Abram Os Portões Da Doação

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Carta 38: Nos tempos antigos, uma realização do Criador tinha que ser precedida de todas as sete ciências externas e terríveis torturas pessoais. Apesar de tudo isso, alguns têm achado graça aos olhos do Criador. No entanto, uma vez que temos recebido os ensinamentos do Ari e os serviços do Baal Shem Tov, isso está igualmente disponível a todos e as etapas preparatórias acima mencionadas não são mais necessárias.

Nós não sabemos como e em que medida o tempo do mundo material corresponde a um tempo espiritual, os processos de descida e posterior subida quando os vasos (desejos) começam a se reunir num todo. Mas, claro, quanto mais nos aproximamos da conclusão, mais as pessoas são capazes de abrir os portões da santidade, os portões da doação. Elas recorrem à ajuda de antepassados ​​que exaustivamente exploraram o sistema espiritual, estabeleceram-se e fixaram conexões nele. Assim, passo a passo, andando em círculos, uma após outra, as gerações ascenderam os amplos degraus da escada. Cada uma delas vai mais longe, e algumas pessoas fazem gerações subir alguns passos numa linha. Este é um processo complicado.

No estágio atual, o impulso para a revelação do Criador abrange todas as massas. No entanto, nós devemos entender a imutabilidade das leis espirituais. O Criador não as sacrifica, e assim, nós também precisamos cumprir com os termos da ascensão, embora num nível diferente, de acordo com o estado atual. Aí vem a garantia mútua, a rejeição do egoísmo, e esforçar-se na linha direita, a fim de elevar-se acima da linha de esquerda na unidade e coesão, tentando construir um modelo do mundo superior, na medida em que somos capazes de entendê-lo. Então, vamos seguir em frente.

Baal HaSulam traz o exemplo de um rei que precisa mover seu tesouro de um lugar para o outro. Todos os seus indivíduos são egoístas, não seriam capazes de resistir à tentação e, certamente, roubariam qualquer quantia de dinheiro superior a sua capacidade de resistir. Portanto, o rei dá um centavo para cada um, o que não faz sentido roubar porque o verdadeiro prestígio aos seus olhos é mais valioso. Assim eles movem o tesouro sem perdê-lo.

E nós somos iguais. Embora não seja o mais digno “fato da nossa biografia”, é um fato. Vamos esperar que sejamos capazes de trazer o nosso centavo, e antes de tudo, reconhecê-lo como um começo. A maioria do nosso trabalho dedica-se a isso: descobrir qual o nosso objetivo e o que significa “achar graça aos olhos do Criador”, doar a Ele, e como chegar a esse pedido, elevando-o acima de todos os outros. Afinal, ao superá-los, criamos um desejo pelo Criador e construimos Sua imagem.

Tudo isso é feito por muitos ministros do Rei que carregam partes de Seu tesouro por muitos estágios intermediários, como circuitos, de um estado para o outro. Na verdade, há um grande caminho a percorrer, se o aceitarmos como um preceito do Rei. Afinal, ele gosta de cada passo que damos, cada estado, como os pais gostam de ver os esforços de seus filhos.

É necessário permanecer no curso, mas lembrar a alegria do Rei e tentar agradá-Lo em cada etapa, aqui e agora, mesmo nos mínimos detalhes, no nível mais inferior. Na verdade, não há nada baixo aos Seus olhos. Ele me envia todos os estados. E se de alguma forma eu tentar trazer prazer a Ele, é o suficiente.

É por isso que as pessoas que estão no caminho certo sempre sentem alegria e ascensão. Nós precisamos verificar a nós mesmos: De onde deve vir as descidas se tudo é organizado de cima? O Criador cria cada estado, e apenas uma coisa depende de mim: responder com compreensão e sentimento ou pelo menos com a consciência da posição do Criador por trás das atuais circunstâncias. Então, eu posso me expressar dando a Ele cada segundo.

Na verdade, não existem estados desprezíveis e desagradáveis no nosso trabalho, se eu os tomo internamente das mãos do Criador, que me ensina. Assim como o escravo, de outra parábola do Baal HaSulam, que travou uma guerra contra o ministro do rei que, deliberadamente, apresentou-se em diferentes disfarces de inimigo. Aqui nós temos a mesma história, e o mais importante, não se esqueçam que todos os nossos Estados, em cada momento na vida, vem do Criador. Se atingirmos este nível, seremos capazes de perceber o que está acontecendo e reagir a ele adequadamente.

Vamos tentar nos unir com o espírito de nossos antepassados: Ari, Rabash, Baal HaSulam, e outros. Não vamos esquecer isso e ajudar um ao outros a dedicar cada momento ao serviço do Criador.

Isso é possível. Vocês já são capazes de muitas coisas. Vocês deram alguns passos grandes, e agora a questão é outra: o orgulho. Claro, ele também vem do Criador, e mesmo assim, como não podemos entrar nele?

Da Conversa durante a Refeição Comemorando a Morte do Ari 25/07/12