Noites Brancas No Deserto

Dr. Michael LaitmanNós devemos sentir que estamos no deserto e que permaneceremos no deserto, na desolação, no vazio, se não chegarmos ao estado em que podemos dar prazer ao Criador. Nós só teremos a ideia de que fizemos isso, que estamos tentando fazê-lo, e que estamos chegando perto disso. Então, há um nível superior, e nós não queremos conhecê-lo, já que o próprio esforço, deleitar o Criador, é a nossa recompensa.

O vazio que é criado entre nós será sempre o lugar que o Criador deve preencher de acordo com o nosso estado. Quanto mais alto subirmos a escada espiritual, esse vazio vai assumir uma nova forma, uma nova essência, uma nova identidade, até que, finalmente, vamos chegar a um estado em que não vamos pedir nada, exceto a oportunidade de fazer um esforço na escuridão total. Esta escuridão se torna um lugar cheio de Luz para nós.

Diz-se: “A escuridão vai iluminar como a Luz”. Mas como pode ser isso? Afinal de contas, ela permanece escuridão! Para nós, não é mais a escuridão. Se nós trazemos a Luz de Hassadim (Misericórdia) para ela, nosso impulso de doar, a escuridão se transforma em Luz e a noite se transforma em dia.

Se nos voltarmos a nós mesmos num vaso que possa trabalhar apenas para servir toda a criação, este vaso torna-se um condutor da Luz. Na verdade, nós estamos prontos para essa transição, que é um fenômeno totalmente novo que nunca existiu antes. Portanto, nós podemos chegar à ação correta por nosso esforço mútuo. Nossa ação não está em sentir e compreender o Criador, mas sim em descobrir a deficiência correta. Esta é a única coisa que é exigida de nós.

Quando nós tivermos a deficiência correta, imediatamente vamos descobrir que já estamos num determinado nível espiritual. Mesmo agora, nós já estamos no mundo de Ein Sof (Infinito), mas descobrimos apenas uma parte dele de acordo com nossa deficiência e, um dia, descobrimos tudo.

Da Preparação para a Semana Mundial do Zohar 2014, 29/01/14