Um Novo Rei No Egito É Uma Coisa Boa

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como nós construímos a prontidão do estudante para perceber a sabedoria da Cabalá no grupo?

Resposta: Através da conexão. Uma pessoa não pode estar pronta para perceber se não está conectada aos amigos. Eles têm que se unir ao elevar a grandeza do professor aos seus olhos, construindo assim a conexão correta. Alguém pequeno só pode receber de alguém grande, do grupo, do professor, do Criador, se ele abaixa a cabeça diante deles. Este é o caminho até a escada espiritual.

Quando os alunos se conectam, eles criam a condição necessária, e se tornam um todo. É um sinal de que cada um se anulou diante dos outros, e considera-se o menor do grupo, pronto para doar aos outros. Estar conectado significa manter todas as condições da sociedade.

Nós começamos a nos conectar, e depois de muitos anos passamos pelo endurecimento do coração, que também é chamado de “as dez pragas do Egito”. Primeiro nós podemos pensar, “por que as pragas não começam imediatamente quando chegamos ao Egito”? Mas não é assim; primeiro é bom e agradável se conectar, como era bom e agradável para os filhos de Israel quando se estabeleceram no Egito e recebiam todo o alimento através de seu José, que conectava todos a Yesod.

José é Yesod, que conecta as cinco fases ou os cinco sentidos: Hessed, Gevurah, Tiferet, Netzach e Hod. Rabash costumava dar o exemplo de uma salada que é feita de cinco ingredientes: tomate, pepino, pimentão, cebola e salsa. Se você cortar todos eles e misturá-los, eles vão criar algo novo, que é o resultado da conexão entre eles. É o mesmo com Yesod, que nada tem de seu próprio, mas é o resultado da conexão, de seus atributos. Através dela, os filhos de Israel no Egito adquirem espessura (Aviut) e um desejo cada vez maior. Durante os “sete anos de saciedade”, esta espessura age em favor da conexão entre eles.

Foi no início do exílio no Egito que os filhos de Jacó, juntamente com José, cantaram “Como é bom e agradável que os irmãos se sentam juntos”. Eles sentiram que vale a pena se conectar, pois juntos eles conseguem, juntos eles são fortes. Assim, o Egito nos escraviza através de uma conexão egoísta.

Este é o processo até que uma espessura tão grande é revelada que é impossível fazer algo com ela. Então, Moisés foge do Egito para o deserto. Ele simplesmente não conseguia estar junto com seu ego. Durante os “sete anos de fome”, nós descobrimos que esta escravidão, a adesão aos valores corporais, não está a nosso favor, mas o oposto, nos separa da meta. De repente eu começo a entender onde estou e o que está acontecendo comigo. Eu olho para o meu desejo “animal” que cresceu num corpo gigante pesado, e vejo que este “animal” não é mais meu, que eu estou sob seu controle, sob ele.

Isso é chamado de “um novo rei subiu no Egito que não conhecia José”. É uma coisa boa, uma vez que ele nos mostra a verdade, o nosso verdadeiro estado em comparação com o Criador, e assim nos aproxima de nosso Pai Celestial .

No final, há as dez pragas: nós nos agarramos a nossa unidade e estas pragas nos atingem, a fim de nos separar, pois elas estão todas voltadas contra a conexão.

Se eu estou pronto para subir acima do ego, para vencer o rei do Egito, eu subo acima dessas pragas, a fim de permanecer conectado e unido. Isso é mais importante para mim do que as aflições do Faraó. Por trás das pragas, eu peço ao Criador para nos manter conectados, pois sem esta conexão não seremos capazes de deixar o Egito. Este é o nosso trabalho.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/12/12, “A Sabedoria da Cabalá e a Filosofia”