Pessach Significa O Fim Do Poder Do Faraó

laitman_961.2Pessach marca o êxodo do nosso egoísmo, o domínio da natureza terrena e material, nosso Faraó. O Faraó é dono de toda a pessoa, de cem por cento, exceto por um pensamento, o único ponto no coração que nos conecta com o Criador.

Precisamos nos voltar ao Criador nesse ponto e pedir a Ele que nos puxe para além deste extremo da corda do poder do Faraó.

A pandemia de coronavírus, a quarentena doméstica, as condições extremas experimentadas por um indivíduo hoje em dia, esse é precisamente o período anterior ao êxodo do Egito, e estamos nos preparando para deixar a escravidão egípcia, para sair do poder do desejo de desfrutar, que nos separa, para a unificação.

Quando começamos a sentir nossa unidade, significa que deixamos o Egito e chegamos à terra de Israel, para um desejo direcionado direto ao Criador, Isra-el (Yashar-Kel).

O Egito é o nosso estado atual, onde todos estão dentro de seu egoísmo. Mas há a terra de Israel, um desejo direcionado direto ao Criador. A transição do Egito para a terra de Israel, de um desejo para outro, é chamada de êxodo do Egito e consiste em várias ações.

Vamos torcer para que façamos essa transição em breve e que nosso desejo seja direcionado ao Criador dentro do vaso, que é chamado de alma, para que sejamos dignos de ver, sentir e viver em outro estágio da vida: na terra mais elevada.

Cada um de nós quer sair do Egito, de nosso egoísmo, para deixar a velha abordagem da vida, que nos obriga a pensar e a cuidar apenas de nós mesmos. Afinal, essa é a minha natureza, eu nasci com ela e vivo com ela. Mas o ponto no coração que desperta em mim me chama a abandonar o egoísmo.

Primeiro eu quero deixar um mundo e entrar em outro simplesmente porque posso melhorar as coisas para mim. Mas depois começo a entender que a transição de um mundo para outro, do Egito para a terra de Israel, é a subida de um nível para outro.

Egito significa cuidar de si mesmo e Israel significa cuidar do Criador, dar-Lhe prazer. Para que eu realmente vá ao Criador e não vire tudo de volta para o meu lado, o Criador me dá um sinal: se eu penso nos outros, sou direcionado ao Criador.

O Criador deliberadamente quebrou em muitas partes o desejo que criou para nos mostrar como cada um de nós pensa apenas em si mesmo. Mas se eu quiser aspirar ao Criador, devo pensar nos outros e, através do pensamento deles, chegarei ao pensamento do Criador.

Então nos tornaremos como o Criador, semelhante a Ele: O Criador pensa em mim cem por cento, e eu também, em alguma porcentagem dos meus desejos, penso Nele. Nesta medida, eu revelo o Criador, sinto-O, me aproximo Dele, me uno, e surge uma conexão entre nós.

Conforme a minha conexão com a humanidade, com a sociedade, eu me dirijo ao Criador e O sinto. Este é todo o processo da saída do Egito. Nesse caminho, passamos por muitas mudanças, postos de controle, sobre os quais a Torá fala.

A metodologia da ciência da Cabalá consiste em guiar uma pessoa através de todos esses estágios, desde seu egoísmo básico e primordial até a semelhança do Criador cem por cento, que é chamada de fim da correção.

Já estamos nos movendo por esse caminho. De fato, no começo não entendíamos que estávamos nas garras do egoísmo, nosso desejo de desfrutar. Mas gradualmente avançamos e hoje já sentimos que o grupo é um meio para alcançar o Criador, e o egoísmo, chamado Faraó, nos domina.

Devemos fugir dele, que é chamado de êxodo do Egito, para transformar nosso egoísmo em doação com a ajuda da luz que reforma, a Torá.

Quando o desejo muda de receber para doar, isso significa a minha transição do Egito para a terra de Israel. Ao longo do caminho há muitas mudanças, estações intermediárias.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 31/03/20, “Pessach