Desamparo Durante O Colapso Do Velho Mundo

Laitman_089Opinião (The Guardian): “Sempre houve uma tensão no coração do capitalismo. Embora ele seja o melhor mecanismo de criação de riqueza que nós criamos, não pode ser deixado à própria sorte. Suas propriedades de auto-regulação, apesar dos esforços de gerações de economistas que tentam provar o contrário, são fracas.

“Ele precisa do contrapoder embutido – sindicatos eficazes, direito e ação pública – para mantê-lo honesto e sustentar a demanda da qual ele se alimenta. Acima de tudo, ele precisa de uma ordenada estrutura internacional de leis, finanças e comércio onde possa fazer ofertas e negócios. Ele certamente não pode inventar um sozinho. O caos nos mercados financeiros durante a última quinzena é resultado do confronto dessa tensão. O colapso do preço do petróleo deveria ser uma boa notícia. Torna tudo mais barato. Ele coloca o poder de compra nas mãos das empresas e consumidores em outras partes do mundo que têm uma maior propensão a gastar do que a maioria dos países produtores de petróleo. Um preço baixo do petróleo historicamente pressagia bons tempos econômicos. Em vez disso, os mercados estão em pânico.

“Eles estão em pânico porque o que está impulsionando a baixa no preço do petróleo é uma desordem global, que o capitalismo é incapaz de corrigir. Na verdade, é o capitalismo sem freio que é uma das razões para a desordem. Lucros como porcentagem da renda nacional na Grã-Bretanha e nos EUA atingem picos históricos; os salários tocam o ponto mais baixo na medida em que o poder do trabalho organizado diminui e a “gig economy” de contratos de curto prazo toma conta. Os excessos dos ricos – escavando porões subterrâneos para abrigar piscinas, cinemas e pródigas academias – senta-se ao lado das agruras da nova classe média pobre. Estes já não são capazes de garantir-se pensões dignas e seus filhos da “gig economy” adiam o início das famílias por causa das pressões financeiras.

“É claro o que precisa acontecer. É preciso haver mudanças por atacado no pensamento econômico. As forças nos mercados de trabalho do mundo – novas formas de sindicalismo do século XXI – devem ser reforçadas. O poder dos mercados financeiros precisa ser restringido. O crescimento do crédito tem que ser gerido por controles diretos sobre o crescimento dos balanços dos bancos e os bancos precisam ser desmamados do cassino financeiro que construíram. Grandes empresas precisam ser autorizadas a se envolver em torno da criação de valor, em vez de dançar com os interesses dos acionistas não comprometidos”.

Meu Comentário: O capitalismo não consegue se restringir: nós vemos a maneira como ele destrói a classe média, da qual é alimentado. A ganância humana não tem limite, porque instintivamente inerente à sua natureza, uma pessoa quer explorar os outros até o nada. Ela só consegue se deter quando todos se tornarem seus escravos; o seu número será reduzido a um mínimo, e ela anulará o resto. Afinal, com a tecnologia de hoje não há nenhuma razão para a existência de 6 de 7 bilhões de pessoas. Isso é o que ela vai buscar.

A salvação só virá com a educação da população de uma maneira que não desperte antagonismo e proibições, mas desperte um maior poder positivo que irá influenciar a mente humana e vai transformá-la na inclusão de duas forças, a “velha” força egoísta negativa e a “nova” força positiva altruísta, o poder de doação e amor. Caso contrário, podemos esperar o primeiro cenário.