“Dia Sem Compras Ou Black Friday? Nenhum”(Linkedin)

Meu novo artigo no Linkedin: “Dia Sem Compras ou Black Friday? Nenhum

O Dia Sem Compras (Buy Nothing Day) é um dia de protesto contra o consumismo. É realizado no dia seguinte ao Dia de Ação de Graças, simultaneamente à Black Friday. Na minha opinião, o protesto não adianta nada porque as compras preenchem um vazio que nos deixa felizes por um momento. Se você me perguntasse, eu diria: “Abram as lojas e deixem as pessoas pegarem o que quiserem”. Uma vez que percebemos que somos animais, podemos pensar seriamente em fazer algo a respeito de nossa natureza.

Por um lado, fico feliz que as pessoas tenham tanto dinheiro para gastar. Por outro lado, os gastos me parecem redundantes. Se preciso de algo, não espero o dia de compras para comprá-lo. Se posso esperar um dia de compras para comprá-lo, provavelmente não vou precisar dele.

Em outras palavras, acho que hoje em dia beneficia principalmente os lojistas e talvez a economia em geral, mas não acho que os compradores se beneficiem. Tenho certeza de que eles não têm necessidade real da maioria das coisas que compram na Black Friday e em outros dias semelhantes.

Os dias de compras podem ajudar as pessoas a esquecer o vazio interior, mas se realmente gostassem da vida, não precisariam disso. Pior ainda, comprar coisas de que não precisamos dá muito pouco prazer, e o vazio que permanece depois que acaba fica ainda mais profundo e escuro.

Se quisermos um prazer duradouro, um deleite que cresce quanto mais dele temos, e onde mesmo sua ausência é agradável, precisamos de um tipo muito diferente de prazer. O único prazer que pode nos dar essa sensação é o prazer de dar às pessoas que amamos.

Pense em uma mãe e seus filhos: quanto mais eles têm, mais feliz ela é. Quando ela quer dar algo a eles, mas não pode, ela não sofre como nós quando não temos algo que queremos. Ela simplesmente espera pelo momento em que possa encontrá-los e regá-los com seu amor.

Parece irracional que nos sintamos assim com relação a estranhos, mas os sentimos como estranhos apenas porque não percebemos como todos nós estamos interligados. E se você conhecesse um completo estranho de quem não gostasse, mas depois de algum tempo percebesse que o estranho era na verdade seu irmão ou irmã há muito desaparecido?

Nossa proximidade um com o outro está oculta de nós, mas é ainda mais próxima do que o parentesco. Somos literalmente o mesmo corpo, o mesmo organismo cujos órgãos não sabem que estão conectados.

Podemos sentir nossa conexão, mas devemos estar dispostos a senti-la. Atualmente, nos escondemos atrás de paredes de alienação e frieza, provavelmente para nos proteger de estranhos. Na verdade, negamos a nós mesmos o poder de nossa conexão e a alegria que ela traz.

Gradualmente, à medida que os problemas tomarem conta do mundo, aprenderemos que estamos conectados, gostemos ou não. Quando reconhecermos nossa conexão, descobriremos que não é uma maldição, mas uma bênção. Descobriremos que é aqui que reside a nossa verdadeira força e que apenas o nosso ego nos impediu de vê-la. Então, aprenderemos a gostar de dar, e as black fridays serão apenas lembranças tênues de tempos sombrios, quando fazer compras era nossa definição de felicidade.