturais e diretos. Quanto à mídia, eles simplesmente cumprem ordens daqueles que lhes pagam.

Momentos De Cabalá – Jogo

Momentos De Cabalá – Contra Qualquer Perigo

Não Revele Os Segredos Do Seu Coração

Dr. Michael LaitmanNa Cabalá, nós não falamos sobre os sentimentos pessoais. Nós falamos do amor dos amigos, mas apenas de forma geral, sem mencionar a nós mesmos ou qualquer nome específico.

É necessário falar sobre a grandeza do professor, do Criador, do grupo, e a importância da meta, pois sem inspirarmos uns aos outros, não avançaremos. Isso nos dá força para trabalhar, e é por isso que precisamos do grupo. Mas ninguém fala disso na primeira pessoa, revelando seus sentimentos e desejos (Kelim).

Na verdade, os outros ainda não estão corrigidos no nível de Bina (Hafetz Hesed), o que significa “não faça aos outros aquilo que você não quer que façam a você” e, portanto, podem prejudicá-lo com seus pensamentos. Por isso, existe essa proibição.

Você fala sobre como a meta espiritual é elevada, mas não sobre como você ou alguém é inspirado pela espiritualidade. Você deve falar sobre a lei que age na criação, a fórmula do sistema de forças, sem apontar ninguém especificamente.

Todo nosso trabalho é interno e humilde. Eu devo ver o grupo não como pessoas e rostos individuais, mas como forças que anseiam pela doação ao Criador, e que se unem para atingir esse objetivo juntos. Esta união dos nossos desejos, este contexto interno, é o que chamamos de grupo.

Portanto, quando eu falo sobre o grupo, eu não menciono os nomes das pessoas. É como se não houvesse pessoas, apenas desejos ligados pela garantia mútua! Se esses desejos atingem o nível de conexão, quando ela se torna realmente para a doação no primeiro nível, eles a revelam juntamente com a Luz de Hassadim que a preenche, o que significa a doação mútua.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 2605/1, Escritos do Rabash

Padrões Espirituais

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que a letra “Samech” no Zohar refere-se a GAR (três Sefirot superiores) de Bina se as letras começam apenas com ZAT (as sete Sefirot inferiores) de Bina?

Resposta: E como nós usamos as letras em nosso mundo? Será que realmente temos alguma conexão com ZAT de Bina, ZA (Zeir Anpin) e Malchut do mundo de Atzilut? Sabe-se que as letras de Aleph a Tet descem de ZAT de Bina; Yod a Tzadik de Zeir Anpin; Kuf-Resh-Shin-Tav de Malchut, enquanto que as letras finais MaNTzePaCh originam-se do Parsa.

Tudo termina no Parsa do mundo de Atzilut, abaixo do qual estão os mundos de BYA (Beria, Yetzirah, Assiya). Abaixo deles temos este mundo, onde nós existimos. Então, como vamos usar as letras?

A questão é que no mundo de Atzilut existe um padrão segundo o qual cada parte da realidade divide-se ainda mais. Assim, não importa onde eu esteja, eu posso usar as letras de acordo com meu nível espiritual.

Na França, por exemplo, no Departamento Internacional de Pesos e Medidas, há um calibrador de medidas feito de platina e irídio. (Aliás, eles decidiram parar de usar o modelo físico e, a partir de agora, um metro é definido com base na consistência da continuidade da velocidade da luz, como o comprimento da distância percorrida pela luz no vácuo por 1/299.792.458 de segundo).

Portanto, no nosso mundo, existem padrões mundiais de medidas, com os quais são verificados nossos dispositivos de medição. Isso nos permite medir os objetos e a distância entre eles em qualquer lugar. Da mesma forma, existe o mundo de Atzilut, onde se encontra o modelo chave-padrão. Ele governa a forma como tudo é dividido e medido em todos os outros mundos. Com base nesta norma, todos os outros níveis no mundo de BYA são construídos, cada um sendo uma projeção do mundo de Atzilut, e é por isso que também há letras neles.

O nosso mundo é uma projeção dos mundos superiores, embora a sua matéria tenha uma natureza totalmente diferente: a egoísta. Portanto, em nosso mundo, nós também usamos letras. Além disso, usamos as palavras do nosso mundo para descrever o mundo espiritual, a chamada “linguagem dos ramos”.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/05/11, O Zohar

Cabalistas Sobre A Abordagem Ao Estudo Da Sabedoria Da Cabalá, Parte 7

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

A Importância da Intenção durante o Estudo

Se ele pretende estudar a Torá para receber a recompensa da Torá, chamada “Luz que Corrige”, então seu estudo é benéfico. No entanto, quando ele esquece o objetivo de estudar a Torá, a Torá não é instrumento para completar o trabalho de criar um desejo de doar … Este é o significado das palavras, “Qualquer Torá sem trabalho (sobre a intenção de ser corrigido pela Luz da Torá) acaba em anulação” (sem sua Luz).
– Rabash, Os Degraus da Escada, “O Que é a Torá e o Trabalho no Caminho do Criador”

Uma das maravilhas de se estudar os segredos da Torá é que quando a pessoa estuda os seus conceitos de amor, mesmo que não seja capaz de perceber as questões com o intelecto, eles elevam sua essência, apesar de tudo; portanto, estes conceitos brilham sua Luz sobre ela.
– Rav Raiah Kook, Orot HaTorah (Luzes da Torá), Capítulo 10, seção 10

Através Das Letras Do Livro Do Zohar

Dr. Michael LaitmanPergunta: Será que as letras que O Zohar fala expressam as formas de conexão entre nós?

Resposta: Claro que sim! Apenas a conexão entre nós! Sem a conexão entre as almas, os autores do Zohar não poderiam ter percebido nada. Tudo é percebido na nossa rede de conexão.

O que nós percebemos? Nós percebemos as forças de doação. A soma total dessas forças é chamada de “Criador ” (“Bo-Reh”ou “venha e veja”), que revelamos na conexão entre nós, a qualidade de doação e amor.

Se percebemos isso na forma de forças, então é o nosso desejo, nosso vaso para a revelação da Luz. Se percebemos uma impressão nele, esta é o Criador, a Luz que é revelada no vaso, o desejo. Não há mais nada.

Tudo o que lemos no Zohar ou todos os outros livros escritos pelos Cabalistas são apenas impressões do homem, a percepção de um Cabalista da força de doação dentro de seus desejos, de acordo com a equivalência de qualidades. Ele nos fala sobre seus desejos, suas impressões, a força que ele percebeu, explicando isso de uma forma externa.

É possível expressar isso em música, canções e palavras bonitas. Também é possível explicar isso na linguagem da Cabalá, do Talmud, ou nas Lendas. Em última análise, os Cabalistas explicam as suas realizações.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/05/11, O Zohar

Um Ponto Que Contém O Infinito

Dr. Michael LaitmanTudo começa com um ponto negro “criado a partir da ausência”, sobre o qual a Luz superior age e desenvolve a criatura. Todo o desenvolvimento, com exceção desse ponto de “Yesh Mi Ain” (existência a partir da ausência) é feito pela Luz, a força que atua na criatura, na parte que está sendo “guiada”.

Portanto, onde nós conseguimos tais qualidades especiais como indivíduos? Da Luz! O ponto da criação “a partir da ausência” é um mero ponto. Mas o Criador divide Sua relação em bilhões de criaturas e depois as reune e amarra juntas, de todas as formas possíveis, para que cada uma esteja conectada com as outras sete bilhões. Assim, Ele deseja se expressar dentro da matéria da “existência a partir da ausência”.

Ele não seria capaz de expressar isso de outra forma, exceto através de tal número elevado de pequenas criaturas, cada uma delas criada de uma maneira única e especial, diferente de qualquer outra. Toda criatura alcança sua correção individual ao renunciar a parte do “Yesh Mi Ain” (existência a partir da ausência) em si mesma e adquire o desejo de ser formada pelas qualidades de “Yesh Mi Yesh” (existência a partir da existência), que podem ajudá-la a unir-se com as demais. Assim, ela aumenta sua “Yesh Mi Yesh” a partir de um pequeno ponto fornecido pelo Criador até o Infinito, até o estado elevado do Criador.

Como eu, este ponto minúsculo que surgiu do nada, que foi criado com praticamente zero de conexão com o Criador, alcanço a Sua revelação? Eu me uno com todos os outros pontos (desejos), anulando a minha “existência a partir da ausência”, o que permite com que a minha “existência a partir da existência” cresça até o tamanho de toda a criação, a qual eu uno a mim.

Em outras palavras, conectando-se assim, eu crio a partir deste ponto todo o vaso espiritual (“Yesh Mi Yesh“), preenchido com a conexão infinita com o Criador (“Yesh Mi Yesh“) em relação a todos. Isso só pode ser feito multiplicando essas pequenas partes, cada qual unida com o restante, e assim, todas elas se entrelaçam com as demais como várias camadas.

A pessoa se une com outra; então, as duas anteriores, que se tornaram uma, unem-se  a uma terceira e se entrelaçam interiormente, e depois as três se unem com mais uma, e assim por diante. Então, não é apenas a minha conexão com todos os outros, mas sim um sistema multidimensional de conexão. Este é o único meio para o Criador se expressar dentro da criação em geral até a conclusão deste trabalho, no final da correção (Gmar Tikun).

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/05/11, Talmud Eser Sefirot

Se Você Deseja Se Tornar Humano, Dê De Si Mesmo

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, Item 5: A expansão da Luz, e sua posterior expulsão, cria o vaso. Pode-se concluir de forma lógica que se o vaso recebe a Luz instantaneamente, o anterior será o primeiro, e o sucessor o último. Portanto, a quarta etapa torna-se a fase final da criação do vaso: Malchut.

A expansão da Luz na criatura deve ocorrer em quatro etapas, até que ela sinta que recebe e quer sempre mais do que recebe. Pois, enquanto o desejo estava satisfeito com o que recebia, a criatura ainda não era responsável por si mesma. Ela não tinha nada de si mesma, nenhuma adição pessoal em relação ao que vinha do Doador.

Do Doador, nós recebermos o vaso (desejo) e a Luz. Se tudo isso se expande para baixo, sem qualquer interferência por parte da criatura, e se esta não se esforça para ganhar maior desejo e Luz, então não há nenhuma criatura, mas algo que não tem vontade própria.

É por isso que os três primeiros níveis do desejo, ou seja, o inanimado, vegetal, e animal, que derivam da fase raiz, ainda não são considerados como existentes. Eles são geridos de Cima, sem qualquer adição da parte deles.

Quanto às pessoas que estão nestes níveis de evolução, elas vivem e se alimentam do que recebem em nosso mundo das qualidades inatas: do ambiente, da mídia, do sistema de ensino, e assim por diante. A menos que elas comecem a contribuir para isso, seu desejo individual visa à raiz, e contanto que obedeçam às ordens do desejo, seu nível mais elevado ainda é o “animal”.

E só quando a pessoa evolui para o nível humano, que anseia em contribuir com alguma coisa, para voltar à raiz, só então ela pede que a raiz adicione mais desejo e satisfação, exige o desenvolvimento e torna-se um Ser Humano que quer se equivaler ao Criador. O Criador deve ser revelado o tempo todo, várias vezes, como está escrito: “Conheça o seu Criador, e sirva-O”. Isto é o que separa o homem do animal. É isso que torna o seu apelo dirigido ao alto, na raiz, autêntico.

O ser humano começa com o ponto no coração, que também vem do Alto. Mas todo o resto, com exceção desse ponto, onde a pessoa se sente como “a existência a partir da ausência”, ela deve cultivá-lo por conta própria. Esta é a adição pela qual ela deseja tornar-se semelhante ao Criador e ganhar o título de Humano. Após os níveis inanimado, vegetal e animal de desenvolvimento, apenas o último nível é considerada como “humano”. Isso é o que desenvolve a criatura, enquanto todos os níveis anteriores são incluídos na mesma.

Primeiramente, isso tem relação com nosso mundo interno, onde as naturezas inanimada, vegetal e animal sobem e descem junto com o nível humano. Não veja a Terra com sua flora e fauna nos vales e bosques. Tudo ocorre internamente. Se todos os outros desejos apóiam o crescimento do ser humano em mim, eles sobem junto com ele no mesmo nível.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 26/05/11, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”