Escuridão Como Prenúncio Do Renascimento

Dr. Michael LaitmanBaal HaSualm, “Introdução ao Livro do Zohar“, Item 26: Isso significa que o seu excessivo desejo de receber, que já havia sido erradicado e apodrecido no segundo estado, deve agora ser revivido em toda a sua medida exagerada, sem restrições de qualquer natureza , ou seja, com todas as suas falhas passadas. Então, começa-se o trabalho de novo, para converter esse excessivo desejo de receber em apenas “para doar”.

Nós temos que descobrir que o desejo de receber é totalmente ruim, no pior grau. Nós vamos ver não só o tamanho desse mal, mas também sua essência má em sua forma atual, sem a Masach (tela), que é ela é má não só para nós como também para a realização do objetivo da criação. Acontece que o desejo de receber sem Masach não é adequado para a realização da criação e por isso é chamado de “mal” e também “morto”, já que não podemos receber a luz da vida e sentir a força da vitalidade nele.

Quando entendermos tudo isso, chegaremos a uma virada e começaremos a reviver o nosso desejo. Isso é chamado de “ressurreição dos mortos”. Assim, começamos a corrigir o desejo de receber para que ele seja “para doar”. Nós precisamos dessa virada no caminho, para que possamos sentir o desejo corrupto e decidir que desta forma ele está “morto”.

Hoje, o desejo de receber não parece corrupto. O que há de errado em querer desfrutar das coisas que eu amo?

Eu tenho que descobrir todos os desejos dentro de mim e entender que quando eu os aprecio na forma usual, eu me empeço de doar ao Criador. Isto porque doação é quando eu paro de usar os desejos na forma usual e desfruto cada um deles só quando eu doo ao Criador. Eu conecto o meu desejo a Ele para compreender como doar a Ele, de modo que Ele possa usufruir de tal desejo. Só a tal ponto, por tal prazer, quando eu anseio doar ao Criador, que eu atuo: recebendo a Luz dentro de mim para sentir que assim eu doo a Ele.

Assim chegamos às correções. É impossível atingir o estado final (estado três) a partir do estado inicial (estado um), se não houver desejos “mortos” no caminho que são revividos.

Pergunta: Como podemos entender que o desejo está realmente morto e é hora de revivê-lo?

Resposta: É um tipo diferente de trabalho: cada vez eu mato mais e mais dos meus desejos. É impossível saber de antemão que eu atravessei todo o caminho. Parece sempre como se não houvesse para onde avançar, mas no dia seguinte uma nova camada é revelada.

Ontem, por exemplo, chegamos a um pico; nós descobrimos um pouco mais de união, impressão e emoção, sentimos um estado especial que foi o resultado de uma conexão nova e mais forte, que nunca sentimos antes.

Nós conseguimos isso graças à iluminação que foi criada entre nós. Nós a evocamos e ela nos preencheu. Na primeira fase, nós sentimos excitação e euforia, mas a iluminação continua agindo dentro do desejo que conseguimos ligar a ela. Ela expande a sua atividade para as fases dois, três e quatro, e toda a profundidade desse desejo se revela a nós, as novas camadas onde ainda não alcançamos a conexão.

No entanto, hoje nós sentimos tristeza. Se reconhecêssemos que esse peso vem do Criador, que Ele enviou para nós de propósito, e que Ele nos faz sentir sonolentos de propósito, nós poderíamos fazer alguma coisa, poderíamos resistir ao peso.

É verdade que eu me sinto como que adormecido agora e não tenho vontade de fazer nada: mas isso vem do Criador. Ele quer nos desenvolver e está revelando um novo vaso dentro de nós agora. Como você desperta imediatamente para a vida dentro da nebulosidade, dentro desta sonolência, da indiferença e confusão?

Minha sonolência foi causada pela Luz fraca. No momento em que ela fica mais forte, eu vou imediatamente despertar, como uma flor que gira na direção do sol nascente. Não se trata de letargia; nós estamos falando de estados espirituais que são determinadas pelo nível da Luz. A correção dos desejos à meia-noite, antes do amanhecer, não depende do tempo.

Portanto, se nós acordássemos agora para uma conexão mais forte, e se fizéssemos um esforço interno verdadeiramente sério, e não apenas cantássemos canções, descobriríamos que ganhamos graças ao desejo extra que recebemos na Convenção. A questão toda é voltar à vida depois que o primeiro surto de despertar foi substituído pela erupção da espessura escura do ego.

Não importa se a nova subida não parece tão especial quanto a que sentimos na Convenção. Lá nós éramos como crianças e fomos impressionados por desejos puros, limpos – hoje, a nossa reação está se tornando mais profunda e nós entendemos as coisas em vasos “mais espessos”. É assim que se expressa a idéia do “valor oposto das Luzes e vasos”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/07/12, “Introdução ao Livro do Zohar