“Shavuot: Luz No Meio Do Caos” (Linkedin)

Meu novo artigo no Linkedin: “Shavuot: Luz No Meio Do Caos

O feriado judaico de Shavuot, a celebração da entrega da Torá, tem um significado especial neste ano. Enquanto a sociedade israelense está sob ataques de mísseis, não há atmosfera festiva. É um momento de tomar uma decisão fundamental sobre o povo que queremos ser e como queremos enfrentar o futuro: em divisões e brigas ou se tornar fiadores uns dos outros, olhar nossas ações através das lentes do mundo ou através de uma profunda introspecção do nosso papel como povo que recebemos ao pé do Monte Sinai.

O chanceler austríaco hasteava a bandeira israelense no telhado de seu escritório em sinal de solidariedade a Israel. O presidente tcheco tuitou uma foto da bandeira de seu país ao lado da bandeira israelense com um coração. Eslovênia, Hungria e Polônia expressaram apoio à luta contra o Hamas, e os governos ocidentais, Reino Unido, França e Alemanha, fortaleceram Israel com palavras de agradecimento.

Mas as demonstrações entusiásticas de apoio dos líderes mundiais terão um efeito muito limitado, especialmente se derivar apenas da simpatia pessoal com Israel. Os políticos enviam corações e agitam bandeiras israelenses em grandes cidades de seus países, mas ao mesmo tempo hordas de pessoas entusiasmadas agitam bandeiras palestinas e se manifestam contra Israel.

Se os confrontos em casa não bastam, os confrontos também se espalharam pelo exterior. Na Alemanha, as sinagogas foram vandalizadas e as comunidades judaicas na Europa estão em alerta máximo para possíveis ataques e confrontos.

Essa é a maneira real como a humanidade olha para nós, não através dos sorrisos diplomáticos e apertos de mão que vêm de alguns líderes mundiais. As manifestações odiosas superam em muito as expressões de apoio. A hostilidade substituirá as antigas amizades até que não sejamos tolerados em nenhum lugar do mundo; não haverá lugar onde um judeu possa viver em paz.

Mas existe uma saída. É por meio de nossa unidade. Rabi Akiva disse: “Ame o seu próximo como a si mesmo é a grande regra da Torá” (Jerusalém Talmud, Nedarim). Quando Israel recebeu a Torá, recebeu um poder que os elevou acima de seu egoísmo e divisão – a causa principal de todas as ameaças que a nação judaica enfrenta – e os fez amar uns aos outros como a si mesmos. Isso nos lembra que somente se nos unirmos teremos sucesso. Caso contrário, o Talmude nos avisa: “Lá será o seu enterro” (Shabat 88a, Avoda Zarah)

O Monte Sinai, o lugar onde recebemos a Torá, simboliza pensamentos de “Siná”, ódio mútuo. Desde o tempo da antiga Babilônia até hoje, o ego não parou de crescer e nos dominar, exigindo mais às custas dos outros e nos separando como judeus. E lá, ao pé do monte, primeiro fomos obrigados a tomar uma decisão de longo alcance como um povo: ou seríamos unidos como um homem em um coração ou suportaríamos sofrimento contínuo e pressão externa.

Não há mais cedo ou mais tarde na Torá, essas são leis eternas. O que passamos nestes dias difíceis é outro elo em uma cadeia de apuros que vivemos como judeus ao longo das gerações. A pressão externa hoje exige que nos unamos e criemos um espaço protegido entre nós.

Nós recebemos a Torá, o método para nos conectar, o meio para cobrir todos os crimes com amor. Foi assim que nos tornamos um povo, a nação judaica ou “Israel”, que deriva das palavras hebraicas “Yashar Kel” (“direto ao Criador”). Refere-se a um estado onde nos é concedido o método para alcançar o Criador, a qualidade de amor e doação, por meio de nosso livre arbítrio.

A conexão entre nós, os judeus, aproveita o que a sabedoria da Cabalá explica como as setenta raízes das nações do mundo. Estamos incluídos nelas e envolvidos com elas depois de um longo exílio no qual absorvemos essas raízes. Portanto, se nos conectarmos, irradiaremos o poder da conexão entre nós para toda a humanidade. As raízes se unirão e crescerão em uma árvore forte que dará frutos para todos. E quanto mais fortes nos tornamos, mais irradiaremos luz para as nações do mundo e mais obteremos o apoio do mundo, pois o caos se transformará em paz.