O Primeiro Artigo, Que É O Começo De Tudo

Dr. Michael LaitmanO nosso problema principal é estabelecer a nossa atitude para com o Criador. Claramente, isso é subjectivo e depende inteiramente de nós, em como pensamos e sentimos. Isso não muda dependendo da atitude do Criador, que nos é desconhecida, mas é determinada pelo que nós pensamos sobre Ele.

Por uma lado, estamos a falar da natureza, do ambiente no qual nos desenvolvemos. Há muito tempo o homem começou a revelar a natureza, ascendendo assim no nosso mundo do nível animal para o nível humano, à medida que pesquisava a natureza à sua volta. Depois disso, ele começou a pesquisar o mundo espiritual, uma vez que seu desejo cresceu para esse nível. Assim, a medida que o seu desejo crescia, a pessoa aprofundava-se cada vez mais na natureza.

Contudo, a pessoa consiste de duas partes: uma que sente e uma que percebe, e as duas têm ligações e influências específicas entre elas. Precisamente através delas – sentimento e razão, ou coração e a mente, ela investiga o que sente. Tudo o que não entra nos seus sentidos continua desconhecido para ela. Ela investiga apenas as suas sensações, onde as coisas que são inacessíveis para a sua sensação não podem de forma alguma ser discutidas, porque isso seria uma filosofia e fantasia vazias.

Assim, as nossas ideias do Criador não estão baseadas em como Ele realmente é, mas em como nós o percebemos. Nunca saberemos quem Ele realmente é! Apenas sabemos que existe uma força superior, externa que é sentida como a natureza à nossa volta.

Chamamos sua parte mais próxima de “este mundo”. Mas há uma natureza maior que se revela à pessoa quando ela atravessa um desenvolvimento especial. É chamada de natureza superior. Contudo, ninguém conhece quem é o Próprio Criador.

Por isso, a ciência da Cabalá fala de tudo em relação ao homem. Está escrito “Não há nada além d’Ele!”. É assim como a pessoa sente e o que ela discerne como resultado de sua investigação.

Os Cabalistas falam-nos das suas impressões de uma força superior única, e acontece que o Criador parece ficar zangado, ou feliz, ou desfrutar algo. Mas é assim como a pessoa sente. É assim como ela sente a força superior! Contudo, não sabemos o que realmente lhe acontece.

Ainda assim, é muito importante para nós estabelecer a nossa atitude para com esta força superior de maneira que possamos saber de onde esta forma, imagem, impressão ou sensação vêm, que recebemos d’Ele. Quem é que sentimos: Ele ou a nós próprios? Ou sentimo-nos a nós mesmos no pano de fundo da Sua Luz? Ou sentimos algo que é comum a ambos, algumas interacções entre nós? Isso é algo que eu tenho de saber!

Quando me sinto bem ou mal, então de quem é que esta sensação depende – de mim, ou ela vem do Criador? Ou talvez dependa da nossa semelhança para com os outros, nalguma ligação especial?

Se eu realizo a minha acção, seja em palavras, pensamentos, ou fisicamente, é Ele que me força a agir dessa força ou tenho eu algum tipo de liberdade? Mas onde é que posso apanhar essa liberdade se sou um resultado, um produto do Seu trabalho?

Isto é, devemos de alguma forma definir-nos em relação à nossa ligação com o Criador. De outra forma iremos ficar confusos constantemente. Isto comporta grande significado para com a nossa atitude, o nosso trabalho interior, e a nossa ligação com Ele. Isto é também reflectido em todas as nossas relação uns com os outros, dentro da família e quando a pessoa está cara a cara consigo mesma.

Portanto, esta não é uma questão abstracta para nós. Estabelecer o nosso estado, ligação e atitude para com o Criador influencia todas as camadas das nossas vidas. Esta é a coisa mais fundamental que existe. É por isso que a opinião do Baal HaSulam é tão importante para nós neste sentido, que ele detalha no artigo, “Não há nada além d’Ele”, o primeiríssimo artigo do livro Shamati.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/4/11, Shamati