Agora Eu Entendi!

Pergunta: O senhor tem dito em numerosas ocasiões que as ideias da Cabalá devem ser trazidas para mente dos psicológos e cientístas. Eu ensino psicologia numa universidade e eu notei que como todos os outros cientistas, mesmo os psicólogos têm opiniões muito estreitas. Então, como podemos abordar os psicólogos? Como podemos levar elementos da Cabalá para a psicologia?

Resposta: A princípio, eu mesmo venho do mundo científico. Mas, eu o deixei. Ainda assim, eu respeito as pessoas que, no entanto, tentam descobrir algo sobre a natureza, sobre elas mesmas, e sobre o ambiente. Claro, elas são levadas por qualidades egoístas, mas é assim que o homem é e você não pode fazer nada sobre isso.

Psicólogos, filósofos, e outras pessoas que estudam o que parece ser o mundo interior do homem e a teoria do conhecimento, bem como cientistas no campo de vários sistemas fechados – toda sua pesquisa é baseada na nossa natureza e os desenvolvimentos prévios em todas as ciências. A ciência se desenvolve através dos nossos cinco sentidos e é construída dessas sensações.
Naturalmente, toda essa ciência é absolutamente egoísta porque vem da sensação dentro do egoísmo, nossa qualidade principal. E, naturalmente, psicólogos, psiquiatras e filósofos são incapazes de entender a Cabalá porque ela trabalha com qualidades opostas. Essas pessoas não estão mais perto de alcançar a Cabalá do que todas as outras.

Isso é porque para alcançar a Cabalá, a pessoa precisa ter um ponto no coração. Se ele está presente, se a pessoa tem a necessidade de saber “por que eu existo?” isso não vem de um esperto cálculo filosófico, mas de sua necessidade pessoal, interna, então ela alcança a sensação e entendimento do que a Cabalá fala. Isso não acontece imediatamente, mas no curso de uma grande soma de estudo sério.
A princípio, ela não entende do que se fala de nenhuma maneira. Ela se senta na aula por muitos meses, ouvindo e balançando sua cabeça, mas ela ainda não tem a sensação interna que emerge sob a influência da Luz, que é adequada ao âmbito da ciência da qual a Cabalá fala. Porém, gradualmente, isso acontece. Nós temos que esperar.

É assim que as crianças crescem. No curso de 20 anos a pessoa é educada e cresce, e somente mais tarde ela se torna adequada para viver em o nosso mundo. Mesmo que ela tenha nascido neste mundo e todo o seu ambiente esteja também nesse mundo, ainda leva 20 anos para se tornar mais ou menos independente. E mesmo então ela está próxima de sua mãe todo o tempo…Mas, suponha que isso é assim. Porém, no nosso caso estamos falando sobre o mundo espiritual, um território completamente inexplorado. Como eu posso me preparar para ele se eu não estou nele? Como eu posso me adaptar a ele se eu não o sinto? Falaram-me sobre esses livros e eu não entendo do que eles estão falando. Assim tudo cai sob a influência da Luz Circundante.

Nós simplesmente temos que levar essas pessoas e colocá-las sob a influência da Luz Circundante se elas concordarem com isso. Isto é, temos que colocá-las no ambiente correto, evocar a Luz Circundante através do estudo, e no curso de vários meses ou anos, nós veremos o resultado. Essa é a única coisa que podemos fazer. Se a pessoa concorda com isso, isso irá acontecer com ela, e se ela não concorda, não acontecerá.
Quanto conhecimento que ela adquiriu nesse mundo, não tem nenhuma relação com a Cabalá porque o conhecimento que ela adquiriu é sobre nosso mundo, esse âmbito, “dentro do aquário”. Assim, como isso a ajudará a descobrir o que está fora? Afinal, tudo lá está estruturado de uma forma completamente diferente.

Mesmo se ela for uma grande cientista em nosso mundo, mesmo se a pessoa é o próprio Einstein, ela irá de repente se encontrar completamente sem percepção do que está sendo dito aqui. Está escrito que não é a pessoa esperta que irá dominar o mundo espiritual. Esse nunca é o critério! Isso só pode ser feito por uma pessoa com o ponto no coração, que a coloca apropriadamente sob a influência externa do grupo e sob a influência interna da Luz. Desde dentro o ponto no coração é influenciado pela Luz, e desde fora ele é influencia pelo grupo.
Sob a influência desses dois lados, esse ponto se infla e a pessoa começa a sentir as dez primeiras Sefirot dentro dela enquanto se eleva de um grau ao próximo. E, subitamente, bum! Essa sensação se torna revelada dentro dela. Então, ela começa a entender o que ouviu, o que leu, e o que os outros falaram. “Ah, agora eu entendi!”

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Da 1a aula na Convenção de Berlin em 28/1/11