Recuperando-se Do Ego Com Um Regime De Sanatório

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nós condenamos o ego como a fonte de todos os nossos problemas. Porém, o que há de errado em se preocupar consigo mesmo, afinal ele é nosso atributo natural básico?

Resposta: Nós devemos entender que se você se preocupa constantemente apenas com seu próprio benefício, você está realmente se prejudicando e se limitando em ter êxito.

Aqui se esconde o mal que uma pessoa deve sentir em toda sua profundidade. Na verdade, existem pessoas que querem “sair de si mesmas”, de suas limitações. Elas aspiram “sair do corpo”, para expandir seus horizontes e ver o mundo, “pra que serve isso para e por quê? O que há mais fora desta vida?”.

Este desejo não é típico de todo mundo, mas hoje, quando o mundo inteiro está sofrendo, nós devemos explicar às pessoas que a única maneira de ser salvo dos problemas é amarrar-se fortemente ao ambiente. Se você não fizer isso, as relações da família, do país e do mundo são destruídas; ninguém desfruta nada e todo mundo sofre.

O principal é que por causa dessas relações corruptas nós nem sequer podemos prover alimentos para nós mesmos. Os sistemas de alimentos, o clima, tudo está destruído. É o mesmo na família, onde as relações são corruptas e nada funciona mais.

Pergunta: Mas por que eu devo parar de me preocupar com meu bem-estar por causa de tudo isso? Todas as criaturas do mundo tentam se sentir bem e cuidar de si. É este desejo básico a fonte de todos os nossos problemas, por exemplo, os problemas familiares?

Resposta: Digamos que as coisas não funcionam na família. A geladeira está meio vazia, há uma pilha de roupa suja e tudo deu errado. Aliás, a mesma coisa está acontecendo no mundo — a falta de boas relações mútuas destrói tudo. Uma parte da humanidade joga toneladas de comida no lixo, e a outra parte está morrendo de fome. Bilhões são desperdiçados em cuidados na saúde, mas estamos todos sofrendo de alguma doença.

Certamente, isto não pode continuar. Portanto, um casal que está pronto para mudança chega aos nossos cursos, e nós vamos explicar-lhes que a preocupação que um sente por si mesmo deve mudar para a preocupação pelos outros e neste caso o cônjuge.

“O amor cobre todos os pecados”, este princípio é cumprido egoisticamente. Ninguém está pedindo a uma pessoa para se separar do seu ego, mas apenas estabelecer uma nova atitude acima do que está do lado de fora, para com o cônjuge, as outras pessoas, o mundo, a natureza, o ambiente, etc.

Nós devemos perceber o mundo como “redondo”, integral, ou seja, começar a perceber tudo o que está fora do seu ego, como seu próprio, como uma mãe cuidando de seu filho. Então você vai se sentir bem.

Toda a ideia é usar seu ego corretamente e com sabedoria, não se livrar dele. Um casal que quer ter sucesso egoisticamente continua a aderido a isto. Somente a abordagem muda; considerando o que está acontecendo no mundo e na família, há apenas um método: subir acima do seu ego e usá-lo na direção oposta. Examine seu cônjuge como um espelho de seus próprios atributos e de acordo com isso administre adequadamente o ego da maneira oposta. Então, em vez da inclinação ao mal, parecerá como a inclinação ao bem.

O ponto principal aqui é criar uma “incubadora”, ou seja, o ambiente certo. Nenhum esforço especial será necessário se a pessoa vive nesta “estufa”. Por sua influência, o ambiente vai aumentar a preocupação com outras pessoas a seus olhos e levá-la na direção correta. Então esta abordagem de vida se tornará natural para ela. Da mesma forma, uma criança aceita prontamente a moralidade de seu grupo. Sim, existem dificuldades: por exemplo, casais precisam se “redesenhar”. Mas essas mudanças serão relativamente fáceis e agradáveis como uma recuperação num sanatório.

Claro, a pessoa também deve participar do processo, em seu sentimento e na compreensão do seu livre arbítrio. Seu apoio é essencial; ela não pode simplesmente vir e dizer “mude- me”. Porém, de uma forma ou de outra, ela certamente pode concordar e nada sobre-humano é exigido dela.

Da “Discussão sobre Formação Integral” 11/07/12