Detector De Ódio

527.01O próximo estágio da pandemia é a revelação do mal para a qual o coronavírus está nos levando. Entenderemos que devemos manter distância uns dos outros de acordo com nossa separação interna. Gradualmente, a conexão entre o mundo material e espiritual começará a se manifestar.

Portanto, não acho que a pandemia acabará. Aparecerão remédios, mas não ajudarão, e se ajudarem para um vírus, será apenas para revelar outro, ainda mais perigoso.

O coronavírus nos mostra nossa relação interna uns com os outros em parâmetros externos: eu odeio alguém “por dois metros” e alguém “por vinte”. A distância da quarentena reflete o ódio que existe entre nós. Sou proibido de abordar alguém se não o tratar bem. Talvez eles até inventem um detector que comece a tocar se você chegar muito perto de alguém.

Isso se chama revelação do mal porque eu vejo o quanto trato mal as pessoas e que devo corrigir minha atitude. Essa será a cura para o coronavírus.

No espaço espiritual, nossa proximidade é determinada pela lei da similaridade de qualidades. E é por isso que tais eventos acontecem conosco neste mundo. Ganhamos uma nova percepção da realidade porque eu posso chegar mais perto ou mais longe de você, dependendo do que penso de você: bem ou mal. Se eu realmente quero o melhor para você, posso chegar cada vez mais perto. Mas apenas até certo limite, não mais do que isso! Eu sinto a fronteira entre nós.

Somos como partículas carregadas em um campo espiritual que não podem se aproximar ou se afastar arbitrariamente, mas sempre mantemos um equilíbrio entre elas. Assim, começamos a nos sentir flutuando em relação uns aos outros na medida da igualdade de nossas qualidades ou de suas diferenças. A distância mudará conforme a atitude muda, e tudo se tornará tão óbvio que nos permitirá nos corrigir rapidamente e nos tornarmos como um homem com um só coração.

Não haverá diferença entre nós – apenas um desejo comum. Não haverá doenças e vírus. O vírus se revelará útil, pois nos trouxe a esse estado, a um abraço comum.

O principal é descobrir que precisamos da ajuda da força superior oculta na natureza. Essa força é a fonte da vida e, portanto, ela criou todas as partículas da criação e as desenvolve até que atinjam o sentido da vida. Portanto, precisamos dessa força que pode conectar o positivo com o negativo em todos os níveis, para que possa nos ajudar em nosso nível humano.

No nível humano, esse poder não virá por si sem nosso chamado; ele nos deixa com livre escolha. Ele só nos desperta aparecendo para nós como uma força negativa de forma que lhe pedimos para agir positivamente entre nós, como se diz: “Marido e mulher – a Shechiná entre eles”. É isso que devemos pedir, exigir e orar juntos.

Só temos uma saída: nos corrigirmos, e assim a boa conexão entre nós não permitirá que o vírus se manifeste. Até que entendamos isso, o coronavírus não desaparecerá. Ele renascerá em várias modificações e envenenará nossas vidas até que percebamos que apenas melhorando nossas relações uns com os outros neutralizaremos o vírus.

Caso contrário, o vírus passará de humanos para animais, e de animais para insetos, para seres tão minúsculos que é impossível lutar. O vírus estará em toda parte! Será carregado por besouros, moscas e pássaros e nos obrigará a ter medo de todos os mosquitos. E o mais importante, os produtos serão infectados com ele.

Posso me trancar em uma casa e transformá-la em uma fortaleza, mas preciso de suprimentos dentro desta fortaleza. E todos os produtos serão contagiosos, em qualquer tomate, pepino ou garrafa de água pode haver vírus, por toda parte. Afinal, todo mundo tem egoísmo, o que significa que todos vamos sofrer. Posso não sair de casa, mas preciso respirar e inalarei o vírus junto com o ar.

De que outra forma podemos ser pressionados a dizer: “Basta! Estamos prontos para fazer qualquer coisa em prol da correção”.

De KabTV, “Encontro dos Escritores”, 22/10/20