História Da Humanidade – Um Olhar Interior, Parte 6

laitman_570Pergunta: O Templo não é uma casa, mas um conceito espiritual, e nós ainda lamentamos o Templo destruído?

Resposta: Será que precisamos lamentar o Templo uma vez que entendemos que ele tinha que cair? Será que lamentamos a casa destruída que havia em Jerusalém, ou lamentamos a sua estrutura interna?

Todos os corações tinham que estar no meu coração, mas eu os expulso, sem querer sentir ou até mesmo permitir-lhes chegar perto do meu coração. Essa é a verdadeira destruição que eu lamento.

Se não lamentamos a essência interna da destruição, não como alcançar a correção. Assim, a destruição do Templo foi inútil porque não nos levou a quaisquer conclusões corretas. Neste caso, nós choramos apenas pelas pedras. Na verdade, com o nosso coração de pedra só podemos lamentar pelas pedras e nada mais.

Essas são lágrimas sem sentido, completamente inúteis. Nós já chegamos a tal desenvolvimento em que podemos nos elevar para lamentar os verdadeiros problemas: a razão da destruição. Então, talvez decidamos que é certo o Templo ter sido destruído; afinal, ele estava prestes a acontecer. Todo o programa teve que ser realizado até a época do ARI.

No entanto, a partir do momento em que o ARI descobriu a sabedoria da Cabalá e este método se tornou pronto para a correção do mundo, tudo dependeu de nós. Agora podemos lamentar, mas não sobre o que aconteceu na história, porque tudo isso estava nas mãos do Criador. Até o século XVI, quando a sabedoria da Cabalá foi revelada graças ao ARI, era impossível mudar alguma coisa.

No entanto, da época do ARI em diante, é permitido intervir no processo de desenvolvimento do mundo e acelerá-lo, isto é, mudá-lo para melhor com a nossa participação. Então, nós podemos escrever uma nova história diferente, não tão amarga como antes! Isso é o que todos os Cabalistas lamentaram.

Eles queriam muito fazer isso. O Ramchal pensou em disseminar a sabedoria da Cabalá para o povo, mas não foi autorizado a fazê-lo e se tornou sujeito a perseguições tais que teve que fugir da Itália. Abulafia fez muito para difundir a sabedoria da Cabalá e até mesmo ensinou-a a não-judeus.

Baal Shem Tov começou a implementar uma ampla dissemiação da Cabalá, criando o Hassidismo. Mas o contramovimento Metnagdim surgiu, que lutou contra a revelação da Cabalá, declarando que o hassidismo era uma seita. Com base nas suas denúncias, os Hassidim foram presos, embora ambos os lados fossem judeus. Essa separação é sentida até hoje.

“Metnagdim” é traduzido como “adversário”, opositores à disseminação da sabedoria da Cabalá, ou seja, o método de correção. E os Hassidim argumentavam que é necessário difundi-la como o Baal Shem Tov ensinou-lhes e eles estudavam livros Cabalísticos.

Hoje nós vivemos em tal momento em que é necessário continuar este trabalho. Afinal de contas, nós recebemos condições muito melhores do que 2000 anos atrás, e podemos perceber o propósito da criação de uma boa maneira.

Nós temos essa oportunidade; não apenas passamos por isso pelo caminho mais fácil, mas vamos crescer através do esforço deste trabalho. É impossível alcançar o objetivo final da criação no estado em que se encontra a humanidade agora. Não devemos esperar que isso aconteça por si só ao longo do tempo.

Nós temos que ser mais inteligentes e desenvolver os sentimentos e a mente, e revelar plenamente o Criador, que é a força do bem, com a condição de que vamos aprender a amar o nosso próximo como a nós mesmos. E isso só é possível usando o método da Cabalá. A questão é apenas como a utilizamos: sob a pressão de grandes catástrofes, até mesmo guerras mundiais, ou vamos entender que devemos praticá-la agora e começar a implementá-la. A escolha é nossa.

Por isso, nós disseminamos a sabedoria da Cabalá entre as pessoas, porque caso contrário o mundo está entrando no caminho do grande sofrimento. É claro, de qualquer forma, no final será bom. No entanto, vamos esperar que ele venha como resultado do nosso trabalho e não sob a pressão das forças da natureza que nos forçam a isso pelo sofrimento, uma vez que será mais terrível do que todas as destruições anteriores dos Templos combinadas.

Pergunta: Antes do ARI, por que era impossível se mover pelo caminho da Luz (Achishena)?

Resposta: Em primeiro lugar, a quebra completa do desejo comum tinha que acontecer em duas camadas principais, que correspondem às destruições do Primeiro e Segundo Templos. Depois, os desejos caíram do mundo de Atzilut para os mundos de BYA, e uma vez sob o Parsa, o limite do mundo de Atzilut, todos estes cacos começam a se misturar entre si e com o coração de pedra que não foi incluído diretamente na quebra.

Todos os desejos devem se misturar; esse período é chamado de tempo do exílio. Exílio não é apenas uma espera sem sentido, mas uma sequência de ações contínuas, inclusão mútua de desejos quebrados. Estes desejos, anteriormente separados entre si, agora se conectam em todos os tipos de formas e se organizam em uma escada de acordo com o seu grau de quebra no que diz respeito à força superior.

Quando todos eles são distribuídos em seus lugares de cima para baixo, a primeira ação da correção começa. Isso é o que a manifestação da alma do ARI significa. Portanto, antes deste tempo, era impossível fazer qualquer coisa. No entanto, da época do ARI em diante, o período da correção começa.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 12/08/16, Escritos do Rabash